A pancreatite atinge milhares de pessoas todos os anos no Brasil. Desubra mais sobre esta doença, quais são os sintomas e tratamento.
A pancreatite pode ser um distúrbio de curta duração, que se desenvolve rapidamente (pancreatite aguda), ou prolongado, com inflamação e lesão persistente (pancreatite crônica). Pode-se sofrer apenas uma crise aguda ou ter episódios recorrentes dessa doença, intercalados por períodos de recuperação completa. Mas você sabe qual a causa e os sintomas dessa doença? Confira abaixo mais detalhes sobre a pancreatite!
Quais são as causas pancreatite?
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Os cálculos biliares e o consumo de álcool são causas comuns de pancreatite aguda. Outros motivos são infecções como a caxumba, medicamentos específicos, tumores do pâncreas e elevação dos níveis de gordura no sangue. Mais de 80% dos casos de pancreatite crônica estão associados ao consumo excessivo de álcool durante períodos prolongados. As causas menos comuns são lesões e elevação persistente dos níveis sanguíneos de cálcio.
Quais são os sintomas?
Na pancreatite aguda, o principal sintoma é a dor na parte superior do abdome, que pode se irradiar para as costas, entre as escápulas. Dependendo da intensidade da crise, a dor varia de desconforto leve a dor intensa. Às vezes é indolor. O paciente pode ter febre, náusea e vômito. O abdome também fica distendido, com equimoses cutâneas. Quando o fluxo de bile é obstruído por cálculos, há icterícia. As complicações consistem em abscessos pancreáticos (acúmulo de pus que pode surgir perto do pâncreas). Em casos graves, há possibilidade de insuficiência renal aguda, insuficiência respiratória e choque, nos quais a pressão arterial é baixa demais para manter adequada a irrigação sanguínea dos tecidos do corpo.
Na pancreatite crônica, o principal sintoma é a dor na parte superior do abdome. Ela pode ser forte, geralmente é episódica e tende a ser acompanhada por perda de apetite e de peso. Em alguns casos há icterícia. O diabetes melito pode ser causado por produção inadequada de insulina pelo pâncreas. A esteatorreia também é uma manifestação da liberação inadequada das substâncias necessárias à digestão de gorduras no intestino. Na esteatorreia, as fezes são claras, gordurosas, fétidas e dificilmente levadas pela descarga no vaso sanitário.
Como é feito o diagnóstico?
Diversos exames fundamentais são recursos diagnósticos de pancreatite aguda, e seus resultados devem ser avaliados com o histórico do paciente e os achados do exame físico. O exame de sangue mede o nível da enzima pancreática amilase – níveis muito elevados sugerem pancreatite. A ultrassonografia detecta cálculos biliares e também alterações na estrutura do pâncreas indicativas de inflamação aguda. A tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM) também ajudam a detectar as características de pancreatite aguda.
Provavelmente será ainda solicitado um exame por imagem do pâncreas, para o diagnóstico de pancreatite crônica. Às vezes são realizadas ultrassonografia ou TC para pesquisa de anormalidades específicas na estrutura do pâncreas sabidamente causadas pelo distúrbio.
Quais são as opções de tratamento?
Quem tem pancreatite aguda não pode ingerir líquidos nem alimentos – os líquidos e, em casos graves de maior duração, os alimentos são administrados por via intravenosa. Além disso, um tubo nasogástrico (um tubo introduzido pela narina até o estômago) aspira as secreções do estômago, mantendo o órgão vazio para que o pâncreas não seja estimulado a produzir enzimas, que podem agravar sua lesão. Analgésicos aliviam a dor abdominal. O pus dos abscessos pancreáticos pode ser drenado. Quando há complicações graves, como insuficiência renal e choque, é necessária terapia intensiva. Cálculos biliares podem ser removidos quando são a causa da inflamação, mas, se a pancreatite é muito grave, talvez seja necessário aguardar até que o paciente tenha se recuperado um pouco antes de realizar o procedimento.
Os analgésicos também são necessários na pancreatite crônica. Caso o distúrbio seja causado por alcoolismo, é essencial parar de beber imediatamente. A esteatorreia exige dieta pobre em gordura e suplementos das enzimas pancreáticas necessárias à digestão de gorduras. Os diabéticos necessitam de dieta especial e medicamentos orais ou injeções de insulina. Há casos em que é preciso retirar o pâncreas, para aliviar a dor forte que não melhora. A ressecção do órgão induz diabetes, e insulina e suplementos pancreáticos serão necessários por toda a vida.
Qual é o prognóstico da pancreatite?
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Ambas as formas, aguda e crônica, de pancreatite são potencialmente fatais. A pancreatite aguda grave é fatal em até metade dos pacientes. O prognóstico tende a ser bom para muitos com pancreatite aguda leve, embora ainda com um pequeno risco de vida. Os que se recuperam podem ter outras crises, o que acarreta o comprometimento da função pancreática. O prognóstico da pancreatite crônica varia conforme a causa, e depende da completa abstinência alcoólica.