Descubra o que é o Maio Laranja, e entenda sua importância no combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes
No mês de maio acontece o Maio Laranja, uma campanha nacional de combate e prevenção ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. De acordo com o site do próprio movimento, por hora, 3 crianças são abusadas no Brasil, sendo a maioria delas (51%) com idades entre 1 e 5 anos.
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Com base nos dados publicados no último Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registra em média 130 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes.
No que diz respeito às denúncias de abuso sexual infantil na internet os números também são alarmantes. Conforme a Central Nacional de Denúncias da SaferNet, uma organização não governamental sem fins lucrativos voltada à defesa e promoção dos direitos humanos na internet, 111.929 denúncias foram recebidas em 2022.
Qual a diferença entre o abuso e a exploração sexual?
A exploração ocorre mediante uma relação de mercantilização, onde há gratificação por dinheiro ou qualquer outro benefício em troca da relação sexual.
A ChildFund Brasil, organização de desenvolvimento focada em crianças, afirma que o país ocupa a 2ª colocação no ranking de exploração sexual de crianças e adolescentes, com aproximadamente 320 crianças sendo exploradas sexualmente a cada 24 horas.
Por que o Maio Laranja acontece nesse mês?
O mês de maio foi escolhido em referência ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual e Comercial de Crianças e Adolescentes, instítuido por lei no ano 2000. A data rememora o caso Araceli Cabrera Crespo, menina de 8 anos, vítima de violência sexual e assasinato no dia 18 de maio de 1973, em Vitória, no Espírito Santo.
Araceli foi vista com vida pela última vez em uma sexta-feira, após sair da escola. A garota foi dada como desaparecida por seis dias, e teve o corpo encontrado com sinais de mordidas e abuso sexual em um matagal na própria cidade. Seu rosto estava desfigurado, pois os crimonosos despejaram ácido sobre ele, a fim de dificultar as investigações. Ainda que em um primeiro momento os acusados tenham sido setenciados com provas a cumprir pena, recorreram e foram absolvidos pelo juíz Paulo Copolilo.
Para denunciar casos de violência e abuso sexual infantil disque 100, o número é vinculado à denúncias contra os Direitos Humanos e funciona 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.