Os diversos tipos de exame de urina (EAS, urocultura etc) permitem identificar infecções e alterações decorrentes de doenças ou da gravidez.
Ana Marques | 7 de Maio de 2021 às 13:30
O exame de urina é um dos tipos mais comuns de exame pedido pelos médicos. Trata-se de um procedimento simples e indolor que avalia a urina do paciente com o objetivo de identificar possíveis alterações que ajudem no diagnóstico de doenças ou outras condições biológicas, como a gravidez.
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Usado como método de diagnóstico complementar desde o século II, este exame pode ser de grande valia na descoberta de doenças, especialmente as do sistema urinário e renal. A facilidade de coleta, resultado rápido e o fato de não causar dor ao paciente são fatores que fazem este exame ser bastante solicitado, inclusive em vez do exame de sangue, quando possível.
Em alguns casos, é possível notar alterações na urina ao olhar para o material coletado, por meio da cor e de seu aspecto. Porém, é importante ressaltar que nem sempre uma aparência “normal” significa a ausência de alterações em sua composição.
Existem diversos métodos de análise de urina, a depender do que se está investigando. Os mais comuns são o exame de urina tipo 1 (também chamado de exame EAS, sigla que vem de “Elementos Anormais do Sedimento”), exame de urina de 24 horas e a urocultura.
No exame EAS, são analisados aspectos físicos da urina, como cor e densidade; aspectos químicos, como pH, nitritos, glicose, cetonas e proteínas; e elementos anormais, como presença de sangue, de fungos, bactérias, espermatozóides, filamentos de muco e cristais. Esse tipo de exame é útil como método auxiliar para identificar infecções urinárias e pedras nos rins, entre outros problemas, mas ele não deve ser usado sozinho.
A urocultura, por sua vez, tem como objetivo confirmar infecções urinárias e identificar o que está causando a condição. Ela é geralmente solicitada junto a um antibiograma (exame que avalia a resistência da bactéria a antibióticos), que é realizado quando o resultado da urocultura dá positivo.
Por fim, o exame de urina de 24 horas é feito para identificar alterações na urina ao longo do dia. Esse método ajuda a saber quando um paciente tem problemas de filtração nos rins ou mesmo perda de proteínas. O exame de urina de 24 horas também pode identificar pré-eclâmpsia durante a gravidez.
Ao realizar um exame de urina, é possível detectar problemas de saúde como:
Além disso, um exame de urina também pode ser usado para identificar a presença de drogas no organismo. Nesse caso, porém, são solicitadas análises especiais – o EAS não tem esse objetivo.
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O exame de urina específico para gravidez detecta a quantidade de hormônio hCG no xixi. Apesar de ser confiável, é importante realizá-lo um dia após o dia em que a menstruação deveria ter aparecido, utilizando a primeira urina da manhã. A realização precoce pode ocasionar o falso negativo.
Você deve seguir a recomendação do seu médico. Apesar de uma preferência pela primeira urina do dia, geralmente, para o exame de urina tipo 1 (EAS) e para a urocultura, é possível que a coleta seja realizada em outros momentos do dia, desde que o paciente não tenha urinado por 4 horas.
Já para o exame de urina de 24 horas, é necessário coletar toda a urina em um recipiente próprio durante todo o dia.
Antes de começar, o paciente deve realizar a higiene da região genital com água e sabão, sem utilizar antisséptico, e enxugar com uma toalha seca e limpa. Você pode comprar um frasco para o exame na farmácia ou pode adquirir o recipiente no próprio laboratório/clínica onde irá realizar o exame.
Na hora da coleta, recomenda-se que mulheres afastem os grandes lábios e que homens exponham a glande. É importante desprezar o primeiro jato durante a coleta, armazenando a urina no recipiente após uma pequena pausa. Em seguida, deve-se fechar o frasco imediatamente e transportá-lo ao laboratório em até duas horas, mantendo a conservação em banho de gelo.
Bebês e pessoas que não são capazes de coletar uma amostra de urina desta forma podem precisar que a equipe médica faça a coleta por meio de um cateter. Esse procedimento é mais comum para pacientes internados.
Uma das dúvidas mais comuns é se é possível realizar o exame de urina durante a menstruação. A prática não é recomendada, até porque para além do sangue, diversos hormônios e proteínas podem ter alteração durante o período – sugere-se, em geral, que pacientes nessa situação esperem até o fim do ciclo para fazer a coleta.
Entretanto, caso seja indispensável a realização do exame (em casos emergenciais), é possível fazer o exame de urina redobrando os cuidados de higienização da região genital. Recomenda-se também o uso de um absorvente interno para que o sangue não se misture à urina.
De qualquer modo, é de extrema importância informar ao médico sobre o período do seu ciclo antes de realizar o procedimento.
Com informações: Marinha do Brasil e WebMD