Ataque isquêmico transitório (AIT): entenda os sintomas e o que fazer para evitar um AVC

O ataque isquêmico transitório indica que você corre risco de sofrer um AVC em alguns dias ou semanas. Veja sintomas, riscos e tratamentos que podem salvar sua vida.

Douglas Ferreira | 28 de Janeiro de 2018 às 12:00

AIT é um alerta para o risco de acidente vascular cerebral. - alexkich/iStock

Você já ouviu falar no ataque isquêmico transitório (AIT)? Apesar de passageiro e, muitas vezes, subestimado, ele é um importante sinal de alerta do corpo, que indica o risco de ter um acidente vascular cerebral (AVC) em poucos dias ou semanas.

Mas calma, se você ou alguém próximo sofreu um AIT não precisa entrar em pânico. Com a ação rápida adequada e com o acompanhamento médico qualificado, você pode ter uma vida plena e saudável.

O que é o ataque isquêmico transitório (AIT)

O AIT acontece quando o fluxo de sangue para uma parte do cérebro é interrompido por alguns minutos. Os sintomas lembram os de um AVC, mas desaparecem em menos de 24 horas. Justamente por essa “recuperação rápida”, muitas pessoas não dão a devida importância ao episódio.

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De acordo com a neurologista Sheila Cristina Ouriques Martins (RQE: 12198/RS), presidente da Rede Brasil AVC e da Organização Mundial de AVC (World Stroke Organization), o AIT é como um pré-AVC, porque indica que há um risco muito alto de acidente vascular cerebral em 48 ou 72 horas.  É como se o ataque isquêmico transitório fosse um “ensaio” do AVC, mostrando que os vasos sanguíneos estão em risco e exige atenção médica imediata.

"É como a angina, no caso do coração, em que o paciente tem uma dor no peito e melhora, mas aquilo é sinal de que o vaso está entupido ou semientupido e pode ocorrer um infarto. O AIT é a mesma coisa. É um alerta de que alguma coisa não está bem e também uma chance de fazer o tratamento rápido e não ter um AVC", explica a especialista.

Qual a diferença entre AIT e AVC?

Os mesmos problemas de saúde que afetam o fluxo sanguíneo normal e causam uma doença cardíaca também podem deflagrar derrames, ou acidentes vasculares cerebrais, como ficaram mais conhecidos. Um AVC ocorre quando o sangue não chega ao cérebro e pode ser classificado da seguinte forma:

Já o ataque isquêmico transitório (AIT) apresenta os mesmos sintomas de um AVC, mas trata-se de um bloqueio temporário. É por isso que alguns médicos podem chamá-lo também de AVC temporário. 

Apesar de ser um bloqueio temporário e de os sintomas passarem rápido, o risco futuro é real. Dados da OMS apontam que 1 em cada 3 pessoas que sofrem AIT terá um AVC posteriormente. Sendo assim, é fundamental conhecer os sintomas.

Sintomas de AIT e sinais de alerta

Procure ajuda médica imediata se você ou alguém próximo apresentar:

Sendo assim, se a pessoa não consegue sorrir normalmente, levantar os braços ou repetir uma frase simples, chame o SAMU (192) imediatamente.

Como é feito o diagnóstico e quais são as opções de tratamento e prevenção após um AIT

Após o paciente apresentar sintomas como os relatados acima, o neurologista pode solicitar exames como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, para confirmar a causa. Além disso, exames de sangue, eletrocardiograma e ultrassom das carótidas, irão auxiliar na investigação e ajudarão a identificar os fatores de risco.

A boa notícia é que, com diagnóstico rápido, há estratégias eficazes para reduzir as chances de um AVC:

O que fazer após o AVC para uma boa recuperação

Se você tiver um AVC, muita coisa pode ajudar a minimizar as consequências:

1. Tratamento rápido é vital

É comum que em até três horas depois do início dos sintomas, os médicos façam uma tomografia computadorizada para identificar o tipo de AVC. Se o exame indicar um AVC isquêmico agudo causado por um coágulo sanguíneo, um tratamento trombolítico é o mais indicado.

Essa terapia de “dissolver o coágulo” foi um enorme avanço, mas deve ser aplicada em até três horas diretamente na corrente sanguínea. No entanto, este tipo de tratamento não funcionará para um AVC hemorrágico. Sendo assim, a tomografia computadorizada é essencial para definir o melhor tratamento.

2. Trabalhar o corpo

Mais da metade dos que sofreram um AVC apresenta problemas de mobilidade ou equilíbrio e dificuldades de coordenação. Uma em cada três pessoas sofre de espasticidade – condição em que os músculos contraídos dificultam o movimento de braços e pernas.

No entanto, hoje em dia há bons tratamentos, incluindo medicamentos que atuam como relaxantes musculares. Fisioterapia especializada e terapia ocupacional também fazem grande diferença, sobretudo se iniciadas logo após o AVC.

3. Ajuda na recuperação

Pessoas que tiveram um AVC podem apresentar problemas de fala, memória, organização de pensamentos e raciocínio. Cientistas têm encontrado maneiras de auxiliar. De acordo com uma pesquisa da Finlândia publicada na revista científica Brain, ouvir música contribui para a recuperação da função cerebral. E não subestime a colaboração de amigos e familiares: a psicoterapia e a terapia da fala obtêm muito mais sucesso se os terapeutas conseguem ensinar aos membros da família as técnicas de estimulação.


O ataque isquêmico transitório é um aviso precioso do corpo. Reconhecer os sinais e procurar atendimento médico imediato pode reduzir drasticamente o risco de um AVC. Cuide da sua saúde hoje mesmo: se você ou alguém próximo apresentar sintomas de AIT ou AVC, chame o SAMU (192) sem demora.

Para continuar se prevenindo, veja também alguns hábitos que protegem seu coração e descubra dicas preciosas para monitorar a saúde do seu cérebro!

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