Entenda se gripe vira pneumonia e a importância da prevenção e dos cuidados com a saúde durante a época mais fria do ano.
Os vírus respiratórios acabam se espalhando com bastante facilidade devido a chegada do inverno e a queda das temperaturas, além disso, ambientes fechados e cheios, tal qual transportes públicos lotados, favorecem a transmissão dessas doenças, aumentam o risco de contágio no cotidiano e preocupando muita gente.
Dados do Ministério da Saúde revelam que, até junho deste ano, já foram registrados mais de 119 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil. Entre os agentes causadores, o vírus da gripe (Influenza) se destacou, respondendo por 34,5% das detecções e por alarmantes 74% das mortes. Para os especialistas, o contágio do vírus influenza pode representar um grande risco de evolução para quadros mais graves, como a pneumonia.
Afinal, uma gripe pode virar pneumonia?
A gripe é uma infecção viral, enquanto a pneumonia pode ser provocada por bactérias, vírus ou até fungos. Mesmo com origens distintas, ainda há uma possível correlação entre esses quadros e em alguns casos, o quadro gripal fragiliza o sistema imunológico, abrindo espaço para a instalação de uma pneumonia. Essa evolução é mais frequente em pacientes vulneráveis, como idosos, crianças e pessoas com baixa imunidade, segundo publicação do Manual MSD.
A pneumonia também pode se manifestar de formas distintas, como através da pneumonia silenciosa, ou pneumonia atípica, que é mais discreta e apresenta sintomas como tosse seca, febre baixa, dor de garganta e cansaço prolongado, facilmente confundida com uma gripe persistente, de acordo com publicação do Einstein. Por isso, o diagnóstico tardio pode atrasar o tratamento e aumentar tanto o risco de complicações quanto a transmissão em ambientes fechados.
O diagnóstico rápido pode fazer a diferença
Um dos grandes avanços na medicina atual é a possibilidade de identificar de forma rápida o agente causador da pneumonia. Exames como o PCR em tempo real, conseguem detectar bactérias como ‘Mycoplasma pneumoniae’, ‘Chlamydophila pneumoniae’ e ‘Legionella pneumophila’ de forma simples. O teste é realizado por swab nasal ou coleta de fluidos e permite que o tratamento seja direcionado de forma assertiva.
Segundo a pneumologista Luciana Campos, é necessário determinar um tratamento certeiro para eliminar a doença de forma eficaz, evitando o uso de antibióticos ineficazes, que podem apenas contribuir para o fortalecimento bacteriano e agravar o quadro.
A prevenção também é uma grande arma contra infecções respiratórias graves e no caso da pneumonia bacteriana, especialmente quando provocada pelo ‘Streptococcus pneumoniae’, há vacinas altamente eficazes, como a Pneumo 20, que protege contra 20 sorotipos da bactéria, incluindo os mais agressivos no Brasil.
“A população precisa conhecer seus benefícios e manter a caderneta de vacinação em dia, especialmente no inverno, quando os riscos aumentam”, reforçou a pneumologista.
No imaginário popular, a gripe é vista como algo simples, mas a realidade mostra que ela pode ser a porta de entrada para complicações graves como a pneumonia. Para se manter saudável, o segredo está na prevenção, especialmente em tempos de baixas temperaturas, informação e cuidado são os melhores aliados para atravessar a estação com saúde.
