Manter-se informado é fundamental para não cair em fake news; fique por dentro das descobertas mais recentes do mundo da medicina.
Redação | 1 de Julho de 2020 às 01:01
A medicina está sempre em constante evolução; todos os dias são feitas novas descobertas e novas opções de tratamento para velhos problemas surgem. Veja abaixo 7 novidades dessa área tão importante para o nosso bem-estar.
Embora pareça um projeto divertido que ajuda a controlar o que você passa na pele, fazer filtro solar em casa pode deixá-lo queimado. Pesquisadores americanos de saúde pública recolheram uma amostra aleatória de 189 imagens do Pinterest que promovem filtro solar caseiro. Apesar das afirmativas das postagens, a grande maioria das receitas não oferece proteção adequada contra raios ultravioleta. Já se comprovou que o ingrediente mais comum, óleo de coco, dá um fator de proteção solar de 1 a 7, insuficiente para prevenir o câncer de pele. Os filtros solares comerciais, regulamentados para ter eficácia e segurança, são uma opção melhor.
O declínio da visão pode acontecer aos pouquinhos, sem que você perceba. Provavelmente, isso explica por que 61,5% dos idosos suecos que fizeram exame de vista para um estudo da revista Acta Ophthalmologica não percebiam que enxergariam melhor se usassem óculos ou se mudassem o grau das lentes que já usavam. Os participantes tendiam a saber que sua visão não estava boa quando havia problemas de sensibilidade a contrastes (a capacidade de distinguir um objeto de seu fundo), mas a maioria dos idosos com acuidade visual prejudicada – baixa nitidez da visão – disseram ter vista boa. A lição: mesmo que você ache que sua visão não se deteriorou, talvez seja bom visitar regularmente o oftalmologista enquanto vai envelhecendo.
O estilo de vida saudável é fundamental para controlar o risco cardiovascular, mesmo que você já tome remédios para isso. Um estudo finlandês que acompanhou mais de 40 mil pessoas durante quatro anos mostrou que pode ser tentador trocar os bons hábitos por medicamentos. Os participantes que começaram a tomar remédios como prevenção de problemas cardíacos tiveram mais probabilidade de reduzir os exercícios e engordar. A obesidade e a inatividade tendem a provocar a necessidade de doses maiores dos remédios, o que aumenta os efeitos colaterais indesejados. Pior ainda: “Mesmo que os medicamentos ajudem os pacientes a reduzir o risco de eventos cardiovasculares”, diz a principal pesquisadora, Maarit Korhonen, “o risco de outros problemas de saúde, como câncer, diabetes etc., ainda pode aumentar.”
Aquela sensação sonolenta, ainda meio adormecida, que pode durar algumas horas depois do despertar se chama “inércia do sono”. Além de desagradável, atrapalha o desempenho profissional e traz riscos quando a pessoa precisa dirigir. Uma pesquisa do Instituto Real de Tecnologia de Melbourne, na Austrália, quis saber se o som usado no despertador influencia a sensação de estar alerta ou sonolento. Os participantes que usaram alarmes melódicos (como a música “Good Vibrations”, dos Beach Boys) relataram menos inércia do sono em comparação a bipes, zumbidos e outros ruídos não musicais.
Muito receitado para azia e dores musculares, o medicamento baclofeno pode se acumular no corpo e causar confusão mental se os rins não forem eficientes na filtragem. Cerca de um quinto dos idosos tem menos de 60% da função renal. Num estudo da Universidade Western, em London, na província de Ontário, no Canadá, esse grupo apresentou 1,11% de probabilidade de ser internado por confusão mental grave depois de tomar uma dose alta de baclofeno (20 mg por dia ou mais). Nos idosos com a menor função renal, a probabilidade era de 1 em 26. (Quem teve efeitos mais leves que não causaram internação não foi computado.) Conclusão: você e seu médico devem levar em conta a idade e a saúde renal na hora de pensar nesse medicamento.
Ameaça sempre crescente à saúde, as bactérias resistentes a medicamentos estão forçando os cientistas a procurar novas maneiras de tratar infecções. Por exemplo, uma proporção cada vez maior de pessoas com fibrose cística vem sofrendo infecções oportunistas da bactéria Mycobacterium abscessus que podem apressar o declínio da função pulmonar e até levar à morte. Essa bactéria também é um risco assustador para quem sofre de outros problemas pulmonares, como bronquiectasia e doença pulmonar obstrutiva crônica. Resistente a muitos antibióticos, é dificílimo erradicar a M. abscessus. O tratamento atual, um regime agressivo de antibióticos com possíveis efeitos colaterais graves como a surdez, nem sempre dá certo. No entanto, uma nova combinação de antibióticos pode ser a solução.
Uma equipe de pesquisadores britânicos misturou amoxicilina com imipenem-relebactam. Essa combinação matou a M. abscessus em laboratório em doses que seriam seguras para os pacientes. A próxima meta é experimentar na vida real. Se está com dificuldade de vencer essa infecção, “vale a pena discutir nossos achados com seu médico”, diz um dos autores, Jonathan Cox, da Universidade Aston, em Birmingham, no Reino Unido. Amostras bacterianas do corpo do paciente devem ser pré-testadas antes de usar a nova combinação a fim de garantir que a bactéria é suscetível aos antibióticos.
O transtorno afetivo sazonal (TAS), depressão ligada à época do ano, à luz e ao clima, é comum nos meses de inverno nos países onde a incidência de luz solar é baixa nessa estação. Mas, para algumas pessoas, o verão é que provoca sintomas como tristeza, ansiedade, agitação, falta de apetite e insônia. Os cientistas não têm certeza das causas do TAS de verão. Pode ser causado pelo excesso de calor e pelos dias longos que desorganizam o ritmo circadiano. Um estudo revisado por pares apresentou recentemente indícios de outra possibilidade: os afetados afirmou que seu humor piorava em dias com alta contagem de pólen, indicando que a exposição a alérgenos pode ter seu papel. Se você tem TAS de verão, antidepressivos, psicoterapia, tratamento para alergias ou um horário regular para dormir podem ajudar.