A infecção urinária é muito comum, principalmente no sexo feminino. Conheça as causas, sintomas e tratamento.
Douglas Ferreira | 20 de Novembro de 2021 às 13:00
A infecção urinária é muito comum, principalmente no sexo feminino. Estima-se que pelo menos metade das mulheres tem infecção urinária ao longo da vida. Nos homens, é bem menos frequente em jovens, mas sua incidência começa a aumentar a partir dos 50 anos. A repetição de episódios apesar do tratamento é chamada de Infecção urinária recorrente.
As infecções bacterianas do trato urinário (ITU) são bastante comuns e caracterizam-se por uma frequente urgência em urinar e sensação de ardência. Os sinais e sintomas podem incluir também febre branda, dores nas costas, cólicas abdominais e eliminação de sangue na urina.
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A infecção normalmente afeta a bexiga ou a uretra, o tubo que transporta a urina da bexiga para fora do corpo. Por terem uma uretra mais curta (o que facilita a migração das bactérias para a bexiga), as mulheres são mais propensas a sofrer de infecção urinária que os homens. Essas infecções costumam ocorrer periodicamente e, se não forem tratadas, podem levar a uma grave infecção renal.
Muitas vezes, a infecção é causada por bactérias externas que chegam à bexiga pela uretra. Essa forma é conhecida como infecção ascendente. Em outras, as bactérias são transportadas pela corrente sanguínea até as vias urinárias.
Normalmente, a urina não possui germes, mas as bactérias da região retal podem invadir o trato urinário por meio da uretra e, com mais frequência, a bexiga, onde atacam seu revestimento interno, multiplicam-se e causam uma infecção.
Qualquer distúrbio que impeça o esvaziamento completo da bexiga aumenta o risco de infecção. Os distúrbios predisponentes são obstrução, esvaziamento incompleto da bexiga e distúrbios vesicais neuropáticos. O diabetes é um fator de risco, pois o açúcar na urina favorece o desenvolvimento e a multiplicação das bactérias.
As infecções urinárias recorrentes são causadas por distúrbios que estimulam a reinfecção das vias urinárias por bactérias, os quais incluem anormalidades congênitas, cálculos renais e refluxo vesicoureteral.
Ignorar a urgência miccional aumenta o risco de desenvolver a infecção urinária. Outras causas são:
As manifestações clínicas clássicas são dor durante a micção, necessidade frequente e urgente de urinar e noctúria. A urina costuma estar turva e com odor desagradável. Quando a infecção ascende pelos ureteres, pode haver dor nas costas e febre. Em idosos, os sintomas podem incluir confusão e perda do apetite.
O diagnóstico é feito com base nos sintomas e no exame de urina. Se há infecção, costumam-se detectar nitratos e leucócitos na urina. A prova definitiva é o exame de amostra do jato médio de urina (AJM), que indica o tipo de bactéria responsável pela infecção e o antibiótico mais apropriado. As infecções urinárias recorrentes exigem investigação mais completa para determinar a causa da persistência de bactérias nas vias urinárias. Em geral, isso requer cistoscopia e urografia excretora ou ultra-sonografia.
O tratamento é feito com antibióticos, a serem iniciados de imediato quando os sinais e sintomas forem graves e o exame de urina, positivo, podendo ser modificados quando os resultados da cultura estiverem disponíveis. Em geral, o tratamento por três a cinco dias é suficiente nas mulheres; nos homens, pode ser necessário um período maior. Além disso, algumas vezes é recomendada a “lavagem” das vias urinárias, com ingestão de grande quantidade de líquido.
Para melhorar o fluxo urinário em caso de infecção, beba pelo menos um copo de água de hora em hora para remover os germes prejudiciais ao trato urinário. O consumo constante de água ajuda a impedir que as bactérias infecciosas se estabeleçam no trato urinário.
A micção após a relação sexual e o consumo regular de suco de cranberry (oxicoco) são úteis na prevenção da infecção urinária. Um experimento clínico realizado com 153 mulheres de idade avançada mostrou que as participantes que bebiam 300 ml de suco de cranberry de baixa caloria por dia tinham 50% menos bactéria na urina. As mulheres que beberam o suco também reduziram em 25% a propensão à infecção na urina mês a mês.
Pesquisadores isolaram os compostos de tanino do suco de cranberry e descobriram que essas substâncias protegem o trato urinário de infecções. Acredita-se que os compostos de tanino possam combater a ITU, por impedirem que as bactérias se fixem na bexiga e nas paredes dos rins, multipliquem-se e causem infecção. As bactérias são eliminadas na urina.
Acredita-se que a cranberry acidifiquem a urina, tornando o trato urinário um meio menos favorável para o desenvolvimento das bactérias prejudiciais. A vitamina C presente na fruta, além de fortalecer as defesas imunológicas do organismo, também acidifica a urina, dificultando a proliferação das bactérias infecciosas.
Se as bactérias infecciosas na região genital puderem se multiplicar, elas migrarão para a uretra, ocasionando a infecção urinária. Porém, o consumo de probióticos é útil para promover o desenvolvimento das bactérias saudáveis no organismo. Essas bactérias impedem o avanço de micróbios prejudiciais e podem até mesmo eliminar substâncias anti-infecciosas. Nosso organismo hospeda mais de 400 espécies de bactérias saudáveis, que se alimentam de carboidratos, como os fruto-oligossacarídeos (FOS). O consumo de FOS (presente em cebolas e alcachofras, por exemplo) contribui para o crescimento da flora bacteriana benéfica.
Atenção!
Devido ao fato de a infecção do trato urinário progredir rapidamente para uma infecção perigosa, é importante consultar imediatamente um médico, se você estiver apresentando esse quadro.