Com um investimento de R$ 150 milhões e 6,8 milhões de doses extras, Governo busca aumentar a cobertura vacinal em todo o Brasil.
Douglas Neves | 1 de Outubro de 2025 às 15:24
O Ministério da Saúde iniciou, nesta quarta-feira (1º), uma campanha nacional de multivacinação voltada para crianças e adolescentes de até 15 anos. A ação ocorrerá entre os dias 6 e 31 de outubro, com o Dia D marcado para 18 de outubro em todo o país.
Segundo o governo, o objetivo é atualizar a caderneta de vacinação de jovens que ainda não completaram o calendário vacinal. Estarão disponíveis todas as vacinas de rotina, incluindo doses contra sarampo, HPV, febre amarela e varicela (catapora).
“Todas as vacinas do calendário estarão disponíveis. A ideia é oferecer e intensificar a vacinação para todas as vacinas”, explicou o diretor do Programa Nacional de Imunizações, Eder Gatti.
De acordo com Gatti, o Ministério da Saúde "fez um repasse extraordinário" no início do ano aos estados e municípios no valor de R$ 150 milhões, com o intuito de financiar as ações de multivacinação e estimular a imunização nos municípios brasileiros.
Além disso, foram distribuídas 6,8 milhões de doses extras, que se somam ao envio regular aos estados e municípios. Entre elas, 1,8 milhão da vacina tríplice viral, 1,6 milhão contra febre amarela, 1,1 milhão contra varicela e 2,3 milhões de outros imunizantes do calendário nacional.
De janeiro a julho, a cobertura vacinal no país foi de 91% para a tríplice viral, 78% para febre amarela e apenas 67% para varicela.
Segundo Eder Gatti, o aplicativo Meu SUS Digital será atualizado e novas funcionalidades como lembretes de doses pendentes e vinculação do cadastro de crianças ao perfil de seus cuidadores serão incluídas. A expectativa é que mais de 40 milhões de usuários sejam informados sobre a campanha e lembrando das doses pendentes.
“A ideia é que, com essa multivacinação, a gente consiga não apenas manter até o final do ano essa cobertura, mas fecharmos o ano com indicadores ainda melhores de cobertura vacinal”, avaliou Gatti.
Um dos principais destaques será a intensificação da vacinação contra a febre amarela. Além das crianças e adolescentes, adultos de 15 a 59 anos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná também deverão se vacinar.
“Enviamos doses extras para esses estados porque há uma preocupação adicional com a região, considerando o último ciclo de casos. Queremos aproveitar o período pré-sazonal para melhorar a cobertura vacinal e evitar novos surtos”, afirmou Gatti.
Outro foco da campanha será a imunização contra o HPV (papilomavírus humano). Atualmente, a cobertura vacinal atinge 82% das meninas e 67% dos meninos entre 9 e 14 anos. Durante a campanha, o ministério vai reforçar a vacinação de adolescentes nessa faixa etária e abrir a possibilidade para jovens de 15 a 19 anos que ainda não receberam a dose.
“O objetivo é resgatar aqueles que perderam a oportunidade no período regular, garantindo a proteção contra um vírus que pode causar câncer de colo do útero, ânus, garganta e pênis”, destacou o secretário.
A vacinação contra o sarampo também terá atenção especial. A vacina tríplice viral será aplicada em pessoas de 12 a 59 anos que ainda não completaram o esquema vacinal.
Embora o Brasil seja considerado área livre de circulação do vírus, surtos recentes em países das Américas acenderam o alerta. Somente nos Estados Unidos, Canadá e México já foram registrados 7 mil dos 10 mil casos confirmados no continente em 2025. No Brasil, até 13 de setembro, foram 31 casos confirmados e 1.734 descartados. Segundo o Ministério da Saúde, a maioria está relacionada a casos importados.
“Nosso desafio é evitar a reintrodução da doença no país. A multivacinação é uma oportunidade de reforçar a proteção coletiva”, disse Gatti.
Manter a vacinação em dia é fundamental não apenas para a saúde das crianças, mas também para evitar a propagação de doenças em toda a comunidade. Especialistas lembram que, apesar da redução de casos de sarampo e HPV nos últimos anos, a cobertura vacinal ainda precisa ser ampliada para garantir proteção completa.
Para muitos pais, organizar a caderneta pode parecer complicado, mas algumas estratégias ajudam: consultar o pediatra regularmente, conferir doses pendentes no aplicativo e manter a vacinação em um local visível em casa.
Ana Clara, mãe de Lucas, de 9 anos, conta que ficou surpresa ao saber que o filho estava em risco. “Fiquei surpresa ao perceber que ele tinha algumas vacinas atrasadas. Com a ajuda do aplicativo e da equipe do posto, conseguimos colocar tudo em dia. Me sinto mais tranquila sabendo que ele está protegido.”
A recomendação do Ministério da Saúde é que todos os pais e responsáveis verifiquem a caderneta de vacinação de suas crianças e adolescentes e compareçam aos postos de saúde. Vacinas em dia significam mais proteção para cada criança e para toda a sociedade.
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