A Organização Mundial da Saúde (OMS) promoveu mudança no nome da doença e isso causou dúvida em grande parte da população.
Luana Viard | 15 de Agosto de 2024 às 16:00
Nesta quarta-feira, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, acatou a recomendação do Comitê de Emergência da entidade e declarou emergência de saúde pública de importância internacional (ESPII) devido ao aumento dos casos de mpox em nações africanas e à descoberta de uma nova variante mais severa do vírus.
Esta é a segunda vez que a organização estabelece o nível máximo de alerta para a doença. Em 2022, devido à disseminação global sem precedentes, a OMS também declarou uma emergência de saúde pública, uma medida que permaneceu em vigor até 2023. Naquela ocasião, o alerta estava relacionado à "varíola dos macacos", nome dado à doença por ser da mesma família da varíola humana, erradicada em 1980.
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Apesar dos nomes diferentes, é importante esclarecer que Mpox e varíola do macaco são consideradas a mesma doença. A mudança no nome foi adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para evitar estigmas associados ao termo "varíola do macaco" e para promover uma nomenclatura mais inclusiva e neutra.
O intuito foi utilizar termos "não discriminatórios" em relação aos países africanos onde a mpox é endêmica e ao macaco, que não é o principal transmissor da doença. O macaco foi apenas a espécie na qual o vírus foi isolado pela primeira vez em laboratório.
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, tradicionalmente, a mpox é transmitida principalmente através do contato direto ou indireto com sangue, fluidos corporais, lesões na pele ou mucosas de animais infectados.
A transmissão de pessoa para pessoa pode ocorrer pelo contato próximo com secreções respiratórias infectadas, lesões na pele de um indivíduo contaminado, ou com objetos recentemente expostos a fluidos do paciente ou materiais das lesões. A transmissão é predominantemente feita por gotículas respiratórias.
Além disso, a doença pode ser transmitida por inoculação ou durante a gravidez (varíola dos macacos congênita). Não há evidências de que o vírus seja transmitido sexualmente.
Não existem tratamentos específicos para a infecção pelo vírus da mpox. Normalmente, os sintomas desaparecem por conta própria, sem necessidade de tratamento médico. O cuidado clínico deve focar em aliviar os sintomas, gerenciar possíveis complicações e prevenir efeitos a longo prazo. É crucial tratar as erupções cutâneas, permitindo que sequem naturalmente ou protegendo-as com um curativo úmido, se necessário.
De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde, é recomendável evitar o contato direto com feridas na boca ou nos olhos. Enxaguantes bucais e colírios podem ser utilizados, desde que evite produtos que contenham cortisona. Um antiviral desenvolvido para a varíola, o tecovirimat (comercializado como TPOXX), recebeu aprovação em janeiro de 2022 para tratamento da mpox.
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