Sentiu alterações no olfato com a Covid-19 e está preocupado? Essa sequela incômoda se chama parosmia, e tem tratamento.
Letícia Taets | 28 de Fevereiro de 2021 às 17:00
Alguns dos sintomas mais comuns da Covid-19 são tosse seca, febre e cansaço. Além desses, muitas pessoas contaminadas relatam também condições relativas ao olfato, como a anosmia e a parosmia.
Enquanto a anosmia se caracteriza pela perda completa de olfato (tanto temporária quanto permanentemente), a parosmia é definida como uma alteração na percepção olfativa na qual os aromas são percebidos de forma distorcida pela pessoa afetada, podendo durar meses.
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A parosmia geralmente ocorre depois que os neurônios detectores de odores – também chamados de sentidos olfativos – são danificados devido ao novo coronavírus (ou a outra tipo de infecção). Esses neurônios revestem o nariz e informam ao cérebro como interpretar as informações químicas que constituem um cheiro. Danos a esses neurônios mudam a maneira como os cheiros chegam ao cérebro.
Os bulbos olfativos no cérebro recebem sinais desses neurônios e dão ao seu cérebro um sinal sobre o cheiro: seja ele agradável, atraente, apetitoso ou desagradável. Caso esses bulbos olfativos sejam danificados, ocorre a parosmia.
Por exemplo, é possível que cheiros que antes eram agradáveis, como café, flores e sabonetes, passem a ser percebidos como podres e extremamente desagradáveis por quem desenvolve esta sequela.
Alguns pacientes relatam sentir cheiro de gasolina no café, de podre em comidas perfeitamente boas e, em alguns casos, cheiros ácidos até em pessoas próximas.
O diagnóstico deve ser feito através de uma consulta com o otorrinolaringologista, médico responsável por tratar de doenças relativas à garganta, nariz e ouvido.
Após informar os sintomas e seu histórico familiar ao médico, o mais comum é que o paciente faça um teste de aromas, no qual precisa sentir diversos cheiros diferentes e relatar suas impressões. Caso seja confirmada a disfunção, o paciente é indicado para tratamento
Por enquanto, ainda não há cura definitiva conhecida para a parosmia. No entanto, em alguns casos é possível realizar tratamentos e recuperar consideravelmente o olfato.
O tratamento mais comum para a parosmia é o treinamento olfativo, no qual o paciente separa substâncias com odores diferentes, como eucalipto e rosas, em diferentes recipientes e fechados, abre um de cada vez, cheira por 20 segundos e espera por 20 segundos para cheirar o próximo. Isto deve ser feito duas vezes por dia.
Também é possível que o otorrinolaringologista receite antibióticos e vitaminas para ajudar na recuperação do organismo.