Não existe vacina disponível para doença e surto em outro país causa preocupação nas autoridades sanitárias
Luana Viard | 4 de Outubro de 2024 às 15:00
Os recentes casos de infecção pelo vírus Marburg têm despertado preocupação mundial, com o surto em Ruanda destacando o perigo de uma nova ameaça global. No país, já foram confirmados pelo menos 36 casos, dos quais mais da metade envolve profissionais de saúde da capital, Kigali.
O boletim mais recente divulgado pelas autoridades de saúde ruandesas reporta 11 óbitos. Além disso, 19 pacientes estão em isolamento recebendo cuidados médicos, enquanto mais de 300 pessoas estão sob vigilância.
Na quarta-feira, dia 2, a principal estação de trem de Hamburgo, na Alemanha, teve que ser isolada após a suspeita de que dois passageiros poderiam estar contaminados com o vírus. O casal, que havia chegado de Ruanda e apresentava sintomas, foi testado, mas os resultados foram negativos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), classifica a doença de Marburg como extremamente virulenta, causando febre hemorrágica com uma taxa de mortalidade que pode atingir até 88%, variando conforme a cepa e o manejo dos casos.
O vírus Marburg, da mesma família do Ebola, provoca sintomas que surgem de forma repentina, como febre alta, dor de cabeça intensa e forte indisposição. Em muitos casos, os pacientes desenvolvem sintomas hemorrágicos graves em apenas sete dias.
A doença foi descoberta pela primeira vez em 1967, na cidade de Marburg, na Alemanha. Desde então, ocorreram poucos surtos, registrados em países como Angola, República Democrática do Congo, Quênia, África do Sul, Uganda e, mais recentemente, em Ruanda.
A infecção inicial em humanos pode ocorrer através do contato com morcegos Rousettus, uma espécie frugívora (que se alimenta de frutas), frequentemente encontrada em cavernas e minas. A transmissão entre pessoas acontece principalmente por meio do contato direto com fluidos corporais de indivíduos infectados, como sangue, fezes, vômito, saliva, urina, suor, leite materno, sêmen e fluidos relacionados à gravidez.
A infecção também pode ocorrer pelo contato com superfícies e objetos contaminados por esses fluidos. A doença, no entanto, não se propaga pelo ar. A OMS alerta que o vírus frequentemente se espalha entre membros de uma mesma família ou entre pacientes e profissionais de saúde que não utilizam equipamentos de proteção adequados.
Pessoas infectadas continuam transmitindo o vírus enquanto ele estiver presente no sangue, o que significa que os pacientes devem ser tratados em unidades de saúde especializadas até que exames laboratoriais confirmem que estão seguros para retomar o convívio social.
Caso você ou alguém próximo apresente sintomas que possam indicar infecção pelo vírus Marburg, a recomendação da OMS é buscar orientação imediata com um profissional de saúde local, para obter informações atualizadas e confiáveis.
Se houver confirmação da infecção por meio de um teste positivo, é fundamental procurar atendimento precoce em um centro de tratamento especializado, o que pode aumentar significativamente as chances de sobrevivência.
“Se você ou um ente querido testar negativo para doença de Marburg, mas ainda apresentar sintomas compatíveis, permaneça vigilante até que eles desapareçam e até que você seja liberado pelo seu médico”, destacou a OMS.
Atualmente, não existem tratamentos ou vacinas aprovados para o vírus Marburg. O cuidado disponível inclui hidratação intensa e controle dos sintomas. No entanto, vacinas estão em fase de desenvolvimento, e os cientistas estão trabalhando intensamente para encontrar uma forma eficaz de prevenção.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) acompanha de perto os surtos e coordena ações globais para frear a propagação da doença.
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