Os implantes dentários servem para substituir dentes cariados até a raiz ou deteriorados por causa de doenças periodontais. Cada implante dentário
Julia Monsores | 16 de Fevereiro de 2020 às 20:00
Os implantes dentários servem para substituir dentes cariados até a raiz ou deteriorados por causa de doenças periodontais. Cada implante dentário consiste em um pino de titânio dentro de outro pino. O pino externo é implantado no osso mandibular ou no maxilar. A coroa se sustenta no pino interno do mesmo jeito que uma caixa de correios se sustenta em uma estaca.
Em geral, os dentistas fazem uma incisão na gengiva, perfuram o osso e, às vezes, enxertam osso (o osso pode ser retirado de outra parte do corpo, como, por exemplo, do quadril, ou proceder de um banco de ossos, ou mesmo ser artificial) a fim de criar espaço para o implante. Mini-implantes, como o MDI, da IMTEC, ou o Anew, da Dentatus, reduzem a necessidade de enxerto ósseo, procedimento doloroso e invasivo. Eles têm apenas metade do diâmetro de um implante inteiro, ou aproximadamente a largura de um palito de dentes.
Outro método de transplante requer apenas algumas consultas e menos uso de bisturi. Até hoje, receber implantes significava no mínimo duas cirurgias e meses de idas ao dentista: uma para aparafusar os mecanismos no osso; outra, três meses depois, para tirar um molde da prótese; e outra para descobrir, cirurgicamente, o implante e encaixar a prótese ou a coroa.
O sistema, conhecido no Brasil como implante de carga imediata, ainda exige consultas preliminares, mas os implantes são colocados no mesmo dia, às vezes, em poucas horas. Hady Koraym, de 47 anos, que mora em Baltimore, nos Estados Unidos, ficou muito feliz com a novidade. Quando Hady, que é engenheiro elétrico, foi se consultar na Faculdade de Odontologia da Universidade de Maryland, ele já havia perdido quase todos os dentes por causa de uma doença periodontal avançada. Só lhe restavam seis.
Na faculdade, a Dra. Debora Armellini tirou um molde de gesso da arcada dentária de Hady e utilizou-o para fazer uma réplica de plástico transparente da prótese que ele usaria. Hady submeteu-se a um novo tratamento, a tomografia computadorizada de feixe cônico (cone-beam). Essa imagem tridimensional da boca é muito mais precisa do que os raios X tradicionais e diminui a exposição à radiação.
A Dra. Debora enviou a imagem ao laboratório da Biocare, na Suécia, onde técnicos confeccionaram um protótipo plástico da gengiva de Hady com os buracos exatamente posicionados para guiar a broca do cirurgião.
A Dra. Debora e a Dra. Liene Molly fixaram os implantes e os dentes superiores de Hady, e os implantes e os dentes inferiores uma semana depois. Pela primeira vez em anos, Hady tinha todos os dentes na boca.
“Eu me sinto mais seguro”, afirma ele. Alguns dentistas temem que os implantes de carga imediata, que dispensam os três meses de cicatrização exigidos pelos implantes tradicionais, possam não se fixar ao osso de maneira estável, segundo declarou o Dr. Eugene Antenucci, porta-voz da Academia de Odontologia Geral.
“A tecnologia não é à prova do tempo. Mas os resultados parecem muito bons”, ele acrescenta.