A nutrição ortomolecular é baseada no correto equilíbrio de minerais, vitaminas e aminoácidos. Além de emagrecer, combate os radicais livres.
Julia Monsores | 22 de Março de 2021 às 15:00
Você já ouviu falar na nutrição ortomolecular? Baseada no correto equilíbrio de minerais, vitaminas e aminoácidos, a dieta ortomolecular, para além do emagrecimento, tem como objetivo o controle da formação excessiva de radicais livres — substâncias que, em excesso, podem desencadear diversas doenças em nosso corpo.
A dieta foi desenvolvida pelo químico Linus Pauling, ganhador do Prêmio Nobel e pioneiro em estabelecer a relação entre alimentos e o equilíbrio do nosso organismo.
De acordo com a Dra. Fernanda Cortez, nutróloga especialista em nutrição ortomolecular, para além da redução das medidas corporais, essa dieta também tem o intuito de focar no tratamento da saúde como um todo. E assim, tratar e prevenir diversas doenças.
“Diferentemente de uma alimentação focada só na perda de peso ou no ganho de massa muscular, a nutrição ortomolecular consegue focar também no tratamento desse corpo, na prevenção e na suplementação, proporcionando níveis ideais de vitaminas, minerais e aminoácidos para que ele possa atuar da melhor forma possível”, explica.
Como já adiantamos, a nutrição ortomolecular é focada na prevenção e no tratamento de doenças. Em uma dieta ortomolecular, o nutricionista aposta em alimentos naturais e evita o uso de produtos industrializados.
Embora não seja uma regra, como parte do tratamento o nutricionista pode também recomendar suplementações alimentares.
“Diferente de uma dieta normal em que a gente só pensa em um objetivo e pronto, na dieta ortomolecular precisamos de uma suplementação também através de soroterapia endovenosa ou intramuscular, para entrar com a suplementação alimentar através de medicamentos ou outras formas para garantir que esse corpo receba tudo o que ele precisa”, explica a Dra. Fernanda Cortez.
A nutrição ortomolecular confere uma série de benefícios ao corpo. “Com essa dieta conseguimos prevenir e tratar doenças de uma forma mais natural, melhorar a oxidação e a inflamação desse corpo”, explica a Dra. Fernanda Cortez.
Embora não seja o único objetivo, essa dieta também pode provocar um emagrecimento saudável. E isso porque estimula a redução de alimentos ultraprocessados, refinados, ricos em sal e açúcar. E assim, estimula o consumo de alimentos mais naturais e variados.
Segundo a Dra. Fernanda Cortez, o primeiro passo para alguém obter uma dieta ortomolecular é realizar uma consulta com uma avaliação completa de seus exames laboratoriais.
Em seguida, é feito um mapeamento do organismo para tratar as deficiências ligadas à falta de vitaminas e minerais que estão presentes no corpo.
“O importante é sempre saber qual a deficiência do organismo, os tipos de nutrientes exatos de que ele precisa para saber como suplementar”, explica.
Segundo a especialista, na dieta ortomolecular há um forte consumo de alimentos anti-inflamatórios e antioxidantes, como gengibre, cacau e cúrcuma, que combatem os radicais livres, impedindo a oxidação celular.
“O radical livre é uma molécula super instável que inflama o corpo todo. Então pode gerar dor de cabeça, inchaço, piorar artrite, artrose, gastrite, e gerar muito mais irritação, dificuldade de sono e queda de cabelo. Diminuindo esses radicais livres, impedimos a oxidação celular, focando na prevenção de doenças, por isso que ela é uma dieta bem completa, por isso fazemos o mapeamento do organismo primeiro e depois introduzimos a alimentação”, acrescenta.
Talvez agora você esteja se perguntando se pode ser um praticante da dieta ortomolecular. Boas notícias: segundo a Dra. Fernanda, não há contra indicação. Todos que queiram podem se beneficiar dela.
“Por ser feita de forma personalizada e individualizada para cada paciente, baseada nos exames de sangue, nas deficiências daquela pessoa e nos sintomas, qualquer indivíduo pode adotar a dieta ortomolecular”, afirma.
A Covid-19, doença infecciosa que deu origem à pandemia iniciada no ano passado, é responsável por uma série de inflamações no corpo. Cansaço extremo, queda de cabelo e perda de olfato são alguns dos sintomas provocados por essa doença, que já provocou a morte de mais de dois milhões de pessoas por todo o mundo.
Em março do ano passado, cientistas da Academia de Medicina de Turim, na Itália, apresentaram um estudo que relacionava a deficiência de vitamina D com a maior prevalência de casos severos dessa doença.
Atualmente é cada vez maior o número de pessoas com carência de vitamina D, especialmente os idosos. São vários os fatores que contribuem para essa “epidemia” de deficiência da vitamina D, incluindo uma alimentação desequilibrada. E dentro desse aspecto, a nutrição ortomolecular pode ser de grande ajuda, inclusive sugerindo a ingestão das doses recomendadas via suplementos.
“O corpo inflamado fica muito mais suscetível, e a dieta ortomolecular auxilia exatamente ao consumir diversos alimentos anti-inflamatórios e focar nas necessidades de cada organismo. Os sintomas ainda ficam, então o ideal é sempre prevenir antes de tudo, deixar o corpo forte aumentar e estimular a imunidade para prevenir qualquer tipo de doença ou se o paciente pegar essa ou outras doenças, os impactos serão muito mais leves”, conclui.