Unidades do lote LP6F832 não são originais e podem gerar prejuízos para a saúde.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um novo alerta global sobre a circulação de versões falsificadas do medicamento Ozempic. Utilizado principalmente para o tratamento de diabetes tipo 2, o Ozempic ganhou notoriedade recentemente por sua eficácia na perda de peso.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um alerta nesta quinta-feira referente à identificação de versões falsificadas do Ozempic. Este novo alerta foca especificamente em três lotes encontrados no Brasil e no Reino Unido em outubro de 2023 e nos Estados Unidos em dezembro do mesmo ano.
As unidades em circulação no Brasil pertencem ao lote LP6F832, com validade até novembro de 2025, que não foi autenticado pela fabricante do Ozempic, a Novo Nordisk, caracterizando-se assim como falsificadas. De acordo com a OMS, o Sistema Global de Vigilância e Monitoramento da organização tem registrado um aumento nas denúncias desse tipo em todas as partes do mundo desde 2022.
Em janeiro, essa situação já havia levado a organização a tratar do assunto, mencionando a alta demanda global pelo medicamento e o consequente cenário de escassez, o que favorece a comercialização de produtos falsificados. Este, entretanto, é o primeiro alerta oficial após a confirmação de alguns dos relatos.
"A OMS aconselha os profissionais de saúde, as autoridades reguladoras e o público a ficarem atentos a esses lotes falsificados de medicamentos. Pedimos às partes interessadas que interrompam qualquer uso de medicamentos suspeitos e informem às autoridades competentes", diz Yukiko Nakatani, diretora geral assistente da OMS para Medicamentos Essenciais e Produtos de Saúde, em nota.
A autoridade destaca que as versões falsificadas representam diversos riscos à saúde, incluindo o surgimento de complicações decorrentes do descontrole dos níveis de glicose no sangue. Além disso, em alguns casos, esses produtos contêm ingredientes não declarados, como insulina, aumentando ainda mais o perigo para o paciente.
No ano passado, diversas pessoas foram hospitalizadas na Áustria após utilizarem doses falsificadas do Ozempic, conforme alerta do Gabinete Federal de Segurança Sanitária (BASG), órgão responsável pela segurança sanitária no país. Relatou-se que os pacientes sofreram graves episódios de hipoglicemia e convulsões, levando a autoridade a suspeitar que os medicamentos continham insulina.
“Para se protegerem de medicamentos falsificados e de seus efeitos nocivos, os pacientes que estão usando esses produtos podem tomar medidas como comprar medicamentos com prescrições de médicos licenciados e evitar comprar remédio de fontes desconhecidas ou não verificadas, como as que podem ser encontradas on-line”, sugere a OMS.
A organização recomenda que os consumidores verifiquem sempre a embalagem e a data de validade dos medicamentos. Além disso, informa que quaisquer notificações sobre medicamentos falsificados podem ser enviadas à OMS através do e-mail [email protected].
Fontes: Exame, Veja e O Globo.