Relembre a trajetória da ex-atleta, Isabel Salgado, e saiba mais sobre a Síndrome da Angústia Respiratória Aguda, doença que a levou a óbito.
Redação | 16 de Novembro de 2022 às 18:00
Morreu nesta quarta-feira (16/11), no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, a ex-jogadora de vôlei Maria Isabel Salgado, a “Isabel do vôlei”. Aos 62 anos, seu falecimento se deu por conta de complicações originadas por uma Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA).
Uma das principais referências do vôlei nacional, Isabel foi uma das protagonistas da seleção brasileira de vôlei da década de 1980. Com a camisa da seleção, ajudou o Brasil na conquista de seis medalhas de Campeonatos Mundiais. Além disso, ela mostrou pioneirismo dentro e fora das quadras.
Por conta de suas competências e conquistas, na última segunda-feira, teve seu nome anunciado como integrante do grupo técnico de esportes para a transição de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além da vaga no grupo técnico, Isabel também deixa cinco filhos e cinco netos.
Dona de diversas conquistas, fica difícil de definir qual é a mais marcante. Porém, há um traço de personalidade bem marcante na trajetória de Isabel: o pioneirismo. Revelada pela base do Flamengo em 1973, teve sua estreia com apenas 13 anos de idade. Com bom desempenho na equipe rubro-negra, foi convocada para seleção juvenil três anos após sua estreia.
Em 1980, Isabel Salgado já detinha dois títulos nacionais. Porém, como se não fosse o suficiente, a atacante também abriu as portas da Europa para as jogadoras brasileiras tonando-se a primeira atleta a atuar no continente.
Em 1982, aos 22 anos, começou a apresentar ao mundo sua veia política durante amistoso entre Brasil e Japão no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Na ocasião, o público brasileiro tratava de forma pouco amistosa a equipe japonesa. A atleta pediu o microfone oficial do evento no meio da partida e passou um recado para torcida. Isabel disse que se os xingamentos e hostilidades não parassem imediatamente, não haveria mais jogo.
No final da partida, derrota brasileira, entretanto, o público verde e amarelo demonstrou ter escutado o recado da jovem e apresentou respeito pelas adversárias.
Seu pioneirismo também se apresentou em quadra quando engravidou pela segunda vez. Com barriga à mostra, a jogadora se fez presente nas quadras até o sexto mês de gestação e esbanjou excelente preparo físico.
“Toda vez que fiquei grávida, eu sempre tinha o acompanhamento de um bom médico e eu sempre fazia o que eu sentia que dava. Eu me sentia bem em quadra quando joguei grávida, me sentia muito segura, meu físico era muito bem preparado. Todos os meus partos foram normais”, comentou em entrevista para o site ‘Saque Viagem’, em 2020.
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Sua carreira no vôlei foi extremamente bem-sucedida. Atuando em alto nível em clubes do Brasil, Itália e Japão, disputou com protagonismo os Jogos Olímpicos de Moscou 1980 e Los Angeles 1984, além dos Jogos Pan-americanos San Juan 1979 e Caracas 1983.
Mesmo se aposentando, continuou mostrando ao mundo seu talento. Ao invés de curtir a aposentadoria, Isabel foi uma das pioneiras do nosso vôlei de praia. Na modalidade, formou uma dupla vencedora com Jackie Silva e depois com Roseli. Não obstante, foi treinadora.
Nascida no Rio de Janeiro no dia 2 de agosto de 1960, Isabel era carioca nata. Ao longo da carreira como jogadora e treinadora no vôlei de praia, ela se tornou um símbolo na paisagem da praia de Ipanema, na cidade maravilhosa.
Sendo assim, com carreira gloriosa nos Jogos Olímpicos, nada mais justo do que ser uma das pessoas responsáveis por carregar a tocha Olímpica na sua cidade, nos Jogos Olímpicos Rio 2016. E mais uma vez, Isabel Salgado demonstrou seu largo sorriso e excelência no que faz.
A Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) é um tipo de insuficiência respiratória (pulmonar) que pode ser consequência de outra doença, como a pneumonia.
Sendo assim, qualquer doença ou quadro clínico que lesione ou cause dano pulmonar, pode gerar SARA. Fora isso, vale destacar que a maioria dos casos são consequentes de alguma infecção grave ou pneumonia. Porém, há outras causas como: queimaduras, lesão do tórax, afogamento, pancreatite, inalação de grande quantidade de fumaça, embolia pulmonar etc.
A SARA é uma doença da ordem de emergência médica. Ela é dividida em três categorias, são elas: leve, moderada e grave. Contudo, o médico só saberá qual a categoria do paciente após realizar a comparação do nível de oxigênio no sangue com a quantidade de oxigênio que precisa ser administrada nesse nível.
Mas, quais são os sintomas da síndrome? Em verdade, há um sintoma que acaba apresentando diversas complicações consequentes dele. Aqui, estamos falando da falta de ar.
Portanto, no geral, a pessoa com SARA começa a apresentar uma respiração rápida e superficial. Como consequência disto, a pele fica manchada e/ou azulada. Assim, órgãos vitais como o coração e o cérebro passam a apresentar mau funcionamento e podem gerar maiores complicações.
O diagnóstico é feito através de uma medição dos níveis de oxigênio no sangue e uma radiografia do tórax. Para isso, o médico possivelmente usará um procedimento chamado oximetria de pulso.
Isto é, por meio de um senso colocado no dedo ou lobo de uma orelha, o médico irá monitorar a quantidade de oxigênio no sangue do paciente. Porém, em um caso grave, o médico pode entender que seja necessário realizar uma gasometria arterial ou venosa. Ou seja, uma medição mais precisa.
Quanto a radiografia, ela é importante porque poderá mostrar líquidos existentes em espaços que deveriam estar cheios de ar.
ATENÇÃO!
Esta matéria tem caráter informativo e não substitui a consulta médica especializada. Para ter o diagnóstico correto dos seus sintomas e fazer um tratamento eficaz e seguro, procure orientações de um médico.