A fibrose cística afeta as glândulas produtoras de muco, suor, enzimas e outras secreções.
Julia Monsores | 20 de Setembro de 2019 às 09:00
A fibrose cística afeta as glândulas produtoras de muco, suor, enzimas e outras secreções. As consequências mais graves da doença acontecem nos pulmões, pâncreas e intestinos, que são obstruídos por muco. Conforme os pulmões ficam congestionados, o paciente se torna mais vulnerável a pneumonias e outras infecções.
Quando os dutos que transportam as enzimas pancreáticas para o intestino delgado são obstruídos, pode haver problemas digestivos. Um deles é a dificuldade de degradar gorduras e proteínas.
Além disso, muito sal é perdido no suor e na saliva. E assim, pode levar a graves desequilíbrios eletrolíticos no organismo.
Não existe cura para a fibrose cística. Os cientistas estão fazendo testes com a terapia genética como forma de corrigir o defeito genético subjacente. Por enquanto, a abordagem mais efetiva disponível e que melhora bastante as perspectivas das pessoas com fibrose cística é a combinação de uma boa alimentação com suplementos vitamínicos, reposição de enzimas, antibióticos e outros medicamentos. Além disso, estimula-se a prática regular de drenagem postural, para retirar muco dos pulmões.
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Como a alimentação é crucial para o controle da fibrose cística, a equipe médica responsável pelos pacientes costuma incluir um nutricionista. Isso em particular para as crianças, que precisam ter um consumo calórico muito superior ao normalmente recomendado para promover o crescimento adequado. Embora não exista uma dieta especial, algumas orientações gerais são recomendadas.
As crianças são estimuladas a consumir alimentos hipercalóricos e a se servir de porções grandes nas refeições. Além disso, outro hábito que ajuda é fazer muitos lanches ao longo do dia. Já um bebê com fibrose cística deve ingerir leite em pó infantil com gorduras pré-digeridas.
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É importante que as crianças maiores comam alimentos ricos em proteínas, como carne vermelha, carne de aves, peixes e ovos. Para enriquecer o leite integral, basta acrescentar uma xícara de leite em pó para cada litro.
Recomenda-se que a criança tenha uma alimentação com o máximo de gordura que tolerar. E isso por que, por fornecerem mais calorias por unidade do que os demais nutrientes, as gorduras são uma importantíssima fonte de energia. Além disso, o organismo também precisa de gordura para absorver as vitaminas A, D, E e K.
Cerca de 35% dos adultos com fibrose cística na faixa dos 20 aos 29 anos e 43% dos adultos acima de 30 anos têm diabetes provocado pela doença. Se não forem diabéticas, essas pessoas podem comer doces. Por terem carboidratos simples, os doces são de absorção mais fácil que os amidos. No entanto, eles devem ser consumidos acompanhados de uma fonte de proteínas a fim de garantir o equilíbrio e os aminoácidos necessários para o crescimento, a função imunológica e a reparação e manutenção dos tecidos do organismo.
A fibrose cística faz com que as glândulas sudoríparas e salivares excretem quantidades anormais de sódio e cloreto no suor e na saliva, por isso o sódio é parte essencial da alimentação. É crucial monitorar os níveis de sódio nos dias mais quentes ou durante a prática de atividade física.
Como a constipação e a obstrução intestinais são comuns na fibrose cística, é importante beber bastante água e outros líquidos. Sucos naturais ou industrializados oferecem um aporte calórico maior que a água. O médico poderá indicar um laxante para evitar a constipação intestinal.
Uma combinação de medicamentos inalados e antibióticos pode ser usada para facilitar a respiração do paciente e ajudar o organismo a combater infecções.
Dica rápida: Faça a refeição perfeita. Uma omelete de ervas e queijo é a combinação quase perfeita de nutrientes, proteínas e calorias para a pessoa com fibrose cística.
Enzimas suplementares prescritas para melhorar a absorção de gorduras e proteínas fazem grande diferença na vida do paciente com fibrose cística. Se o paciente apresentar problemas digestivos apesar de ingerir as enzimas, talvez seja necessário adotar suplementos à base de gorduras pré-digeridas. Elas ajudam o organismo a soltar e eliminar o muco das vias respiratórias.
Algumas pessoas com fibrose cística também podem vir a ter diabetes. Isso acontece quando o pâncreas fica tão obstruído a ponto de não conseguir mais produzir insulina suficiente para metabolizar a glicose.
Um tratamento comum da fibrose cística consiste em ensinar a pessoa a provocar um acesso de tosse forte. Isso faz com que o muco seja solto das vias respiratórias.
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