Pesquisa aponta que mulheres grávidas pode transferir anticorpos contra a covid-19 para os bebês. Entenda o caso!
Arman Neto | 5 de Fevereiro de 2021 às 16:00
Já estamos completando quase um ano desde que a OMS declarou que estávamos vivendo uma pandemia ocasionada pelo novo coronavírus. De lá para cá, muita coisa aconteceu e muita coisa mudou. A novidade mais recente trata da possibilidade de grávidas transferirem anticorpos contra a covid-19 para os seus bebês.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Pennsylvania Hospital, na Filadélfia, e publicada na revista médica JAMA Pediatrics, de 83 gestantes que foram diagnosticadas com a covid-19 e participaram do teste, 72 transmitiram anticorpos do vírus para os seus filhos.
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De acordo com o estudo, foi encontrado nesses bebês por meio de uma análise de sangue do cordão umbilical o IgG, anticorpo que costuma aparecer mais para o final da infecção e que permanece por um período prolongado no corpo.
Um dado bastante interessante é que quanto mais tempo passado entre a contaminação da mãe e o parto da criança, mais anticorpos são transmitidos.
Dos 11 bebês que tiveram os resultados do exame negativados, 5 deles eram filhos de mães que apenas tiveram detectado o IgM, o anticorpo que aparece poucos dias após a contaminação e indica que a doença está ativa. Os outros 6 nasceram de mães que apresentaram um número muito baixo de IgG.
Acredita-se que as transmissões desses anticorpos ocorram por meio da placenta.
O perfil das mães que participaram da pesquisa foi bastante variado. Com idades entre 28 e 35 anos, essas mães eram em maioria mulheres negras, brancas, asiáticas e hispânicas.
No que tange o nível de infecção, havia tanto mulheres assintomáticas quanto mulheres que apresentavam quadros leves, moderados e graves da doença.
Vale mencionar que 1471 gestantes foram consideradas e testadas para participar do estudo, mas apenas 83 delas foram diagnosticadas com a covid-19.
Ao que tudo indica, a transmissão da covid-19 das mães para os filhos é algo bem raro. E isso se deve porque o IgM, aquele anticorpo que indica que a pessoa ainda está doente, é bem menos transmitido de mãe para filho.
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Isso corrobora com evidências já defendidas atualmente, que acreditam que a transmissão neonatal e placentária de covid-19 apesar de possível, não é comum.
Embora ainda seja necessário mais estudos para confirmar essa possibilidade de transferência de anticorpos de mães para filhos, a hipótese foi recebida com bons olhos pelos cientistas. Até mesmo porque os dados obtidos podem ajudar a pensar em uma estratégia de vacinação para gestantes.
Agora é esperar por mais estudos e torcer para que os resultados sejam tão positivos quanto estes.