O organismo, em especial o mecanismo intestinal, processa melhor um jantar mais leve e com baixo teor de gordura do que uma lauta refeição noturna.
Redação | 2 de Fevereiro de 2018 às 09:00
O engenhoso mecanismo do trato gastrintestinal transporta e processa ao longo de 75 anos 30 toneladas de alimentos e 50.000 litros de líquidos. Ele tem grande e duradoura influência sobre o bem-estar do ser humano e seu bom funcionamento previne contra doenças. No entanto, ele precisa da sua ajuda.
A boa digestão começa com a seleção dos alimentos e o horário das refeições. O organismo processa melhor um jantar mais leve e com baixo teor de gordura do que uma lauta refeição noturna.
Indica-se ainda realizar 5 refeições bem divididas ao longo do dia, com duas adicionais bastante leves. Troque um pedaço de bolo por uma maçã. Saborear a comida lentamente estimula o sistema digestivo, sobretudo se você dedicar tempo à mastigação dos alimentos.
À simples visão de um alimento saboroso, nossa boca já começa a salivar. Isso é sinal de que o corpo já está se preparando para a digestão.
A saliva desempenha a importante função de umedecer o alimento, e as enzimas que nela se encontram dão início à quebra dos carboidratos. Após uma cuidadosa mastigação, o bolo alimentar misturado com a saliva é conduzido ao estômago, onde movimentos peristálticos se encarregam de misturá-lo com o suco gástrico.
As proteínas dos alimentos são quebradas e, de 3 a 6 horas depois, o bolo se torna bastante líquido.
Em pequenas porções, o bolo alimentar é conduzido ao intestino delgado, onde se mistura a outros sucos digestivos produzidos pelo pâncreas, pelo fígado e pelas paredes do intestino delgado. Junto com várias bactérias, esses sucos quebram as proteínas, as gorduras e os carboidratos dos alimentos.
Os nutrientes passam, então, pelas paredes dos intestinos e entram na corrente sanguínea e na linfa. O processo de quebra dos carboidratos costuma durar menos de uma hora, ao passo que o das gorduras chega a algumas horas. Os restos não digeridos e as bactérias mortas durante o processo são, então, conduzidos ao intestino grosso, onde serão desidratados até se solidificarem e se transformarem em fezes.
Aproximadamente 400 diferentes tipos de bactérias existentes no intestino grosso e no intestino delgado participam do nosso metabolismo.
Ao decompor os alimentos para seu próprio crescimento, elas auxiliam na digestão, estimulam e fortalecem o sistema imunológico, protegendo nosso corpo de várias doenças.
Algumas bactérias produzem até mesmo substâncias eliminadoras de patógenos que penetram o intestino junto com os alimentos.
O intestino oferece condições favoráveis para o desenvolvimento dos microrganismos nele existentes, e distúrbios do meio intestinal causados por alimentos agem diretamente sobre sua flora bacteriana.
O equilíbrio intestinal também pode ser perturbado pelo uso de antibióticos ou cortisona; substâncias danosas, como conservantes utilizados em frutas e hortaliças ou amálgamas de mercúrio e por outros metais usados pelos dentistas; ou ainda em decorrência de diversas doenças.
Um abscesso molar permite que as bactérias ao redor do dente infectado migrem para o intestino, onde a composição das bactérias é alterada.
Quando a flora bacteriana intestinal é atingida, nutrientes importantes não são absorvidos e o sistema imunológico enfraquece, aumentando
a suscetibilidade a infecções, provocando cansaço e, às vezes, prisão de ventre. Em muitos casos, uma lavagem intestinal pode ajudar. Uma grande quantidade de água limpa o intestino, livrando-o de substâncias tóxicas, bactérias e fungos.
Mas não é necessário chegar a tal ponto. O cuidado mais consciente com a alimentação, talvez até mesmo as mudanças drásticas nos hábitos alimentares, bem como a prática regular de atividades físicas ajudam a manter em movimento essa engenhosa usina existente no nosso corpo.