Entenda o que é a Malária e como ela atua no organismo. Confira dicas de prevenção e conheça as formas de diagnóstico e tratamento.
Thaynara Firmiano | 23 de Agosto de 2020 às 15:00
A Malária é uma doença infecciosa febril aguda presente em países tropicais e subtropicais. No Brasil, a região amazônica foi considerada endêmica. Só em 2018, a OMS registrou 405 mil mortes no mundo pela doença. Em solo brasileiro foi registrada uma diminuição dos casos entre 2010 e 2016, no entanto, em 2017 o número subiu mais de 50%.
Contraída através da picada de um mosquito, seus sintomas envolvem febre, anemia, calafrios, suores e até mesmo aumento do baço. Não há um grupo de risco para essa doença, sendo assim, qualquer indivíduo pode contraí-la. No entanto, gestantes, crianças e pessoas com a primeira infecção podem ter a forma mais severa da doença.
Quem já contraiu a doença uma vez ou mais pode atingir uma imunidade parcial, apresentando poucos ou nenhum sintomas. No entanto, não há uma imunidade total para a Malária.
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Malária é uma infecção causada pelo protozoário Plasmodium, que tem ao menos cinco tipos comprovados que transmitem a doença. No Brasil, a presença de três tipos foram confirmados: o Plasmodium vivax, o falciparum e o malariae. Além deles, há o ovale e o knowlesi, que é um tipo raro. O vetor desses parasitas é um mosquito do tipo Anopheles. A contaminação, assim como a Dengue, só acontece através da picada do mosquito fêmea.
Após a infecção, os parasitas se movem pelo organismo e se alojam no fígado, onde se multiplicam. Eles possuem um período de maturação que pode durar de 1 a 3 semanas. Após esse período de amadurecimento, eles circulam pelo sangue, atingindo os glóbulos vermelhos.
Uma vez instalados nos glóbulos vermelhos, os parasitas se multiplicam novamente, causando a ruptura dessas células. Esse rompimento, permite que eles se espalhem para infectar novos glóbulos vermelhos.
Os principais sintomas da malária são:
No decorrer da infecção, conforme o parasita vai infectando novos glóbulos vermelhos, os sintomas vão se tornando mais latentes. Os calafrios e tremores vão aumentando e a febre pode chegar até 41ºC. Com o tempo, a febre se torna regular, o baço aumenta e a anemia fica mais severa.
Também é comum que antes dos sintomas a pessoa infectada sinta náuseas, vômitos e perda do apetite. Em sua forma mais grave, a doença ainda pode se caracterizar pela existência de um ou mais dos seguintes sintomas:
A doença não é do tipo contagiosa. Portanto, uma pessoas infectada não pode transmitir para outra, apenas o vetor. O diagnóstico correto é extremamente importante. Nos casos graves, a doença é letal.
A prevenção da malária de forma individual requer cuidados simples: o uso de mosquiteiros, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas e também o uso de repelentes. O mosquito atua no período da tarde e noite, por isso se proteger ao longo do dia é importante.
Pensando de forma coletiva, é importante a realização da borrifação intradomiciliar em áreas onde há maior presença da doença. Pequenas obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor, também são importantes. Aterro e/ou limpeza das margens dos criadouros, modificação do fluxo da água, controle da vegetação aquática são algumas outras ações que podem ser tomadas.
Existem quatro formas de diagnosticar a Malária: Gota espessa, esfregaço delgado, teste rápido e técnicas moleculares. Vamos entender melhor como funciona cada forma de diagnóstico.
O Gota espessa é o método oficial utilizado no Brasil. Neste método, há a visualização do parasita através de microscópios. Já o esfregaço delgado não é tão eficaz quanto a gota espessa, no entanto, oferece mais facilidade na diferenciação dos parasitas.
O teste rápido é realizado em fitas de nitrocelulose com anticorpos que agem contra antígenos específicos do parasita. Esse teste pode chegar a até 95% de satisfação se comparado a Gota Espessa. No entanto, há uma série de restrições e pré-requisitos para a realização dos testes rápidos. O principal deles é a inviabilidade da realização do exame Gota Espessa.
As técnicas moleculares para a detecção da malária começaram a ser testadas na década de 1980 e evoluíram bastante com o tempo. No entanto, devido ao seu alto custo, o uso ainda fica restrito a laboratórios de referência no diagnóstico e tratamento da doença.
Em seu estágio inicial,a Malária pode ser confundidas com outras doença. Essa confusão nos sintomas se dá mais comumente em crianças. A malária pode ser confundida com diversas doenças infecciosas do trato respiratório, urinário e digestivo. Sejam elas virais ou bacterianas.
No Brasil, o Ministério da Saúde disponibilizou uma cartilha para o tratamento da Malária. Medicamentos, exames e todo o tratamento pode ser feito de forma gratuita pelo SUS – Sistema Único de Saúde.
Cerca de 24h após o início do tratamento, a melhora do quadro já pode ser notada. No entanto, a febre pode continuar por cerca de 5 dias. Por se tratar de uma doença endêmica, o tratamento é iniciado imediatamente.
A região amazônica é considerada endêmica; 99% dos casos de Malária contraídas no Brasil são detectados nessa região, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Já a região extra-amazônica possui mais casos provenientes de outros estados da zona endêmica ou de outros países. Segundo a OMS, em 2018, o continente africano suportou 93% dos casos de malária, além de 94% das mortes.
Atenção: Para ter o diagnóstico correto dos seus sintomas e fazer um tratamento eficaz e seguro, procure orientações de um médico ou farmacêutico.