Peixes gordurosos fazem bem à saúde? É isso que dizem pesquisas recentes. Confira essa e outras descobertas do mundo da medicina.
Conforme os anos passam, pesquisas das mais diversas partes do mundo lançam luz sobre novas descobertas do campo da medicina. Contudo, essas novidades muitas vezes não chegam ao grande público. Pensando nisso, separamos 7 notícias sobre saúde para que você possa ficar antenado.
1. Levante-se e tenha saúde
Leia também: Confira 7 notícias do mundo da medicina
Um estudo finlandês publicado na revista Journal of Science and Medicine in Sport encontrou uma ação simples para prevenir o diabetes tipo 2 e a doença cardíaca: levantar-se.
Especificamente, os pesquisadores descobriram que ficar mais tempo em pé durante o dia está associado à melhor sensibilidade à insulina, expressão que descreve a capacidade do corpo de converter o açúcar no sangue em energia armazenada para uso posterior. Quando essa função fica prejudicada, o organismo não reage adequadamente à insulina, o que pode causar as doenças mencionadas.
Se você trabalha sentado ou passa grande parte do dia nessa posição, os pesquisadores recomendam fazer pausas frequentes para se levantar, reduzindo em pelo menos uma hora o tempo passado sentado.
2. Os direitos humanos beneficiam a saúde do cérebro
Quando garantem os direitos humanos básicos dos cidadãos, as sociedades prosperam – e parece que isso também melhora a saúde cerebral, de acordo com uma revisão feita pelas universidades de Cambridge, no Reino Unido, e Brown, nos Estados Unidos.
Publicada nos Annals of the New York Academy of Sciences, a revisão examinou 146 estudos e outras fontes. Vários constatavam que as pessoas com maior capacidade de configurar escolhas e ações no mundo também tinham volume maior de matéria cinzenta em várias áreas do cérebro. A matéria cinzenta é fundamental, porque processa informações e é importante no aprendizado e na memória.
Conclusão: defender os direitos dos concidadãos local e globalmente tem um impacto de grande alcance.
3. Por que regular o açúcar dá certo
De acordo com um estudo publicado na revista Circulation, reduzir em 20% a quantidade de açúcar dos alimentos industrializados e em 40% a das bebidas pode ter um efeito drástico: prevenir 2,5 milhões de AVCs, infartos e paradas cardíacas, 490 mil mortes ligadas à doença cardíaca e 750 mil casos de diabetes nos EUA em uma geração.
É claro que esse é um problema global que já foi atacado com sucesso no Reino Unido e na Noruega, onde o governo estabeleceu metas de redução do açúcar e impostos sobre o açúcar para a indústria alimentícia.
Nos EUA, que já forçaram os produtores a reduzir o sódio e as gorduras trans prejudiciais, o estudo indica que uma política nacional para reduzir a adição de açúcar a um volume sensato pouparia 118 bilhões de dólares em custos com assistência médica.
4. O efeito das grandes cidades sobre a saúde
As pessoas tendem a viver mais em lugares que têm hospitais melhores, mais clínicos gerais e especialistas per capita, menos climas extremos, menos poluição e criminalidade mais baixa.
De acordo com um estudo do Massachusetts Institute of Technology, quando uma pessoa de 65 anos se muda de uma grande cidade americana com alta taxa de mortalidade – como Houston, no Texas, que ficou nos 10% superiores de uma classificação de 709 locais – para uma cidade no pé dessa lista, como Mineápolis, em Minnesota, a expectativa de vida da pessoa aumenta 1,1 ano.
5. Superar a solidão
A solidão se tornou comum nos lockdowns da Covid-19, mas para alguns é um problema de longo prazo, e para essas pessoas será muito mais difícil romper o isolamento. Um estudo alemão e israelense publicado na revista Advanced Science identificou a falta de confiança como uma das principais questões que exacerbam a espiral da solidão para os gravemente solitários – pessoas que relataram não ter companhia em geral, sentir-se excluídas pelos outros e não ter com quem falar.
Exames do cérebro revelaram que as áreas envolvidas em formar confiança, principalmente o chamado córtex insular, eram menos ativas em pessoas solitárias e não se conectavam tão bem com outras regiões do cérebro.
Embora não saibamos se a solidão causa as mudanças cerebrais ou se é o contrário, os achados indicam a necessidade de terapia em grupo que se concentre especificamente na confiança como um modo de incentivar a conexão social.
6. O exercício dissipa a “névoa da químio”
Leia também: As descobertas mais recentes da medicina
Até 75% dos pacientes com câncer passam pela “névoa da químio”, expressão que descreve os sintomas que podem ocorrer durante e depois da quimioterapia – uma lista que inclui dificuldade de se concentrar e de recordar. Embora em geral esses problemas passem com o tempo, em algumas pessoas eles duram anos ou são permanentes.
Os alertas de celular e os bilhetes adesivos ajudam a lidar com os sintomas ligados à memória, mas eles podem ser prevenidos ou, pelo menos, reduzidos com exercícios. De acordo com um estudo publicado na revista Journal of Clinical Oncology, pacientes com câncer de mama que fizeram 150 minutos semanais de atividade física moderada a intensa durante um regime de quimioterapia apresentaram memória, raciocínio e atenção melhores do que pessoas menos ativas, tanto imediatamente quanto seis meses depois do término do tratamento.
Acredita-se que o exercício combata a névoa da químio por aumentar o fluxo de sangue no cérebro e minimizar os danos aos vasos sanguíneos que o tratamento pode causar.
Os pesquisadores recomendam que os pacientes comecem a se exercitar nas semanas anteriores à primeira aplicação para obter a máxima proteção. Para os pacientes com câncer que não se sentem capazes de se comprometer com exercícios regulares, fazer as tarefas domésticas ou brincar com o cachorro ao ar livre já ajuda.
7. Para uma vida longa, coma peixes gordurosos
Um estudo internacional que envolveu o Instituto de Pesquisa Médica do Hospital del Mar, na Espanha, verificou que o nível mais alto de ácidos graxos ômega-3 motivado pelo consumo regular de peixes gordurosos, como salmão e sardinha, aumenta em quase cinco anos a expectativa de vida. Nozes, soja, couve e ovos enriquecidos com ômega-3 também são fontes excelentes desses ácidos graxos que prolongam a vida.