A picada de carrapato pode causar uma alergia grave, consumo de carne, leite e queijos é proibido! Entenda o caso
Carol Peres | 26 de Julho de 2024 às 11:40
É impossível negar a importância que o sistema imunológico tem na manutenção da vida das pessoas. Sem ele, os humanos estariam totalmente vulneráveis a problemas de saúde que muitas vezes nem conhecem. Por outro lado, também pode acontecer do sistema imunológico ser a causa de algumas condições. Esse é o caso de uma grave alergia de alta letalidade que altera permanentemente a vida de seus pacientes.
Eliminar o consumo de carne vermelha, queijos e outros alimentos é consequência da rara síndrome de alfa-gal, transmitida através da picada de carrapatos. Assim, entenda os sintomas e tratamentos dessa alergia.
A analista junguiana e professora de dança circular Elfriede Walzberg, de 57 anos, contou ao Viva Bem sua trajetória desde a primeira reação alérgica à descoberta da doença. Sua história é repleta de muitas dificuldades e sintomas, pois muitos profissionais acreditavam que as reações eram consequência de outros problemas de saúde.
"A primeira vez que tive reação alérgica foi bem forte, há cerca de 20 anos. Fui a um churrasco e de sobremesa comi sorvete, duas coisas que para quem tem essa alergia são alergênicas. É uma alergia incomum, que vai dar efeito seis horas depois."
Ela sentia coceiras, tinha lesões na pele, inchaço, diarreia, falta de ar e chegou a desmaiar em um momento de crise, então as idas ao hospital tornaram-se comuns. No entanto, ela explicou que os médicos não tinham interesse em descobrir o que motivava o surgimento dos sintomas, o que dificultou o diagnóstico. Então, ela tirava da dieta qualquer alimento que a fizesse suspeitar da alergia, mas nunca pensou que era carne que estava fazendo mal.
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"Mas demorou um tempo para investigar. Eu comentava com os médicos, mas eles não ajudam muito, não tinham interesse. Passei um tempo no Mato Grosso e lá comia muita carne, foi quando começou a aumentar muito a frequência das alergias."
Foi só depois de um tempo que Elfriede recebeu o diagnóstico da síndrome de alfa-gal, aí ela passou a mudar seus hábitos alimentares e também a carregar sempre um antialérgico consigo. Dessa forma ela não teve que ir para a emergência novamente.
As reações alérgicas alimentares costumam acontecer quando há um mal funcionamento do sistema imunológico, que interpreta incorretamente que uma proteína alimentar é perigosa para o corpo. No caso da síndrome de alfa-gal, o nutriente tido como ameaça é o açúcar chamado de alfa-gal, que está presente na maioria dos mamíferos. Ele não é encontrado em peixes, aves, répteis ou pessoas.
Quando um carrapato-estrela solitária pica uma pessoa, ele transmite o alfa-gal para seu corpo, e uma das possíveis reações é que o sistema de defesa produza anticorpos para esse açúcar, ocasionando a alergia que afeta a vida de Elfriede.
O alfa-gal está presente em muitas carnes vermelhas e também nos alimentos obtidos a partir de mamíferos, como laticínios e gelatina. Por isso a pessoa diagnosticada com a síndrome precisa mudar a dieta, assim ela previne as reações alérgicas.
Normalmente os sintomas da alergia aparecem de três a oito horas depois do contato com o elemento alérgeno. Entre os efeitos mais comuns, destacam-se erupções na pele, indigestão, náusea, constipação, coceira, urticária, inchaço e dificuldade respiratória.
O tratamento para alergias alimentares normalmente é feito com uso de medicamentos antialérgicos e eliminando totalmente os alimentos causadores da reação da dieta. Quanto à prevenção, não existe uma orientação concreta para seguir.
Por outro lado, é de extrema importância estar atento às medidas preventivas contra o carrapato-estrela, pois além da síndrome de alfa-gal ele pode causar febre maculosa. Logo, evite sempre o contato com carrapatos! Caso vá entrar em locais de mata, usa calça, camisas de manga comprida e sapatos fechados. Também recomenda-se usar repelentes com o composto químico DEET.
É importante verificar se os cães estão livres de carrapato ao voltar de passeios, especialmente em áreas rurais. Caso encontre algum, retire-o cuidadosamente com a ajuda de uma pinça, e não esmague pois isso pode liberar bactérias. Enfim, mergulhe o carrapato em álcool ou jogue-o no vaso sanitário, depois limpe a área picada com antisséptico e higienize as mãos, tratanto o carrapato como se ele estivesse contaminado.
Fontes: VivaBem e Manual MSD
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