Você já ouviu falar na ginecomastia? Esse é um distúrbio que provoca o aumento da glândula mamária masculina. Veja tratamentos!
Julia Monsores | 5 de Maio de 2021 às 18:00
Você já ouviu falar na ginecomastia? Esse é um distúrbio que provoca o aumento da glândula mamária masculina. Pode estar ligado ao excesso de gordura ou de pele, ou ainda ocorrer em razão de um desequilíbrio hormonal. Principalmente na puberdade, esse fenômeno pode trazer prejuízos ao indivíduo, que pode se sentir desconfortável em permanecer sem camisa em ambientes sociais, como praias e piscinas.
Para explicar o que é a ginecomastia, quais são as causas e tratamentos, conversamos com o Dr. Alexandre Kataoka, que é cirurgião plástico e Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Resultante da hipertrofia das glândulas mamárias em homens, a ginecomastia costuma ocorrer em meninos com idade entre 13 e 14 anos. Nesses casos, segundo o Dr. Alexandre Kataoka, esse processo é causado em decorrência de mudanças hormonais que ocorrem durante a puberdade.
Leia também: Cirurgia plástica pelo SUS — veja quais você pode fazer
“Em parte desses casos, as mamas se desenvolvem por cerca de seis meses ou menos, para depois retornar ao tamanho normal e apenas em aproximadamente 5% das vezes a hipertrofia persiste até a vida adulta”, explica.
Esse aumento exagerado das mamas costuma ser ainda mais comum em homens mais velhos.
“Em um exame físico, é possível detectar que de um a dois terços daqueles com mais de 70 anos apresentam uma ou as duas mamas aumentadas. Dessa forma, isso pode estar diretamente relacionado à queda nos níveis de testosterona no organismo”, acrescenta o Dr. Alexandre Kataoka,.
A proliferação das glândulas mamárias, característica da ginecomastia, resulta de mecanismos que afetam o equilíbrio entre as ações da testosterona e dos estrógenos. O aumento das mamas pode ocorrer também em decorrência de hipertireoidismo ou de insuficiência hepática.
A ginecomastia também pode ser observada com mais frequência em homens que estão acima do peso. E isso porque tecido gorduroso produz enzimas, dotadas da propriedade de converter certos precursores da testosterona em estrógenos.
“A parte boa é que existe tratamento para a condição”, explica o médico. “Ele pode ser feito tanto por terapia hormonal, que bloqueia o efeito do estrogênio, como por meio de uma intervenção cirúrgica plástica, de forma a reduzir o tamanho da mama, trazendo naturalidade mais masculina. A cirurgia consiste na extração de parte do tecido glandular e da gordura ao redor do mamilo.”
A ginecomastia masculina pode ter três causas: fisiológica, secundária e idiopática.
“Normalmente o diagnóstico da ginecomastia é feito no consultório. No entanto, em alguns casos são necessárias ultrassonografias ou tomografias para que se possa analisar a composição mamária”, acrescenta o médico.
O tratamento da ginecomastia, em geral, acontece quando o aumento das mamas é de causa idiopática. Existem dois tipos de tratamento: tradicional e cirúrgico.
As técnicas cirúrgicas utilizadas para a ginecomastia variam de acordo com o caso do paciente. Por isso, é necessário realizar uma consulta com seu médico, de modo que seja verificada a opção mais adequada. Assim, a cirurgia pode:
“Este último caso é raro e ocorre quando existe um aumento muito significativo das glândulas mamárias. A cicatriz pode ficar parecida com as cicatrizes de cirurgias femininas (ao redor da aréola, na vertical da mama e na horizontal). No entanto, a maioria das cirurgias são feitas com retirada de gordura ou retirada de glândulas, apenas”, conclui o médico.