A prevalência do melanoma cresce rapidamente no mundo inteiro há quase um século. Saiba mais sobre a doença e como prevenir.
Douglas Ferreira | 1 de Fevereiro de 2021 às 01:02
A prevalência do melanoma cresce rapidamente no mundo inteiro há quase um século. Na década de 1930, a probabilidade de um americano ter melanoma era uma em 1.500. Hoje, é de uma em 74. No Reino Unido, a taxa de melanoma triplicou desde a década de 1990.
A média de idade do diagnóstico de melanoma no Brasil é de 65 anos, mas não é raro ocorrer em pessoas bem mais jovens.
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Embora parte do aumento se deva à melhor identificação, os pesquisadores também acreditam que seja porque passamos mais tempo no sol ao ar livre, frequentamos mais a praia e fazemos bronzeamento artificial. Embora parte do aumento se deva à melhor identificação, os pesquisadores também acreditam que seja porque passamos mais tempo no sol ao ar livre, frequentamos mais a praia e fazemos bronzeamento artificial.
Esse aumento é preocupante, porque o melanoma é o tipo mais perigoso de câncer de pele. Os outros cânceres de pele, como o carcinoma de células basais, raramente se espalham para o restante do corpo e, em geral, se resolvem com cirurgia localizada. Já o melanoma tem muito mais probabilidade de provocar metástase e ser fatal. Nos Estados Unidos, por exemplo, ele representa apenas 1% dos diagnósticos de câncer de pele, mas é o que provoca mais mortes. No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), apesar de o câncer de pele ser o mais frequente e corresponder a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país, o melanoma representa apenas 3% das neoplasias malignas da pele.
O melanoma tem alguns fatores de risco principais, como a quantidade cumulativa de exposição da pessoa ao sol durante a vida e de queimaduras solares. Acredita-se que ele se desenvolva quando os carcinogênicos raios ultravioleta (UV) do sol lesionam as células que produzem o pigmento da pele. Por esse motivo, pessoas de pele clara correm mais risco de melanoma, assim como quem tem histórico familiar de câncer de pele.
A maioria de nós sabe que deve passar filtro solar antes de se expor ao sol, mas, quando o verão vai chegando ao fim, tendemos a nos descuidar desse hábito. Os especialistas avisam que isso é um erro. Embora haja menos necessidade de proteção depois da estação mais quente, a exposição aos raios UV continua a se acumular.
As precauções a tomar para se defender do melanoma mesmo nos meses mais frios dependem do lugar onde você mora. Quanto mais longe do equador, mais fracos os raios prejudiciais no inverno; em geral, recebemos apenas uma fração da exposição anual aos raios UV nos meses de inverno, segundo o professor Brian Diffey, da Associação Britânica de Dermatologistas.
Mas não importa onde você esteja e qual seja sua dose diária de raios UV; o erro é abandonar os hábitos de proteção contra o sol.
Por fim, examine os sinais em sua pele. “A descoberta precoce do melanoma é fundamental para o sucesso do tratamento”, alerta Diffey. Se for descoberto antes de se espalhar para outras partes do corpo, a taxa de sobrevida em cinco anos é de 99%. Se for descoberto mais tarde, essa taxa cai para 25%. Fique atento à mudança de tamanho, forma ou cor dos sinais da pele ou ao surgimento de um sinal assimétrico, às vezes chamado de “patinho feio”, por destoar dos demais sinais.
Caso fique preocupado, converse com o dermatologista. Enquanto isso, pratique hábitos saudáveis ao pegar sol – até mesmo quando o sol não estiver forte.