A doença teve remissão completa em um terço dos pacientes, após uso do medicamento revumenib.
Carol Ávila | 20 de Março de 2023 às 09:50
Um novo medicamento demonstra resultados positivos na cura do câncer. O estudo clínico do efeito de um medicamento experimental chamado revumenib foi publicado na revista norte-americana Nature no início de março. A pílula revumenib foi administrada em 68 pacientes diagnosticados com leucemias agudas e causou a remissão completa da doença em 18 dessas pessoas.
A publicação corresponde aos resultados do primeiro ensaio clínico e, portanto, o estudo ainda terá uma outra pesquisa para ser considerado conclusivo.
Porém, já se sabe que o efeito da droga não é para todos. A pesquisa focou em apenas dois subtipos genéticos, nos quais uma proteína permite o progresso da leucemia.
Leia também: 9 sinais de leucemia para ficar de olho no diagnóstico precoce
Mais da metade dos pacientes com certas alterações moleculares em seu câncer responderam à droga. Essas alterações são um rearranjo KMT2A ou uma mutação no gene NPM1, que ocorrem em leucemias agudas, como a LMA (leucemia mielóide aguda). Com base nos dados desse estudo, no dia 6 de dezembro de 2022, o revumenib recebeu a designação de "terapia inovadora" pela FDA (órgão norte-americano semelhante à Anvisa), o que marca um reconhecimento do potencial desse medicamento.
De acordo com Eytan Stein, diretor do programa MSK para desenvolvimento de medicamentos em leucemia: “As pessoas com esses tipos de alterações tendem a ter uma doença muito agressiva. O que vimos neste estudo é muito promissor, especialmente para esta população de pacientes”.
O estudo apontou que 53% dos pacientes responderam bem ao revumenib e 30% tiveram uma resposta completa ou uma resposta completa com recuperação hematológica parcial, ou seja, nenhum câncer foi detectado em seu sangue após a utilização da pílula. Dos pacientes que tiveram remissão, mais de 78% não tinham mais a leucemia detectada.
A nova droga é classificada como um inibidor da proteína menina, e foi desenvolvido com base em pesquisas realizadas no Centro do Câncer do Memorial Sloan Kettering (MSK).
O revumenib é uma pílula que pode ser tomada em casa. Assim, é uma proposta um tanto prática no tratamento de uma doença grave. Com o novo estudo, a perspectiva é de que, se o tratamento for compravado como benéfico, o revumenib pode ser uma alternativa às agressivas quimioterapias para combater a leucemia.
O medicamento é desenvolvido pela empresa Syndax. Em sua fase inicial, ele age inibindo a proteína chamada menina, que desempenha um papel protsgonista em certos tipos de leucemia. Esses cânceres são caracterizados por carregar uma mutação no gene NPM1 ou um rearranjo de outro gene, chamado KMT2A.
Leia também: Vacina contra câncer de pele se mostra promissora
Essas mutações são comumente encontradas tanto em casos pediátricos quanto adultos de leucemia e, geralmente, são muito difíceis de tratar. De acordo com a pesquisa citada pelos cientistas, por exemplo, a taxa de sobrevivência de cinco anos para leucemia relacionada ao KMT2A é inferior a 25%.
Uma continuação do estudo já está em andamento, com resultados completos esperados ainda este ano. Se o estudo evoluir bem, a Syndax disse que pode começar a solicitar a aprovação do FDA já no final de 2023. Se aprovado, o revumenibe seria o primeiro inibidor de menina para tratar o câncer
Saiba como fortalecer seus ossos com essas 12 dicas
17 remédios caseiros para problemas comuns de saúde
Como controlar a glicose mudando seus hábitos alimentares
Ginseng: como tomar e quais são os benefícios para a saúde?
Março azul: médicos fazem alerta para prevenção do câncer de intestino
6 benefícios da couve-flor para a saúde