A oxigenoterapia tem estado em alta com a pandemia da Covid-19, mas você sabe o que é esse tratamento e como ele funciona? Confira!
Letícia Taets | 10 de Abril de 2021 às 14:00
Todos nós sabemos que o oxigênio é essencial para a vida humana. É de suma importância que a oxigenação seja realizada constantemente, caso contrário o encéfalo morre após três minutos. Por isso que, quando os pulmões naturais falham, são usados pulmões artificiais, como no caso da recente terapia ECMO.
Quando algo interrompe ou reduz a oferta de oxigênio para os tecidos, a oxigenoterapia é iniciada de imediato. Ela é necessária em muitas situações, como nos casos mais graves de Covid-19, até em casos de insuficiência respiratória.
Em hospitais, o oxigênio é armazenado na forma líquida pressurizada e levado por encanamentos, na forma de gás, até as salas de cirurgia, as unidades de terapia intensiva (UTI) e a beira dos leitos dos pacientes. É administrado por máscara, cateteres nasais ou por um respirador. Alguns respiradores controlam completamente a respiração; outros propiciam respiração eficiente e sem esforço, controlando o processo caso a oxigenação seja insuficiente.
Todos administram oxigênio e ar aos pulmões e permitem a expiração de dióxido de carbono. Para isso, o respirador desliga após cada ventilação, permitindo a retração pulmonar para expulsar o ar. Caso isso não seja possível, usa-se um aparelho que aspira o ar dos pulmões.
Para determinar o equilíbrio correto entre oxigênio e dióxido de carbono no sangue do paciente, um enfermeiro colhe frequentes amostras de sangue, que são examinadas por um aparelho de autoanálise. Às vezes, é colocado um eletrodo sob a pele para fazer uma leitura contínua. A ação do respirador e o nível de oxigênio no ar que ele administra são ajustados conforme os resultados obtidos.
A ventilação de suporte à vida assume o controle completo da respiração. Uma bomba elétrica é ligada ao oxigênio e ao ar, que são introduzidos nos pulmões do paciente por um tubo endotraqueal inserido no nariz, na boca ou por meio de uma traqueostomia.
Empregada em pacientes com doença grave, incapazes de respirar sem auxílio ou em uso de tubo endotraqueal, também é conhecida como ventilação controlada, pois prevalece sobre a respiração do paciente: a “pressão positiva” é exercida pela bomba, seja para introduzir ou retirar o ar. O paciente não precisa fazer nada, e qualquer tentativa de respiração independente é impossibilitada.
Também conhecida como ventilação acionada pelo paciente, permite que este determine quando haverá inspiração: o respirador percebe a alteração na pressão quando há tentativa de inspirar e administra ar oxigenado por meio de pressão positiva.
A técnica permite que se tenha algum controle sobre a respiração, mas minimiza o esforço necessário. É usada quando os pacientes sentem dor e cansaço, bem como no pós-operatório e para ajudar a eliminar as secreções pulmonares em doenças respiratórias.
Esse tipo de ventilação não demanda intubação, daí o termo “não invasiva”. Em vez disso, emprega ventilação com pressão positiva intermitente, por uma máscara que cobre a boca ou o nariz. O tipo mais comum é conhecido como máscara de Venturi ou máscara facial, que se ajusta confortavelmente à face e tem duas partes: uma válvula que administra oxigênio e aberturas que aspiram ar para a máscara.
É possível mudar a proporção entre ar e oxigênio alterando-se o fluxo de oxigênio através da válvula ou modificando-se o tamanho dos orifícios. Assim, permite administrar com facilidade o volume correto de oxigênio necessário, qualquer que seja o padrão ou a frequência respiratória.
Bebês nascidos antes da 36ª semana de gravidez costumam ter os pulmões subdesenvolvidos. Um problema é a quantidade insuficiente de surfactante. Sem ele, o esforço para respirar causa exaustão. Além disso, o diafragma também é subdesenvolvido, o que exige mais esforço e oxigênio para respirar.
Os prematuros necessitam de ventilação mecânica até que os pulmões estejam maduros o suficiente para respirar sozinhos. Como esses bebês respiram rápido, muitas UTI neonatais empregam ventilação por oscilação de alta frequência, em que se fornece oxigênio em pequenas doses numa frequência bem maior do que 150 incursões respiratórias por minuto.
A oferta quase constante de oxigênio poupa a energia do bebê e protege o tecido pulmonar imaturo contra lesões. Essa administração de oxigênio sob alta pressão pode causar problemas expiratórios. Para interromper esse ciclo, duas cânulas de pequeno diâmetro fornecem oxigênio durante a inspiração, mas a expiração é facilitada com eliminação do ar por um tubo de grande diâmetro, que tem menor resistência.