14 pacientes submetidos à técnica alcançaram pelo menos 60% de remissão
Cadu Guarieiro | 29 de Maio de 2023 às 16:45
Um paciente com câncer há 13 anos obteve uma remissão completa após ser submetido a uma terapia celular estudada por alunos da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com o Instituto Butantan e o Hemocentro de Ribeirão Preto.
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Paulo Peregrino, 61 anos, é um dos 14 pacientes tratados com o CART-Cell, terapia financiada com verbas da Fundação de Amparo à Pequisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Vitimado pelo câncer há 13 anos, Paulo, que estava prestes a receber cuidados paliativos, iniciou o tratamento gênico em abril deste ano, e em apenas um mês teve a remissão completa do tumor.
"A vitória não é só minha. É da fé, da ciênciae da energia positiva da pessoas. Cada uma delas ajudou a colocar um paralelípido nesse caminho", afirmou Paulo ao G1, tido como o caso mais recente de uma remissão completa em um curto espaço de tempo.
Todas as outras pessoas submetidas ao tratamento CART-Cell apresentaram pelo menos 60% de remissão dos tumores. A recuperação dos pacientes foi feita através do Sistema Único de Saúde (SUS).
A técnica é capaz de atuar contra três tipos de cânceres: a leucemia linfoblástica B, o linfoma não Hodgkin de células B, e o mieloma múltiplo. E é baseada na modificação genética em laboratório dos linfócitos de defesa do tipo "T" do paciente, que atuam na defesa do sistema imunológico.
Após coletados, os linfócitos são alterados para reconhecer o câncer, multiplicados em milhões e devolvidas ao paciente. Assim, identificando o tumor e o atacando, sem se manifestarem sobre as células saudáveis.
No entanto, ainda que aparentemente efetivo, esse tipo de tratamento acaba sendo inacessível em muitos países, conta Dimas Covas, que além de coordenador do Centro de Terapia Celular CEDIP-USP e do Núcleo de Terapia Celular do Hemocentro de Ribeirão Preto, é o responsável pelo desenvolvimento desta tecnologia no Brasil.
Segundo Dima, em entrevista ao G1, além de um custo de aproximadamente R$2 milhões por paciente, sem contar com os valores de internação, a produção das células possui certa complexidade.
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