No Brasil, por ano são notados mais de 150 mil casos de gravidez ectópica. Confira as causas, sintomas e tratamentos desse distúrbio.
Julia Monsores | 19 de Julho de 2020 às 12:00
A gravidez ectópica é um distúrbio grave que consiste na formação do embrião fora do útero. Embora, possa parecer algo incomum, no Brasil são notados mais de 150 mil casos de gravidez ectópica por ano. A tuba uterina é, sem dúvida, o local mais comum da gravidez ectópica, mas ela pode ocorrer no colo do útero, no ovário ou (muito raramente) no abdome. O distúrbio é considerado grave, pois, ao crescer, o embrião rompe a parede da tuba e provoca hemorragia fatal.
Atenção: Para ter o diagnóstico correto dos seus sintomas e fazer um tratamento eficaz e seguro, procure orientações de um médico ou farmacêutico.
De acordo com estudos realizados, acreditasse que, embora todas as mulheres possam ter uma gestação ectópica, alguns fatores contribuem para a ocorrência do caso, como ter realizado cirurgia ou apresentar uma deformidade na estrutura das tubas uterinas – o que poderia impedir o óvulo fertilizado de chegar até o útero. Outros fatores de riscos são: ter doenças inflamatórias pélvicas e endometriose, além de ser fumante. O uso inadequado do DIU, também pode contribuir para a ocorrência do problema.
Os sintomas da gravidez ectópica variam e talvez possam aparecer somente após o rompimento da estrutura que abriga a gravidez. Em geral, a mulher sente dor na parte inferior do abdome, às vezes unilateral, e/ou sangramento vaginal (com frequência marrom-escuro e em menor volume do que na menstruação normal).
A menstruação pode estar atrasada quando esses sinais surgem. Algumas mulheres não sabem que estão grávidas. A ruptura da gravidez ectópica causa dor abdominal intensa e difusa.
Leia mais: Miomas uterinos: saiba os sintomas e como se prevenir
Além disso, outro sintoma é a dor no ombro, decorrente de irritação dos nervos abdominais que também inervam o ombro. A mulher pode desmaiar em razão da hemorragia de grandes proporções e apresentar sudorese e pele pegajosa.
Além do exame ginecológico, faz-se um teste de gravidez, seguido por ultrassonografia. A gravidez ectópica pode não ser detectada por esses métodos nos casos iniciais, e assim é necessária uma laparoscopia para exame direto das tubas uterinas.
O tratamento habitual é a retirada cirúrgica da gravidez ectópica tubária. Além disso, muitas vezes, a tuba também é retirada. Se houver ruptura, a operação é uma emergência. Em alguns casos, é possível usar medicamento, no lugar da cirurgia.
O medicamento – administrado em uma única injeção – interfere em uma vitamina essencial (folato), necessária para o tecido em rápido crescimento da gravidez ectópica.
Várias mulheres têm uma gravidez normal posterior; mas a fertilidade é reduzida e, em alguns casos, há recorrência do distúrbio. Por isso, talvez haja necessidade de fertilização in vitro e acompanhamento médico constante.
Leia mais: Entenda o que é infertilidade e conheça os principais tratamentos