Além da saúde cardiovascular, a alimentação também influencia na memória e agilidade mental. Veja quais são os melhores alimentos para o cérebro.
Redação | 21 de Setembro de 2018 às 13:00
Cuidar da alimentação é importante para evitar problemas cardiovasculares e até mesmo câncer. Mas, e para manter a agilidade do raciocínio? Várias pesquisas indicam que os mesmos processos que causam complicações cardíacas e mutações cancerosas nas células também podem lesar a delicada rede de comunicação do cérebro. Ou seja, é preciso incluir os melhores alimentos para o cérebro na rotina alimentar.
O cérebro precisa de um manancial de antioxidantes – substâncias químicas que desativam os radicais livres (moléculas nocivas criadas quando o corpo converte alimentos em energia e destrói as substâncias tóxicas). Se não forem contidos, os radicais livres podem lesar as células cerebrais e prejudicar a ação dos mensageiros químicos. Com a idade, as defesas do corpo também enfraquecem, e esses malfeitores tornam-se mais destrutivos.
Além disso, os antioxidantes ajudam a manter os vasos sanguíneos elásticos e o coração batendo forte. Mas o que isso tem a ver com um cérebro ativo? Muito. 20% do sangue que sai do coração vai direto para a cabeça. Tudo que atrapalha esse fluxo tende a criar problemas e, às vezes, as consequências são drásticas, como no caso de AVCs.
Duas circunstâncias ligadas a doenças cardíacas também podem ter um impacto negativo para o cérebro. O excesso de homocisteína, aminoácido produzido quando o corpo digere proteína animal, pode danificar os revestimentos internos dos vasos sanguíneos. Outro risco é a hipertensão na meia-idade. Quando os batimentos cardíacos são normais, o sangue pulsa suavemente através dos vasos. Se a pressão aumenta, a forte afluência do sangue pode inflamar e esfolar as artérias e veias, atrapalhando o fluxo e criando um ambiente favorável ao surgimento de placas e à ocorrência de AVCs.
Em uma pesquisa que acompanhou 3.735 homens durante 25 anos, os que tiveram pressão alta na meia-idade apresentaram maior propensão a dificuldades de memória, pensamento abstrato e julgamento quando ficaram mais velhos. “Controle os fatores de risco enquanto ainda for jovem ou eles voltarão para assombrá-lo mais tarde”, alerta Charles DeCarli, neurologista da Universidade do Kansas.
Contra o envelhecimento precoce, a redução do sal e da gordura saturada é apenas o primeiro passo. Um estudo realizado em colaboração com o Instituto de Coração, Pulmão e Sangue dos Estados Unidos indicou que uma dieta rica em frutas, vegetais e laticínios com baixo teor de gordura pode ser eficaz para reduzir a pressão arterial, provavelmente por causa da mistura de antioxidantes, minerais e fibras. Coma também bastante salmão e atum: seus ácidos graxos ômega-3 foram associados a menores taxas de enfarte e depressão.
Se quiser manter a mente afiada, capriche nas amoras e nos morangos, ricos em antocianinas (antioxidantes presentes nos pigmentos vermelho-escuro e violeta). Estudos sugerem que as antocianinas resguardam a capacidade dos neurônios de responder aos mensageiros químicos e desestimulam a formação de coágulos no sangue. O espinafre é outra potência antioxidante, repleto de betacaroteno, vitamina C e ácido fólico.
Oito pesquisas britânicas e americanas constataram que o alho produz uma redução significativa da pressão alta. Pessoas saudáveis também se beneficiam, pois esse bulbo parece manter a flexibilidade dos vasos sanguíneos, segundo Varro E. Tyler, respeitada autoridade em fitoterapia.
De maneira semelhante, mais de 40 estudos demonstraram o poder da soja na redução do colesterol sanguíneo. E, de quebra, segundo Mark Messina, nutricionista, as substâncias contidas nesse grão podem inibir o processo de oxidação do LDL, que cria condições para o entupimento das artérias.
Os benefícios dos dois na prevenção de defeitos congênitos e no combate à doença cardíaca já foram muito aclamados. Mas elas também podem ser ótimos alimentos para o cérebro.
Em pesquisas que vincularam a elevação da homocisteína ao declínio cognitivo, pessoas idosas com problemas de memória apresentaram níveis baixos de ácido fólico e vitaminas B6 e B12 no sangue. Além disso, a B12 é importante para manter as células nervosas saudáveis. “Uma deficiência grave pode lesar os nervos e prejudicar a função neurológica”, diz Katherine Tucker, epidemiologista especializada em nutrição. Assim, espinafre, laranja, aspargo, cereais enriquecidos e feijões são fontes de ácido fólico e ótimos alimentos para o cérebro.