Por ano, ocorrem mais de 2 milhões de casos de intoxicação alimentar no Brasil. Saiba como se prevenir e lidar com esse mal-estar.
Arman Neto | 24 de Fevereiro de 2022 às 14:00
O termo intoxicação alimentar se aplica a uma doença que decorre da ingestão de alimentos contaminados com bactérias,vírus, toxinas ou parasitas. Na maioria das vezes ocorre em razão de uma gastroenterite.
Leia também: Alimentos frescos: o que são e como consumi-los
A contaminação pode ocorrer em qualquer ponto da produção ou do processamento do alimento, incluindo colheita, embalagem, transporte e exposição para venda. A maioria dos casos de intoxicação alimentar é causada por contaminação bacteriana. Saiba mais sobre isso a seguir.
Em geral, a intoxicação alimentar causa náuseas e vômitos, diarreia, cólicas, dor de cabeça e, às vezes, febre e prostração. Além disso, visão dupla e dificuldade de falar, mastigar, engolir e respirar são manifestações de botulismo, forma rara mas particularmente grave de intoxicação alimentar.
A infecção pode ser grave em pessoas vulneráveis, especialmente bebês, crianças pequenas, pessoas com doenças crônicas (incluindo AIDS e outros distúrbios do sistema imunológico) e idosos.
Se você observar qualquer desses sintomas em alguém, procure atendimento médico imediato.
As recomendações a seguir ajudam a sustentar o corpo durante sua recuperação de uma intoxicação alimentar. Tente segui-las e logo você ficará bem novamente.
Evite a perda de líquidos. Reponha líquidos e eletrólitos, essenciais ao organismo. Beba uma mistura de suco de maçã e água, ou um chá fraco. O caldo de galinha com arroz é um saboroso remédio que hidrata – o caldo repõe os líquidos, bem como o sódio e o potássio, para restaurar o equilíbrio de eletrólitos, e o arroz é constipante.
Evite os laticínios. Os produtos lácteos exacerbam a diarreia.
Não sobrecarregue o sistema digestivo. Espere que seu estômago esteja pronto para receber alimentos.
Coma alimentos leves quando estiver pronto. Quando estiver seguro de que seu organismo se estabilizou, reintroduza alimentos como banana, arroz, purê de maçã e torradas. Depois, experimente outros alimentos leves, como frango cozido e purê de batata. Evite frutas frescas por alguns dias.
Depois de tratar a intoxicação alimentar, vale a pena saber como evitar futuros episódios. Siga estas precauções de segurança alimentar e diretrizes para sua plena recuperação:
Leia também: Saiba como aproveitar os poderes dos alimentos
Antes de cozinhar ou manusear os alimentos, use água quente e sabão para lavar as mãos, os utensílios e as superfícies de trabalho, como tábuas de corte. Mantenha os alimentos crus separados dos cozidos e seja especialmente cuidadoso ao manipular carnes, peixes, crustáceos e aves, pois alimentos de origem animal são mais suscetíveis à contaminação. Certifique-se de que os alimentos crus não contaminem os cozidos e não deixe que os alimentos cozidos toquem superfícies com traços de alimentos crus. Lave as mãos constantemente enquanto estiver cozinhando.
Use um termômetro culinário para confirmar se os alimentos cozinharam a uma temperatura segura. Carne de porco e carne moída a uma temperatura interna de 71°C; bifes, assados e peixes a pelo menos 63°C; e frango, a 74°C.
Lave esponjas e panos de prato com água quente e sabão após cada uso. Isso ajuda a prevenir a contaminação cruzada e a disseminação de bactérias.4
Se você não pretende comer o alimento imediatamente após o preparo, leve-o à geladeira ou ao freezer. Nunca deixe a comida por mais de duas horas a temperaturas entre 7°C e 60°C, ideais para o desenvolvimento de bactérias. Ao descongelar alimentos, não os deixe à temperatura ambiente. Em vez disso, descongele-os na geladeira ou use o micro-ondas.
Latas amassadas podem indicar botulismo. O estufamento é mais provavelmente causado pela pressão de gases produzidos pelo metabolismo de bactérias.
Descarte os alimentos com mau cheiro ou com alteração da cor. Por isso prová-los, mesmo que uma porção mínima, é arriscado e não vai lhe dizer se um alimento não é seguro.