A partir de qual idade pode começar a dar papinha para bebê? Quais alimentos estão liberados e quais são probidos? Saiba mais!
Julia Monsores | 8 de Outubro de 2020 às 10:00
Garantir uma introdução alimentar saudável para os filhos é uma das maiores preocupações dos pais. Por isso, a cada dia cresce a busca por opções mais naturais, como a papinha para bebê caseira, no lugar das versões industrializadas.
Também chamada de alimentação complementar, o objetivo da papinha é apresentar os principais grupos alimentares às crianças. E assim, fazer com que ela tenha um primeiro contato com o alimento e se acostume a ele.
No entanto, seu consumo não deve substituir o aleitamento materno, que deve ser mantido como principal fonte de nutrição infantil até 1 ano de idade.
Uma das principais dúvidas de mães e pais de primeira viagem é a respeito do momento certo de começar a introduzir o consumo da papinha para seus filhos.
De acordo com a pediatra Tiacuã Sanção, de São Paulo, a alimentação complementar só é recomendada a partir dos sexto mês de vida. Até lá, a alimentação do bebê deve ser feita apenas com o leite materno — é o chamado aleitamento exclusivo.
“A recomendação, tanto do Ministério da Saúde, quanto da Sociedade Europeia de Nutrição Infantil, é de que o aleitamento materno seja exclusivo até os seis meses de idade. Só depois desse período é que o bebê poderá receber a alimentação complementar — que recebe esse nome justamente porque o objetivo é complementar o aleitamento materno”, explica.
Mesmo para bebês que não recebem aleitamento materno, e fazem uso de suplementação, de acordo com a pediatra o ideal também é esperar os seis primeiros meses para o consumo das papinhas.
Além disso, é importante respeitar a proporção: 25% de nutrição com alimentação complementar e 75% com aleitamento materno, até o primeiro ano de vida.
De acordo com a Dra. Tiacuã, para descobrir o momento certo de que o bebê está pronto para receber a alimentação complementar, alguns sinais devem ser observados.
Conseguir ficar sentadinho, sem cair, e demonstrar interesse pelos alimentos são alguns deles.
“Além disso, também é possível observar o reflexo de protrusão da língua. Nos bebês mais novinhos, quando você põe o dedo na língua deles, eles têm o reflexo de pôr para fora. Com o tempo, isso diminui. Então esse é mais um reflexo de prontidão que pode ser observado e que indica que o bebê está pronto física e neurologicamente para receber a alimentação complementar”, explica.
Quando se trata da saúde dos pequenos, a praticidade não deve ser o único fator a ser considerado.
Embora dominem o mercado, com diversas opções de sabores, as papinhas industrializadas não são as melhores opções para eles.
E isso porque elas contém sódio, açúcares e conservantes em suas composições, que podem ser nocivos à saúde.
De acordo com a Dra. Tiacuã, a recomendação é a de que as papinhas para bebês sejam preparadas em casa, de maneira similar aos alimentos consumidos por uma pessoa adulta.
“O objetivo da alimentação complementar é que a criança conheça os alimentos. E assim, ela precisa ver que cada um tem uma textura, sabor, cheiro diferente. Então tem que ter, por exemplo, todos os grupos alimentares: carboidrato, proteína, leguminosa, verduras, legumes..”
Assim, desde o início da introdução da alimentação complementar é possível oferecer ao bebê todos os tipos de alimentos.
E de acordo com a Dra., quanto mais cedo você oferecer algum alimento para o seu filho, menores são as chances de que ele venha desenvolver alergia posteriormente.
“Existe um conceito chamado janela imunológica. No período de seis meses até um ano de vida nosso organismo tem uma tolerância maior aos alimentos. Então o que a gente oferece de alimento nesse período diminui a chance de que a criança tenha alergia no futuro.”
Leia mais: 7 dicas para evitar alergias no seu filho desde a gravidez
Diferentemente do que muita gente acredita, a alimentação complementar não precisa, necessariamente, ser amassada.
E até mesmo por isso que o próprio conceito de “papinha para bebê” vem caindo em desuso.
“Como a gente quer que a criança conheça os alimentos, então desde a primeira refeição principal a ideia é oferecê-los mais inteiros possíveis”, explica a Dra.
“Então você pode oferecer, por exemplo, legumes, verduras, arroz, feijão e um pedaço de frango. Em seguida, pode amassar, no garfo, como se fosse um purê ‘empelotadinho’, mas também pode oferecer em pedaços bem pequenos. Ou seja, você pode deixar um pedacinho de cenoura, com que a criança consiga pegar com a própria mão”, completa.
Desse modo, o bebê consegue mastigar, com a própria gengiva, e sentir como é a textura e o sabor.
E o mesmo é válido para as frutas. De acordo com a Dra. uma boa dica é oferecer frutas mais molinhas, como banana e mamão, em pequenos pedaços.
“Geralmente, nós começamos a introdução da alimentação complementar com as frutas. E isso porque o sabor do leite materno se assemelha ao sabor das frutas. Por isso, nós acreditamos que os bebês terão uma aceitação maior”, explica.
No entanto, a Dra. Sanção explica que essa ordem não é engessada. E cabe à família a decisão de começar a introdução alimentar com frutas ou com a refeição principal.
Para preparar receitas de papinhas para bebês saudáveis e nutritivas, você pode dispor de todos os grupos alimentares.
Porém, deve ter atenção aos alimentos abaixo e evitá-los:
Atenção:
Para um acompanhamento seguro e eficaz, consulte um obstetra, pediatra ou profissional da saúde especializado.