A hipertensão não é o único prejuízo que o excesso de sal traz à saúde, descubra 25 questões ligadas ao sal para você ficar atento.
Iana Faini | 26 de Outubro de 2019 às 16:00
A hipertensão é o principal motor de vários problemas cardiovasculares, incluindo ataques cardíacos, AVCs e doença arterial coronariana. Mas você sabia que esse não é o único prejuízo que o excesso de sal traz à nossa saúde? Listamos 25 questões ligadas ao sal para você ficar atento, confira!
Listamos 25 questões ligadas ao sal para você ficar atento, confira!
Se você é do tipo que mergulha regularmente num saco de batata frita, vale a pena repensar esse hábito. Sabemos que sódio demais não é bom para ninguém, mas, para quem tem hipertensão arterial, o sal – um composto de sódio – é perigosíssimo.
O sódio provoca pequenos picos de pressão em quem não é hipertenso e grandes picos nos hipertensos, de acordo com uma revisão, realizada em 2017, de 185 estudos feitos na Europa, no Canadá e nos Estados Unidos.
A hipertensão é a principal causa de vários problemas cardiovasculares, como infartos, AVCs e doença arterial coronariana.
No Canadá, um estudo de 2013, publicado na revista Canadian Journal of Public Health, examinou 20 restaurantes e 65 lanchonetes de fast-food e constatou que, em média, os pratos continham 1.455 mg de sódio.
O mesmo estudo verificou que 40% dos itens do cardápio dos restaurantes continham pelo menos 1.500 mg de sódio (contra 18% dos itens do cardápio das lanchonetes). As opções mais salgadas? Massas com carne ou frutos do mar.
O sódio é essencial para contrair e relaxar os músculos, transmitir sinais nervosos e manter o nível adequado de fluidos, mas não é preciso muito para essas funções importantes. A ingestão de sódio recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 2 g por dia, equivalente a 5 g diários de sal (valor abaixo da média de consumo do brasileiro: 12 g de sal por dia).
Os estudos da revisão de 2017 examinaram principalmente participantes brancos; os autores notaram que os poucos estudos com participantes negros e asiáticos indicam que, nessas populações, a redução de sal tem efeito ainda mais significativo para baixar a pressão. Acredita-se que isso se deva a diferenças genéticas do processamento de sal pelo organismo.
Em 2016, Ontário se tornou a primeira província do Canadá a exigir que as cadeias de lanchonetes listassem as calorias do cardápio. Os que promoviam a iniciativa pediram que o sódio também fosse indicado, mas o Ministério da Saúde foi contra. (No Brasil, está em andamento o Projeto de Lei nº 8.135/14, que obriga restaurantes e lanchonetes a informar dados nutricionais das refeições.)
Até os alimentos aparentemente nutritivos podem ser uma bomba de sal. Meia xícara de molho de tomate enlatado pode conter 400 mg de sal. Uma xícara de flocos de cereal integral pode conter uns 240 mg de sódio. E apenas 85 g de salmão defumado podem ter mais de 660 mg. Para reduzir o sódio, tente ingerir mais alimentos frescos e verifique a quantidade de sódio indicada no rótulo dos produtos processados.
Em 2015, cientistas da Universidade Queen Mary, em Londres, encontraram indícios de um vínculo entre sódio e obesidade. Eles mediram o nível de sódio na urina de mais de 1.200 participantes do estudo, registraram sua ingestão de alimentos durante quatro dias e descobriram que aqueles que consumiam sal em quantidade maior do que a recomendada tinham mais probabilidade de estarem acima do peso, mesmo quando não consumiam mais calorias do que o grupo com pouco sal.
Não se sabe o motivo, mas o sódio gosta de se ligar ao cálcio antes de ser eliminado do corpo pela urina. O excesso de cálcio na urina pode formar cristais e, mais tarde, pedras nos rins. De acordo com um estudo de 2012 publicado na revista Journal of Urology, mulheres cuja alimentação era rica em sódio tinham probabilidade 11% a 61% maior de desenvolver cálculos renais. Outro estudo constatou que uma dieta pobre em sal reduziu a quantidade de cálcio na urina de homens e mulheres propensos a formar esses cálculos.
Se você faz várias visitas noturnas ao banheiro, a culpa pode ser do sal. Um estudo europeu de 2017 constatou que homens com mais de 60 anos que reduziram em 25% a ingestão de sal acordaram menos vezes para urinar à noite, numa média de 2,3 vezes para 1,4.
É comum não sentirmos o gosto do sódio, que fica muito difuso no alimento. Por exemplo, um único croissant tem 424 mg de sódio.
Por que tanto sal? Para começar, o sal é um conservante. Ele também atua como agente fermentador nos pães e faz os alimentos reterem água; em produtos vendidos por peso, mais líquido significa mais lucro.
Um estudo finlandês de 2017 que acompanhou mais de 4.600 pessoas durante 12 anos verificou que quem tinha mais sal na urina no início apresentou mais do que o dobro da probabilidade de sofrer insuficiência cardíaca. O aumento do risco foi constatado até em amantes de sal que não apresentavam hipertensão arterial.
Calcula-se que mais de 70% de nossa ingestão de sódio venha das lanchonetes e dos alimentos industrializados. Eis alguns dos principais culpados na imagem.
Uma estimativa canadense supõe que 77% das crianças de 1 ano a 3 anos e 93% daquelas de 4 anos a 8 anos estão ultrapassando a ingestão diária recomendada de sódio.
Como o sódio, o potássio é um importante mineral para o organismo. Enquanto o excesso de sódio eleva a pressão, o potássio alivia a tensão nas paredes dos vasos sanguíneos e ajuda a controlar a pressão arterial. O mineral também auxilia a excreção de sódio para que o excesso não se acumule e provoque problemas, diz a Dra. Suzanne Oparil, cardiologista e professora de Medicina do campus de Birmingham da Universidade do Alabama.
Exames de sangue pedidos pelo médico podem confirmar se seus níveis de potássio estão baixos, mas, desde que você coma frutas, legumes e verduras, não deve haver problemas. Boas fontes de potássio são feijão-branco, espinafre, banana, abacate, batata-doce e iogurte.
Tanto a indústria alimentícia quanto a salineira financiam pesquisas sobre o sódio na alimentação. “Interesses comerciais costumam custear estudos de má qualidade”, diz o Dr. Norm Campbell, especialista em sódio e hipertensão do Instituto Cardiovascular de Alberta, da Universidade de Calgary, no Canadá. “E, mesmo quando não patrocinam, eles divulgam as evidências tendenciosas e aumentam sua visibilidade.”
Há quem injete água salgada na carne fresca e congelada para que fique suculenta e mais pesada (e portanto mais lucrativa). Para evitar consumir produtos (principalmente frango) que passaram por esse processo, confira a lista de ingredientes e compare o teor de sódio.
Se conseguissem reduzir a ingestão de sal à dose recomendada, os indivíduos diminuiriam bastante os números de doença cardiovascular.
O organismo de algumas pessoas é menos eficiente ao eliminar o excesso de sal. Estima-se que mais de um terço de nós tenha esse problema. Um dos sintomas é sentir-se empanturrado depois de refeições salgadas, esclarece a Dra. Suzanne. Se houver hipertensão na família, a sensibilidade ao sal também será mais provável.
Estudos mostram que o sódio aumenta a pressão arterial nos mais velhos. “Quando envelhecemos, ficamos mais sensíveis ao sal”, diz o Dr. Campbell, explicando que o corpo não é mais tão eficiente para eliminar o sódio.
Esses produtos mais elegantes têm vestígios de outros minerais, como ferro e potássio, eliminados no processamento do sal de cozinha. Mas, de acordo com a associação de nutricionistas do Canadá, o valor nutritivo do sal marinho e do sal grosso é tão insignificante que usar o tempero mais caro não terá efeito algum sobre a saúde. Todos os tipos de sal contêm a mesma proporção de sódio por peso.
14% é a incidência anual de casos de câncer de estômago que o Fundo Mundial de Pesquisa do Câncer calculou que poderiam ser evitados no Reino Unido se as pessoas mantivessem sua ingestão de sal abaixo de 2.400 mg por dia.
Quando a alimentação é rica em sódio, achamos insossos os alimentos sem ele. A boa notícia: em apenas seis semanas, as papilas gustativas se adaptam ao menor teor de sal, diz o Dr. Campbell. Mantenha a alimentação pobre em sal e logo não sentirá falta dele.
Se o produto original já tinha sódio demais, uma redução de 25% pode ainda significar um produto com excesso de sal. Para ter certeza de que um alimento é mesmo pobre em sódio, leia as informações nutricionais do rótulo. Evite produtos que contenham 15% ou mais da ingestão diária recomendada de sódio em cada porção.
E aí, curtiu essa matéria? Então siga a gente em nossos perfis no Facebook, Instagram, Twitter e Pinterest para conferir muito mais!
21 benefícios do sal que vão ajudar você além da cozinha
4 dicas para combater a glicemia elevada
Hipertensão: aprenda como manter a pressão controlada
12 dos melhores alimentos com poder curativo
13 fatos notáveis sobre o sal
15 coisas que você precisa saber sobre pressão alta