O vírus H5N1 tem preocupado autoridades pelo risco de a doença se desenvolver em humanos.
Carol Ávila | 2 de Março de 2023 às 11:23
Em fevereiro de 2023, o Camboja reportou dois casos confirmados de gripe aviária do vírus H5N1 em humanos. Um deles foi letal, levando uma menina de apenas 11 anos à morte. Os casos de gripe aviária em animais mamíferos tem alertado as autoridades sanitárias desde 2021, ano em que os surtos aumentaram significativamente. Agora, as novas infecções do H5N1 em humanos gera uma preocupação ainda maior, visto seu índice de mortalidade.
Apesar de ser um parasita de aves, o vírus pode ser uma ameaça para as pessoas. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a gripe aviária já atingiu 873 humanos ao longo das últimas décadas, sendo 458 casos culminados em morte.
A gripe aviária é uma das influenzas tipo A em que as cepas do vírus atacam, principalmente, as aves, como as galinhas, mas também podem ser modificadas para o organismo humano.
As causas de quase todos os casos de infecção por Influenza A (H5N1) em pessoas foram associadas ao contato próximo com aves infectadas, vivas ou mortas, ou ambientes contaminados pelo vírus.
As aves infectadas pelo vírus H5N1 o transmitem, geralmente, através da saliva, mucosas e fezes. As infecções humanas de gripe aviária podem ocorrer quando os olhos, nariz ou boca entram em contato com o vírus, através da exposição de aves infectadas ou contato com superfícies contaminadas.
A propagação do vírus de uma pessoa infectada para outra pessoa é muito rara e, quando acontece, se espalha apenas para alguns humanos. No entanto, devido à possibilidade de que os vírus da gripe aviária possam mudar e ganhar a capacidade de se espalhar facilmente entre as pessoas, é extremamente importante monitorar a sua disseminação.
De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, os sinais e sintomas relatados de infecções pelo vírus da gripe aviária em humanos variam de ter nenhum sintoma até graves condiçòes, como desenvolver pneumonia.
Os mais comuns são conjuntivite, febre, sintomas respiratórios leves, tosse, dor de garganta, dores musculares, coriza, fadiga e falta de ar. Um dos sintomas mais graves pode envolver casos extremos de pneumonia e até a morte. Já os sinais e sintomas menos comuns incluem diarréia, náusea, vômito ou convulsões.
A possibilidade de a gripe aviária se tornar uma epidemia ainda é baixa, já que a transmissão do vírus não é amplamente adaptada para os seres humanos. Porém, os riscos de as cepas sofrerem mutações, como é a suspeita no caso da menina do Camboja, podem reverter esse cenário.
Segundo o cientista Erik Karlsson, membro de pesquisa do Institut Pasteur, há a suspeita de que o vírus H5N1 encontrado no corpo da menina do Camboja tenha passado por um humano antes.
"Sempre que esses vírus entram em um novo hospedeiro, eles sofrem mudanças que permitem a replicação um pouco melhor ou que potencialmente se liguem às células do nosso trato respiratório de forma mais eficiente", disse Karlsson à Sky News.
Ainda assim, não há comprovações de um alto risco de epidemia para os humanos pela gripe aviária.
15 doenças que você pode prevenir ao lavar as mãos corretamente
Governo proíbe uso de animais em testes e pesquisas de cosméticos e perfumes
Startup está criando pílula que promete aumentar a vida de cachorros; entenda
Cientistas criam terapia que pode impedir progressão do Alzheimer
Empresa quer "ressuscitar" dodô, pássaro extinto no século 17
As surpreendentes confissões de um vírus da gripe