O HPV é a doença sexualmente transmissível que mais afeta pessoas do mundo todo. Saiba o que é, como se transmite, tratamentos e prevenção.
Matheus Murucci | 21 de Julho de 2021 às 12:00
Você sabe o que é o papilomavírus humano? Este é o nome científico para o popularmente conhecido HPV, sua sigla em inglês. Um estudo realizado pelo Hospital Moinho dos Ventos, de Porto Alegre, informou que a maioria de lesões genitais em jovens de 16 a 25 anos está associada ao HPV.
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O HPV é a infecção sexualmente transmissível (IST) mais recorrente no mundo inteiro. Quando evoluída, essa infecção causa o aparecimento de verrugas na região genital de homens e mulheres. Existem registros de mais de uma centena de tipos de HPV, sendo que alguns deles podem desencadear o aparecimento de câncer.
O HPV é transmitido durante as relações sexuais. Por via vaginal e anal, durante o sexo oral ou pela masturbação no parceiro (a). Não há a necessidade de o sexo ter penetração para existir as chances de infecção. O contágio é feito quando a pele entra em contato direto com a mucosa que já se encontra infectada. Em partos também pode haver a chance de transmissão, mas esses são menos prováveis.
O vírus tem um comportamento silencioso, mas isso não impede que sua transmissão aconteça. O que significa que você pode já estar infectado e não saber e, além disso, infectar parceiros sexuais.
Em algumas situações, o sistema imunológico expulsa o HPV, antes mesmo que a pessoa infectada perceba qualquer sinal. Essa saída voluntária acontece dentro de um período de até dois anos depois da infecção. Mas, em outros casos, ele pode se alojar no corpo e provocar consequências mais sérias.
Os sintomas físicos demoram a aparecer, mas, em geral, o mais comum deles é o aparecimento de verrugas. Elas podem estar agrupadas ou isoladas, e algumas provocam coceira. Mas essas lesões, chamadas de condiloma acuminado, não têm necessariamente relação direta com um tumor.
Em homens, o HPV apresenta verrugas minúsculas, que não podem ser vistas a olho nu, chamadas lesões subclínicas. São necessários exames para comprovar a presença das mesmas. Elas nascem na região genital (pênis, saco escrotal e/ou ânus) ou na boca, garganta e bochechas (parte interna), caso a transmissão ocorra por sexo oral.
O sinal mais comum do HPV em mulheres também são as verrugas na região genital (vagina, vulva e colo do útero), mas, nelas, as lesões são perceptíveis e incômodas. Apresentam coceira, vermelhidão e ardência. Boca, garganta e parte interna das bochechas podem apresentar sinais, pelo mesmo motivo dos homens, quando a transmissão é via sexo oral.
Para prevenir o surgimento do HPV, é fundamental o uso de preservativo durante as relações sexuais. Ele protege contra esta e outras infecções sexualmente transmissíveis. Mas a maneira mais eficaz de se proteger, atualmente, é tomando a vacina, e o Sistema Único de Saúde (SUS) a disponibiliza gratuitamente.
A vacina contra o HPV é direcionada a grupos específicos e mais suscetíveis ao aparecimento do vírus. No SUS, podem tomar:
Imunossuprimida é toda pessoa que tem a imunidade baixa devido a algum evento de saúde anterior, como é o caso de pessoas que vivem com HIV ou AIDS, pacientes em tratamento contra o câncer e transplantados.
Em clínicas particulares, não há a restrição da imunossupressão. Meninas e mulheres entre 9 e 45 anos e meninos e homens entre 9 e 26 anos podem tomar as dosagens necessárias.
Como dito anteriormente, o vírus do HPV se apresenta em mais de 100 formas diferentes, mas as vacinas existentes combatem apenas os tipos mais comuns:
A vacinação não é eficaz em casos nos quais a IST já esteja presente no corpo e ela só estará completa após a aplicação de duas ou três doses, dependendo da vacina e da idade de quem está se imunizando.
As vacinas contra o HPV são seguras e autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
No caso de suspeita da presença do HPV, é necessário consultar um médico. Pode ser um urologista, no caso de homens, que solicitará uma peniscopia. No caso de mulheres, essas devem procurar um médico ginecologista, que pedirá um exame papanicolau e uma colposcopia. Um clínico geral também pode ajudar no diagnóstico de HPV.
Além dos exames já citados, um diagnóstico completo é realizado por outros processos clínicos, como os exames sorológicos. Eles são úteis para ajudar a saber qual a carga viral do HPV no organismo e o que o corpo oferece de anticorpos.
O médico pode solicitar também o exame de captura híbrida. Isto é, retira-se e examina-se amostras da parede da vagina e do colo do útero, identificando com precisão o tipo de vírus presente ali. Esse exame pode ser feito mesmo que não existam sinais da presença do HPV, pois como já sabemos, ele é um vírus que demora a se manifestar.
Não existe um remédio específico para tratar o vírus do HPV. O tratamento adequado vai variar de caso a caso e depende de avaliação médica. Pomadas podem ser recomendadas, com o intuito de diminuir a coceira e a vermelhidão. Esse tratamento varia, de acordo com o tamanho das verrugas. Em alguns casos, usam-se tratamentos com laser e ácidos próprios para isso.
Com os exames feitos de maneira adequada, é possível identificar se há células que indicam um quadro pré-cancerígeno. Essas células também podem ser tratadas, bem como um câncer desenvolvido, que também possa ser identificado.
Atenção: Para ter o diagnóstico correto dos seus sintomas e fazer um tratamento eficaz e seguro, procure orientações de um médico.