O Alzheimer tem se tornado cada vez mais comum entre os brasileiros. Entenda o que é a doença e o que fazer para prevenir o seu cérebro dela.
Thaís Garcez e atualizado por Iana Faini | 8 de Setembro de 2021 às 13:00
Uma das doenças neurodegenerativas mais conhecidas, o Alzheimer faz parte da vida de mais de 1 milhão de brasileiros atualmente, de acordo com os últimos levantamentos. Apesar de ter sido descoberto em um paciente de 51 anos, o Alzheimer costuma dar seus primeiros sinais em pessoas com mais de 65 anos.
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Ainda que a doença de Alzheimer não tenha cura, é possível prevenir seu aparecimento e contar com recursos médicos para amenizar os sintomas. Mas para que o tratamento tenha maior eficácia, é importante o diagnóstico precoce. Portanto, vale a pena estar atento a sinais como perda de memória e lentidão motora, por exemplo, e saber se há casos anteriores na família.
O Alzheimer é uma doença caracterizada pela perda e/ou falha de áreas do cérebro relacionadas à memória, orientação e atenção. O portador de Alzheimer perde gradativamente a noção de realidade devido à perda da memória recente. E assim, atividades que antes eram corriqueiras passam a ser grandes desafios.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), a doença de Alzheimer é o tipo mais frequente de demência – conjunto de doenças cerebrais que afetam sobretudo idosos, reduzindo gradativamente a capacidade cognitiva e provocando alterações de comportamento.
Indicadores oficiais estimam que, no Brasil, em 30 anos, o número de pessoas com Alzheimer poderá ser quatro vezes maior do que atualmente. Entretanto, é preciso compreender que esse número, apesar de assustador, é ainda uma estimativa. Devido às subnotificações, a quantidade de casos pode ser ainda maior.
Isso porque muitas pessoas não recebem o diagnóstico correto, ou nem mesmo têm acesso a um diagnóstico. Além disso, existe uma grande desinformação sobre os sintomas. Muitos creem que a demência faz parte da velhice, o que não é verdade, e demoram ou não buscam tratamento. Vale dizer que nem todo mundo terá degeneração cognitiva com o passar dos anos.
Frente a essa realidade, a Academia Brasileira de Neurologia (ABN) busca a criação de um Plano Nacional de Demência. O objetivo desse projeto é conscientizar a população sobre os reais sintomas do Alzheimer, garantir os tratamentos adequados e prevenir o aumento dos casos.
Ainda não se sabe quais são as causas específicas do Alzheimer. No entanto, muitos estudos indicam uma predisposição genética para seu aparecimento.
Além disso, pesquisadores também acreditam que grande parte dos casos se devem também a fatores de estilo de vida e ambientais, que vão comprometendo o cérebro ao longo do tempo.
Os principais fatores de risco para o aparecimento do Alzheimer, de acordo com estudos científicos, são:
Além disso, dados mostram que a maior incidência de Alzheimer ocorre em pacientes do sexo feminino. Ainda não há uma explicação para o fato, mas pesquisadores acreditam que se deva pela expectativa de vida ser maior do que a dos homens.
O Alzheimer é uma doença silenciosa, que muitos demoram a notar ou a levar a sério os primeiros sintomas. Porém, quanto mais cedo for diagnosticado, melhor serão os resultados do tratamento e, consequentemente, a qualidade de vida do paciente. Além de retardar a evolução do quadro.
Para que os médicos possam atestar com certeza a doença é preciso realizar alguns exames laboratoriais e de análises clínicas. São eles:
Pessoas que suspeitam ou estão com Alzheimer passam por 4 estágios da doença. Em cada um deles, os sintomas se apresentam de formas diferentes. Na fase pré-demência (leve), os sinais da doença se manifestam como perda de memória recente, irritação, confusão mental sobre o tempo e o espaço, dificuldade em tomar decisões, depressão e falta de motivação.
Já na segunda fase, comprometimento cognitivo leve, o paciente sofre dificuldade de lembrar nomes, atividades diárias, eventos etc.
Na fase de demência precoce (moderado), surgem as mudanças de personalidade, desorientação, agressividade, perda de habilidades motoras simples (como pentear o cabelo), dificuldade para ler, falar e entender, alucinações etc.
Por último, na fase grave, chamada de demência degenerativa (grave), o portador de Alzheimer torna-se completamente dependente. Portanto, possui dificuldade de mobilidade, de compreensão do entorno, de deglutição dos alimentos e de reconhecimento de parentes e pessoas próximas; resultando na morte por infecção ou outras complicações de saúde.
No mundo todo, pesquisas vêm sendo feitas para descobrir opções de tratamento e prevenção para o Alzheimer. Aqui no Brasil, cientistas divulgaram uma pesquisa em que afirmam ter descoberto uma saída para prevenir a doença.
O estudo, que durou 7 anos, demonstrou que é possível criar uma estratégia para conter o avanço da doença. O bioquímico Sérgio Ferreira e a neurocientista Fernanda de Felice, pesquisadores da UFRJ que lideraram a pesquisa, descobriram que a irisina, uma substância produzida pelos músculos quando o corpo se exercita, tem função vital na transmissão de mensagens entre um neurônio e outro.
Os neurônios são os responsáveis pelo funcionamento do cérebro. Para que os neurônios trabalhem devidamente, as sinapses, regiões de conexão entre os neurônios, devem estar íntegras. E é aí que a irisina entra.
O que a pesquisa da UFRJ descobriu é que a irisina fortalece esse canal de transmissão, diminuindo as possibilidades de desenvolvimento da doença de Alzheimer, já que ela enfraquece a ligação entre os neurônios.
E a melhor maneira de produzir irisina no corpo é praticando exercícios físicos frequentemente. Assim, se você mantém um estilo de vida saudável, além de se proteger contra outras doenças, pode diminuir, principalmente, as chances de desenvolver doenças neurodegenerativas.
Embora a cura do Alzheimer ainda pareça estar distante, muitos estudos têm delimitado alguns fatores que parecem evitar ou retardar o aparecimento dos sintomas. E manter a mente ativa e uma boa alimentação são alguns deles.
Para funcionar a todo o vapor, o cérebro necessita de uma alimentação rica em frutas, legumes, alimentos com ômega 3 e antioxidantes que eliminam os radicais livres.
Além disso, para proteger ainda mais o cérebro, também é importante reduzir o consumo em excesso de alimentos que contenham gorduras saturadas. Assim como os excessos de açúcares em biscoitos e refrigerantes.
Mas além da alimentação, exercícios físicos, como caminhadas ou a prática de algum esporte, aumentam a qualidade da saúde física e mental, como foi demonstrado pelos pesquisadores da UFRJ. Por isso, é fundamental reservar pelo menos 15 minutos durante alguns dias da semana para realizar atividades físicas.
Além disso, atividades que estimulam a memória e mantêm o cérebro ativo, como passatempos, aprendizado de novos idiomas e palavras-cruzadas também têm um impacto positivo no cérebro e têm sido associados a um retardo dos sintomas do Alzheimer.
O tratamento de pacientes com Alzheimer atenua os sintomas da doença, mas não leva à cura; afinal, não há remédios específicos para Alzheimer. Geralmente, são dois os tipos de cuidados. No primeiro, são administrados remédios que inibem a degradação da acetilcolina, substância encontrada no cérebro que vai diminuindo com a doença. Acredita-se que essa diminuição cause grande parte dos sintomas leves.
Mas o outro tipo de tratamento são as atividades físicas e cognitivas. Estimular o cérebro e o corpo, com acompanhamento médico, traz resultados positivos no dia a dia do paciente. Além disso, geram mais segurança na hora de realizar atividades rotineiras.
O Alzheimer não tem cura, mas é importante identificá-lo para que seus efeitos sejam retardados ou diminuídos. Durante o processo de avanço da doença, os neurônios que fazem a ligação e o trânsito de informações no cérebro são destruídos, e não há formas naturais ou cirúrgicas que os possam regenerar.
Entretanto, muitos pacientes podem apresentar períodos de maior estabilidade dos sintomas.
Além de se prevenir, também é muito importante saber como lidar com o paciente de Alzheimer, já que muitas pessoas ainda desenvolvem a doença e não têm tempo de se recuperar.
Os cuidados devem ser constantes, bem como a compreensão e o carinho que a condição inspira. Antes de qualquer coisa, é preciso informar-se sobre os cuidados necessários.
Sites na Internet, como os da ABRAz (Associação Brasileira de Alzheimer), reúnem um vasto repositório de informações e notícias que podem ajudar família e cuidadores de portadores de Alzheimer a lidarem melhor com as novas rotinas que devem ser adotadas pelos familiares e amigos.
É preciso paciência, compreensão e adoção de estratégias que ajudem tanto o portador da doença quanto o cuidador. É necessário também criar rotinas que incluam atividades para o portador da doença e as pessoas ao seu redor.
A compreensão e o afeto são fundamentais para garantir melhores condições de convívio para quem enfrenta o Alzheimer.
Atenção:
Para ter o diagnóstico correto dos seus sintomas e fazer um tratamento eficaz e seguro, procure orientações de um médico.
O Alzheimer é uma doença caracterizada pela perda e/ou falha de áreas do cérebro relacionadas à memória, orientação e atenção. O portador de Alzheimer perde gradativamente a noção de realidade devido à perda da memória recente. E assim, atividades que antes eram corriqueiras passam a ser grandes desafios.
Ainda não se sabe quais são as causas específicas do Alzheimer. No entanto, muitos estudos indicam uma predisposição genética para o seu aparecimento.
Além disso, pesquisadores também acreditam que grande parte dos casos se devem também a fatores como estilo de vida e ambientais, que vão comprometendo o cérebro ao longo do tempo.
Os principais fatores de risco para o aparecimento do Alzheimer, de acordo com estudos científicos, são:
Além disso, dados mostram que a maior incidência de Alzheimer ocorre em pacientes do sexo feminino. Ainda não há uma explicação para o fato, mas pesquisadores acreditam que se deva ao fato de a expectativa de vida ser maior do que a dos homens.
Para que os médicos possam atestar com certeza a doença é preciso realizar alguns exames laboratoriais e de análises clínicas. São eles:
Pessoas que suspeitam ou estão com Alzheimer passam por 4 estágios da doença. Em cada um deles os sintomas se apresentam de formas diferentes. Na fase pré-demência (Leve), os sinais da doença se manifestam como perda de memória recente, irritação, confusão mental sobre o tempo e o espaço, dificuldade em tomar decisões, depressão e falta de motivação.
Já na segunda fase, com comprometimento cognitivo leve, o paciente sofre dificuldade de lembrar nomes, atividades diárias, eventos etc.
Na fase de demência precoce (Moderado), surgem as mudanças de personalidade, desorientação, agressividade, perda de habilidades motoras simples (como pentear o cabelo), dificuldade para ler, falar e entender, alucinações etc.
Por último, na fase grave, chamada de demência degenerativa (Grave), o portador de Alzheimer torna-se completamente dependente. Portanto, possui dificuldade de mobilidade, de compreensão do entorno, de deglutição dos alimentos e de reconhecimento de parentes e pessoas próximas. Resultando na morte por infecção ou outras complicações de saúde.
O tratamento de pacientes com Alzheimer atenua os sintomas da doença, mas não leva à cura; afinal, não há remédios específicos para Alzheimer. Geralmente, são dois os tipos de cuidados. No primeiro, são administrados remédios que inibem a degradação da acetilcolina; substância encontrada no cérebro que vai diminuindo com a doença. Acredita-se que essa diminuição cause grande parte dos sintomas leves.
Outro tipo de tratamento são as atividades físicas e cognitivas. Estimular o cérebro e o corpo, com acompanhamento médico, traz resultados positivos no dia a dia do paciente. Além disso, geram mais segurança na hora de realizar atividades rotineiras.
O Alzheimer não tem cura, mas é importante identificá-lo para que seus efeitos sejam retardados ou diminuídos. Durante o processo de avanço da doença, os neurônios que fazem a ligação e o trânsito de informações no cérebro são destruídos, e não há formas naturais ou cirúrgicas que os possam regenerar.
Entretanto, muitos pacientes podem apresentar períodos de maior estabilidade dos sintomas.