Glaucoma: neste Dia Nacional do Combate ao Glaucoma, confira causas, sintomas e estratégias de prevenção da doença que afeta muitos brasileiros.
Julia Monsores | 26 de Maio de 2020 às 09:00
O glaucoma destrói lentamente as delicadas fibras do nervo óptico. E assim, impede que os olhos informem ao cérebro o que estão vendo. Em geral, o processo lesivo começa décadas antes de se perceber que há algo errado, à medida que a pressão intraocular aumenta e começa a “apagar” a visão periférica. Se não for tratada, podem ocorrer visão em túnel e cegueira.
Veja mais: 23 segredos que os oftalmologistas gostariam de revelar!
O glaucoma surge da elevação da pressão intraocular não tratada, que pode aumentar se o sistema de drenagem dos olhos não estiver funcionando de forma eficiente. Porém, algumas pessoas com pressão aparentemente normal também desenvolvem glaucoma.
Em geral, o glaucoma não apresenta sintomas. Mas, no estágio avançado da doença, você poderá ter visão em túnel, que é a perda da visão periférica.
Além disso, uma forma menos comum de glaucoma, chamada glaucoma de ângulo fechado, causa visão borrada súbita, halos em volta de luzes, vermelhidão e dor forte nos olhos, náuseas e vômitos, tudo isso em função da elevação rápida e intensa da pressão intraocular.
Todas as pessoas devem submeter-se a exames oftalmológicos completos a cada dois a quatro anos a partir dos 40 anos de idade, e a cada um ou dois anos após os 65 anos.
O oftalmologista dilata as pupilas em busca de sinais de lesão no nervo óptico, mede a pressão intraocular e examina a espessura da córnea (a córnea fina está associada a um risco mais alto de glaucoma).
Além disso, você também deve fazer um teste de campo visual para pesquisar pequenos pontos cegos em seu campo visual. Conheça as 5 doenças que os oftalmologistas são os primeiros a diagnosticar.
Qualquer pessoa pode desenvolver glaucoma, mas os riscos são mais altos se outras pessoas na família tiveram a doença, se você passou dos 60 anos, ou se é de ascendência africana e tem mais de 40 anos.
Em comparação com os caucasianos, as pessoas de ascendência africana são 5 vezes mais propensas a desenvolver glaucoma e 15 vezes mais propensas a ficar cegas por causa da doença dos 45 aos 64 anos. Além disso, as seguintes doenças ou condições também aumentam o risco de contrair glaucoma:
Por isso, se você está no grupo de risco, detectar precocemente problemas deve ser sua prioridade. Dessa forma, o médico pode solicitar exames oftalmológicos com mais frequência.
Se sua pressão intraocular estiver elevada, o uso diário de colírios irá baixá-la e poderá salvar a sua visão. Em um estudo de referência realizado com 1.686 pessoas com pressão intraocular alta mas sem sinais de lesão no nervo óptico, as que usaram colírio reduziram em 50% o risco de lesão pelos cinco anos seguintes.
Mas, se o colírio para glaucoma não funcionar, ou se a perda do nervo óptico estiver progredindo, apesar do uso do medicamento, seu médico pode indicar uma cirurgia para baixar a pressão intraocular.
Ser diabético (do tipo 2) aumenta em 70% o risco de desenvolver glaucoma, afirmam os pesquisadores da Escola de Saúde Pública de Harvard. Os especialistas suspeitam que o diabetes aumente a pressão ocular ou torne o nervo óptico mais vulnerável a lesões.
Se você for diabético, mantenha a glicose sob controle e faça exames de vista uma vez por ano para se certificar de não ter glaucoma ou outros problemas de visão. Confira aqui como manter a glicose sob controle com pequenas mudanças no estilo de vida.
A atividade física não substitui os exames oftalmológicos, nem os colírios, mas é uma estratégia complementar de diminuição do risco de desenvolver glaucoma.
Estudos mostram que exercícios que elevam a frequência cardíaca (caminhar, nadar ou mesmo trabalhos domésticos puxados), por cerca de 20 minutos, conseguem reduzir a pressão intraocular em 4 pontos logo em seguida ao esforço físico.
Exercitar-se quatro vezes por semana pode manter a pressão mais baixa. Evite movimentos em que tenha de ficar com a cabeça para baixo ou abaixo do nível do coração, pois podem causar aumento na pressão ocular. Confira aqui um guia dos melhores exercícios para cada fase da vida.
Quando analisaram sete estudos sobre glaucoma, pesquisadores gregos descobriram que os fumantes eram 37% mais propensos a desenvolver a doença em comparação com os não fumantes.
Nem todos os estudos encontraram essa associação, mas, se você foi informado de que corre risco de ter glaucoma ou se já tem a doença, essa é mais uma razão para abandonar o tabagismo. Precisa de ajuda com isso? Então confira estas dicas de especialistas para parar de fumar!
Há provas de que o estresse aumenta a pressão intraocular e de que técnicas de relaxamento revertem essa condição.
Em um estudo alemão realizado com portadores de glaucoma, exercícios guiados de visualização para relaxar reduziram significativamente a pressão intraocular. Eles não substituem o uso de colírios, mas podem ajudar. Confira 15 técnicas de relaxamento que podem ajudar.