O descontrole da glicemia e a má circulação do sangue nos membros inferiores podem resultar no pé diabético, podendo levar, inclusive, à amputação.
Elen Ribera | 20 de Junho de 2020 às 20:00
O descontrole da glicose no sangue compromete a circulação, causa complicações, e, como consequência, pode levar o paciente a ser acometido pelo pé diabético.
Para uma pessoa ser diagnosticada com diabetes, é preciso passar pelos exames de hemoglobina glicada, que determina o consumo médio de açúcar dos últimos 90 dias, e de glicemia, que detecta a doença mesmo sem sintomas.
E para analisar os pés do paciente diabético são usados testes que avaliam sua sensibilidade. O teste de monofilamento 10 g, usa uma haste fina e flexível que é apoiada sobre os pés do paciente. Na falta do instrumento, o médico realiza o teste do toque nos dedos dos pés, quando o profissional os toca muito levemente, com a ponta do seu dedo indicador.
O Diabetes é uma doença que vem crescendo ao longo das décadas. Hoje, um paciente diabético em cada quatro terá algum problema, como perda de sensibilidade, deformidades e/ou ulcerações nos pés.
Uma série de alterações podem ocorrer nos pés de pessoas com diabetes não controlado. Como, por exemplo, a inflamação das artérias, quando o sangue encontra dificuldade para chegar em quantidade suficiente nas extremidades, impedindo que haja irrigação nos membros inferiores.
Segundo o Ministério da Saúde, infecções ou problemas na circulação dos membros inferiores estão entre as complicações mais comuns. O surgimento de feridas que não cicatrizam e infecções nos pés podem levar ao pé diabético, com perigo de amputação de dedos, pés e até parte das pernas. E, de acordo com a OMS, a cada minuto 3 diabéticos são amputados.
Os sintomas podem se tornar piores à noite, ao deitar. Na maioria das vezes, a pessoa só se dá conta de que é preocupante quando o pé está em estágio avançado de infecção, e o tratamento fica mais difícil devido aos problemas de circulação.
São os seguintes:
– formigamento
– perda da sensibilidade local
– dores
– queimação nos pés e nas pernas
– sensação de agulhadas
– dormência
– fraqueza nas pernas
O procedimento simples como examinar diariamente os pés pode prevenir complicações. Quem tiver dificuldades de fazê-lo, deve pedir ajuda para verificar seus pés e detectar frieiras, cortes, calos, rachaduras, feridas ou alterações de cor.
Os especialistas sugerem que se use um espelho para ter uma visão completa da sola dos pés. Nas consultas, é parte do exame médico fazer uma verificação minuciosa em pacientes diabéticos. Quaisquer eventuais alterações devem ser imediatamente notificadas.
Deve ser usada água morna e nunca quente, para evitar queimaduras. Depois secar bem com toalha macia, pois a pele não deve ser esfregada. O Ministério também indica que a pele deve ser hidratada, mas sem passar creme entre os dedos ou ao redor das unhas.
O tecido deve ser algodão ou lã, evitando, assim, as meias sintéticas, como as de nylon.
Para cortar as unhas, usar um alicate apropriado ou uma tesoura de ponta arredondada, para evitar ferimentos. Além disso, mantenha o corte quadrado, com as laterais levemente arredondadas, e não retire a cutícula. Se preferir, recomenda-se um profissional treinado, como o podólogo, que deve ser avisado sobre o diabetes. Manicures e pedicures não são indicadas. Não se deve cortar os calos nem usar lixas. É melhor conversar com o médico sobre os calos que eventualmente apareçam.
Manter os pés sempre protegidos e calçados, inclusive na praia e na piscina.
Os calçados devem ser macios, confortáveis, de tamanho adequado, que amorteçam os pés e que sejam firmes. As mulheres devem dar preferência a saltos quadrados, com no máximo 3 cm. Devem ser evitados sapatos apertados, duros, de plástico, de couro sintético, com ponta fina, saltos muito altos e sandálias que deixam os pés desprotegidos.
Além disso, recomenda-se amaciar o calçado novo em casa, por uma hora por dia, para somente depois usá-lo na rua.
Os danos nos nervos podem causar também mudanças na forma dos pés e dos dedos. Pergunte ao seu médico sobre sapatos terapêuticos especiais, em vez de insistir em usar sapatos comuns.
De acordo com o Ministério da Saúde, a abordagem deve ser especializada e deve contemplar um modelo de atenção integral. Isto é, educação em saúde, qualificação do risco, exames adequados, feridas tratadas, cirurgia especializada e reabilitação, caso a situação fique grave, objetivando a prevenção e a restauração funcional da extremidade afetada, e, assim, evitar a amputação.
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