O que fazer quando os medicamentos não combinam?

A mistura de medicamentos pode causar complicações ameaçadoras à vida. Saiba o que fazer quando precisar usar mais de um remédio.

Rayane Santos | 16 de Outubro de 2021 às 12:00

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Muitos medicamentos vendidos somente com receita e de venda livre interferem em certos anti-hipertensivos. Em alguns casos, a mistura pode causar complicações ameaçadoras à vida. Por isso, é essencial que você comunique a seu médico todos os medicamentos que toma atualmente. E não engula qualquer novo remédio sem falar antes com seu médico.

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Aqui estão alguns usados comumente e outras substâncias que não combinam com anti-hipertensivos.

Medicamentos antiinflamatórios

Este grupo de substâncias inclui o ácido acetilsalicílico (Aspirina), o ibuprofeno (Advil, Motrin), o cetoprofeno (Profenid), o naproxeno sódico (Naprosyn), a indometacina (Indocid) e o piroxicam (Feldene). Eles podem aumentar a quantidade de sal e água retida pelo corpo, interferindo no funcionamento dos diuréticos. Também podem impedir a ação de betabloqueadores e inibidores da ECA.

Estudos indicam que se você estiver tomando anti-hipertensivos, provavelmente não precisará se preocupar quanto ao uso ocasional de antiinflamatórios — para uma dor de cabeça ou muscular. Mas se você precisa usar antiinflamatórios por um longo período, como para artrite ou outra doença crônica da qual esteja sofrendo, então é preciso conversar com seu médico. Ele pode decidir prescrever um anti-hipertensivo diferente.

Remédios para resfriado e alergia

Descongestionantes e sprays nasais contêm pseudo-efedrina e fenilefrina, que estreitam os vasos sanguíneos, aumentando a pressão arterial.

Evite antigripais e antialérgicos que contenham pseudo-efedrina ou fenilefrina, ou use-os com parcimônia.

Medicamentos anorexígenos

Alguns supressores do apetite — ou anorexígenos — contêm fenilpropanolamina, uma substância química que age contra o anti-hipertensivo, contraindo os vasos sanguíneos e, assim, elevando a pressão arterial.

Leia a bula. Evite qualquer anorexígeno que contenha fenilpropanolamina.

Contraceptivos orais

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O estrogênio da pílula anticoncepcional pode elevar a pressão arterial de algumas mulheres, às vezes o suficiente para eliminar quaisquer vantagens de usar um anti-hipertensivo.

Diferentemente dos contraceptivos orais, a terapia de reposição hormonal (TRH) realizada na pós-menopausa não eleva a pressão arterial. Na verdade, algumas pesquisas mostram que a TRH reduz ligeiramente a pressão.

Certifique-se de comunicar a seu médico se você está usando a pílula. Ele pode trocá-la por outro método contraceptivo.

Substâncias corticosteróides

Tais substâncias, que incluem cortisona, prednisona e metilprednisolona, são usados para tratar condições e doenças inflamatórias como asma, artrite, doenças da pele e lesões esportivas. Elas são apresentadas em muitas formas: comprimidos, inaladores, cremes, gotas e até mesmo injeções. Seu uso regular pode fazer o corpo reter sal e água, interferindo assim na ação dos diuréticos.

Não use corticosteróides sem conversar antes com seu médico.

Antidepressivos

Certos tipos de antidepressivos, conhecidos como antidepressivos tricíclicos, podem interferir em alguns alfa-agonistas centrais, como a clonidina (Atensina) e a guanetidina (Ismelin).

Caso esteja se consultando com médicos diferentes, para tratar depressão e hipertensão arterial, certifique-se de que ambos tenham conhecimento de todos os medicamentos que você toma.