Entenda o que é metástase e saiba tudo sobre o caso de paciente que pegou câncer após transplante de fígado.
Imagine esperar por anos por um transplante que possa salvar a vida e, meses depois, descobrir que o órgão recebido na realidade trouxe células cancerígenas para o seu corpo? Essa situação bizarra e rara aconteceu no Brasil, com um homem de 58 anos e gerou comoção na imprensa e na comunidade médica.
Entenda o caso
Esse caso ocorreu com Geraldo Vaz Júnior, que recebeu um fígado e, tempo depois, foi diagnosticado com câncer no órgão transplantado, com metástase no pulmão. Exames genéticos confirmaram que as células tumorais tinham DNA diferente do receptor, ou seja, vieram junto com o órgão transplantado, e não se originaram no corpo dele.
Afinal, o que é metástase?
A metástase é uma evolução do câncer em um organismo e nada mais é do que o processo pelo qual células cancerígenas se desprendem do tumor original, migram por meio da corrente sanguínea ou sistema linfático e formam novos tumores em órgãos distantes, segundo publicação da Rede D’Or. Ou seja, o câncer “se espalha”, o que torna o tratamento mais complexo, exige abordagens mais agressivas e frequentemente compromete o prognóstico.
Em geral, quando um paciente é diagnosticado com câncer primário, o médico investiga não só o local original, mas possíveis metástases e órgãos como fígado, pulmão, ossos e o cérebro são locais comuns de propagação.
A Transmissão de câncer via transplante é raríssima, mas possível
Em transplantes de órgãos, tais quais fígado, rim, pulmão ou coração, existe risco teórico de transmissão de câncer do doador para o receptor, mas trata-se de um evento extremamente raro e no caso de Geraldo, por exemplo, as chances estimadas eram inferiores a 0,03%.
Mesmo com rigorosos exames de triagem, históricos médicos, exames laboratoriais, imagens e inspeções do órgão antes da retirada, certas células tumorais microscópicas podem escapar dos testes. Essas células “ocultas” podem permanecer dormentes no órgão transplantado e manifestar-se posteriormente, muitas vezes após meses ou anos.
Atualmente o prognóstico de Geraldo é grave, uma vez que o câncer de origem no órgão transplantado se tornou metastático e inviabiliza cura. O homem está em tratamento paliativo com quimioterapia para controlar a doença enquanto possível.