A gordura é vista como uma vilã. Porém, nem sempre ela é ruim. Confira aqui 10 fatos que você precisa saber sobre a gordura corporal.
Rayane Santos | 1 de Outubro de 2021 às 15:00
De acordo com o senso popular, gordura corporal significa o oposto de boa saúde. Assim, pessoas gordas geralmente não são vistas como saudáveis. Da mesma forma, o oposto também ocorre: pessoas magras são consideradas saudáveis.
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De fato, estar gordo pode ser um mal sinal, mas gordura nem sempre é ruim. Infelizmente, o comum é enxergar a gordura como um mal a ser eliminado a todo custo. Isso é algo perigoso e que pode causar malefícios ao corpo. Confira a seguir 10 fatos que você precisa saber sobre a gordura corporal.
Há dois tipos principais de gordura corporal. A gordura branca, mais abundante, é a que sentimos quando beliscamos a barriga. A gordura marrom, encontrada principalmente na região do pescoço, queima energia em vez de armazená-la, de acordo com o Dr. Scott Kahan, diretor do Centro Nacional de Peso e Bem-Estar de Washington.
A gordura marrom também evita o diabetes: um estudo da revista Cell Metabolism mostrou que quem tem mais gordura marrom apresenta menos flutuação da glicemia.
Os bebês têm alto nível de gordura marrom, que ajuda a regular a temperatura do corpo. Infelizmente, ela se perde com a idade, assim, os adultos só têm um pouco. Mas podemos aumentá-la nos expondo ao frio.
Num estudo recente, em pessoas que dormiram num quarto mais fresco (por volta dos 18°C), a quantidade e a atividade da gordura marrom aumentaram até 40%. Em quem dormiu no calor (27°C), a gordura marrom se reduziu. Já os banhos frios não fazem nenhum efeito.
O ácido ursólico, encontrado em alta concentração na casca da maçã, aumenta a gordura marrom. Outros alimentos com ácido ursólico são arando (cranberry), mirtilo e ameixa, fresca ou seca.
A gordura marrom tem seus problemas. Os radiologistas não gostam dela, porque o calor que produz dificulta encontrar nos exames a atividade ligada a tumores em pacientes com câncer.
Não há indícios decisivos de que algum alimento ou nutriente específico ative a gordura marrom, mas em geral os radiologistas recomendam aos pacientes que façam uma alimentação rica em gordura e pobre em carboidratos antes dos exames para reduzir essa ativação.
Entre os benefícios da gordura branca estão a proteção dos órgãos vitais, a manutenção da temperatura do corpo e o armazenamento de calorias para uso posterior caso a comida se torne escassa.
Gordura bege é o nome dado à gordura branca que se converte em marrom. Esse tipo também queima calorias e ajuda a combater a obesidade. Os cientistas estão pesquisando como ocorre a conversão. Um estudo indica um hormônio produzido pelos músculos quando nos exercitamos.
As células adiposas, responsáveis por armazenar gordura corporal, são sensíveis às mudanças de temperatura. Tratamentos resfriadores (como CoolSculpting) matam as células adiposas por congelamento, explica a Dra. Anne Chapas, instrutora de dermatologia do Centro Médico Monte Sinai, em Nova York. O corpo remove essas células destruídas no decorrer de vários meses.
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A Dra. Anne Chapas também afirma que isso é verdade. Vários estudos mostraram que aquecer as células adiposas acima de 40°C por um período mais longo provoca sua morte, diz ela, e aí elas são eliminadas pelo corpo.
É assim que funcionam os tratamentos de lipólise a laser e a rádio para emagrecer. Mas esses tratamentos com calor ou frio não substituem a alimentação saudável e os exercícios. As células adiposas restantes se expandem e podem surgir células adiposas novas.
O excesso de gordura no abdome ou em torno dos órgãos internos “libera substâncias inflamatórias e outras moléculas que aumentam o risco de doença cardíaca, doença hepática, diabetes e outros problemas de saúde”, observa o Dr. Kahan. A gordura acumulada nos braços, pernas ou quadris não é tão nociva.
De acordo com um estudo da revista Neurology, pessoas com índice de massa corporal (IMC) e razão entre cintura e quadril mais altos tinham menos matéria cinzenta – material do cérebro que processa informações novas – do que as pessoas mais magras. Mas os autores do estudo não sabem se a gordura corporal é causa ou consequência dessas diferenças cerebrais.
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