O delirium é uma condição clínica que afeta principalmente idosos internados na UTI de alguns hospitais. Não há diagnóstico nem tratamento especializados ainda, mas é possível minimizar os riscos.
Redação | 4 de Maio de 2018 às 17:00
Quando uma pessoa idosa é internada em um hospital, é importante estar atento a alguns eventos. Um deles é o delirium, a síndrome do confinamento, ou estado confusional agudo, que ocorre geralmente depois de alguns dias da internação.
Em 2015, um grupo de pesquisadores brasileiros do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), em parceria com americanos da Universidade de Johns Hopkins, realizou um estudo envolvendo 16.559 pacientes em UTIs. Os pesquisadores descobriram a manifestação de delirium em 5.280 deles, totalizando 32%. Eles identificaram ainda uma forte relação da condição com altas taxas de mortalidade. Segundo os especialistas, o risco de morte dobra em pacientes que apresentam as mudanças.
A condição parece afetar especificamente idosos, que começam a apresentar a mudança dentro de alguns dias após a entrada no hospital.
O delirium ainda é pesquisado por especialistas. Não há motivos nem circunstâncias documentadas sobre o porquê da ocorrência em pacientes. Entretanto, sabe-se apenas que ele aparece em grande parte nas UTIs, onde surge após sintomas de infecção ou com a aplicação de certos medicamentos. O diagnóstico fica ainda mais difícil de ser obtido quando o paciente já possuía doenças como o Alzheimer, que tem sintomas parecidos. Nesse caso, conhecer o histórico do paciente é imprescindível, e a família deve informá-la aos profissionais responsáveis.
A condição parece afetar especificamente idosos, que eventualmente apresentam a mudança em alguns dias após a internação. Ela se caracteriza por mudanças súbitas de comportamento, desde a agitação ou sonolência.
É necessário que o departamento médico esteja atento aos sintomas, para, assim, minimizar as consequências. Amarrar o paciente à cama ou doses de medicação erradas podem piorar a recuperação.
Para tratar o delirium, é importante situar o idoso sempre que possível. Informar a data, a hora e o local onde ele está, ainda que repetidas vezes, pode diminuir os efeitos. É importante manter a mente ativa, de modo que ele não seja desconectado de sua realidade anterior à internação. Prestar atenção aos medicamentos administrados pelos médicos também é importante. Sempre que possível, busque orientação e relate qualquer mudança.