Os aditivos alimentares são uma parte integrante da preservação e do processamento dos alimentos. E, por mais que nos preocupemos, a comida de hoje é sem
Julia Monsores | 20 de Junho de 2020 às 12:00
Os aditivos alimentares são uma parte integrante da preservação e do processamento dos alimentos. E, por mais que nos preocupemos, a comida de hoje é sem dúvida mais segura do que quando havia poucas restrições legais.
Antigamente, muitos fornecedores de alimentos inescrupulosos acrescentavam substâncias aos alimentos com pouca consideração pela saúde. Os padeiros, por exemplo, às vezes utilizavam gesso, argila ou até mesmo serragem para aumentar o peso dos pães.
Os cervejeiros adicionavam estricnina para “melhorar” o sabor da cerveja – e poupar gastos com lúpulo. Mas nada era tão aterrorizante quanto os doces: as cores brilhantes que atraíam crianças eram muitas vezes resultantes de sais venenosos de chumbo, mercúrio ou cobre.
Os aditivos alimentares são oficialmente definidos como “qualquer substância não consumida habitualmente como alimento em si”, utilizada para um “propósito tecnológico na fabricação, no processamento, na preparação, no tratamento, na embalagem, no transporte ou no armazenamento de alimentos”.
Atualmente, os aditivos alimentares são regulamentados e sua segurança é testada. Mas os rótulos dão a impressão de que você precisa fazer uma faculdade de química só para descobrir o que está comendo.
Os aditivos alimentares desempenham cinco papéis fundamentais:
Quando gorduras e óleos reagem com o oxigênio, podem se tornar rançosos; portanto, são adicionados ingredientes antioxidantes para retardar a deterioração.
Um dos antioxidantes mais comuns é o ácido ascórbico (vitamina C), que impede a interação. Os antioxidantes comuns incluem o ácido ascórbico (vitamina C sintética, E300) e os tocoferóis (E306). Entenda o papel dos antioxidantes em nosso corpo!
Os produtos químicos utilizados para colorir podem vir de fontes naturais ou sintéticas; sem eles, muitos alimentos processados teriam uma aparência pouco atraente. O uso de corantes para mascarar ou disfarçar alimentos de qualidade inferior é ilegal – embora algumas infrações possam ser difíceis de detectar e provar.
Os corantes comuns incluem o caramelo (E150a), usado em produtos como molhos e bebidas gaseificadas, e a curcumina (E100), um corante amarelo extraído das raízes da cúrcuma.
Esses agentes evitam que os alimentos se separem, possibilitam que se transformem em gel e contribuem para dar corpo e densidade ao produto. Lecitina (E322), monoglicerídeos e diglicerídeos de ácidos graxos (E471) estão entre os mais comuns. A pectina (E440) é o agente gelificante utilizado em geleias e gelatinas.
Adoçantes tornam os alimentos mais doces, usados sozinhos ou com açúcar. Os adoçantes artificiais mais comuns são aspartame (E951), sacarina (E954) e sorbitol (E420).
Três tipos diferentes protegem os alimentos da deterioração, estendendo seu prazo de validade. Os antimicrobianos mantêm sob controle o bolor e o crescimento de bactérias e leveduras. Os antioxidantes, como mencionado acima, impedem o ranço. O terceiro visa às enzimas, como a fenolase, que torna marrons maçãs e batatas cortadas. O ácido cítrico ou ascórbico (vitamina C) pode ser usado para inibir a fenolase.
O sal, que é um conservante, também pode ser adicionado, mais para reforçar o sabor.
Especialistas recomendam não consumir mais do que 6g de sal (2,4g de sódio) por dia para adultos e muito menos para as crianças. Observe os níveis de sal ou sódio nos rótulos. Você ficará surpreso com a quantidade de sal “escondido” que vai encontrar.
Não é exagero afirmar que a indústria alimentícia moderna não poderia existir sem os aditivos. Sem conservantes, por exemplo, muitos alimentos seriam bem mais perigosos do que são, e são usadas apenas quantidades ínfimas desses produtos. No entanto, apesar da regulamentação, a utilização de aditivos em alimentos permanece controversa.