Ex-apresentador da Globo perde parte da audição após tratamento contra o câncer e faz desabafo

Jonas Almeida falou sobre a perda da audição após a quimioterapia e destacou a importância de cuidar da saúde.

Douglas Neves | 13 de Novembro de 2025 às 15:00

Jonas Almeida fala sobre o impacto da quimioterapia na sua audição. - Reprodução/Instagram

O jornalista Jonas Almeida, conhecido por seu trabalho na Rede Vanguarda, afiliada da TV Globo no Vale do Paraíba, decidiu transformar um momento difícil em uma conversa sincera com seus seguidores. Em uma publicação feita nas redes sociais na última terça-feira (11), ele revelou que perdeu totalmente a audição do ouvido direito devido a um efeito tardio da quimioterapia.

Jonas, que foi diagnosticado com câncer de pulmão em maio, revelou com seu habitual bom humor e sinceridade, que o problema surgiu repentinamente como um dos efeitos colaterais do tratamento. Segundo o jornalista, ao procurar atendimento, recebeu orientações rígidas e precisou adotar novas restrições médicas.

“‘Jonas, você está proibido de ir a shows, cinema ou qualquer coisa com som relativamente alto pelas próximas seis semanas’. Decretou minha otorrino”, escreveu o apresentador na legenda de um carrossel de fotos. Para o apresentador, o aviso foi ao mesmo tempo um choque e um lembrete de cuidado. Ainda assim, ele fez questão de comparecer a um baile de gala, tomando todos os cuidados necessários.

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Em uma das fotos publicadas em sua rede social, ele aparece em uma festa segurando um cartaz com bom humor. “Tô com tampão de ouvido por causa da químio! Não te ouço, mas te amo!”

Na legenda, Jonas descreveu a experiência com bom humor: “Dois tampões de ouvido, uma folha de papel estendida a quem quer que se aproximasse, abraços apertados e sorrisos… Foi lindo!”

Impacto emocional e a corrida por tratamento

Jonas recebeu o diagnóstico de câncer em maio deste ano e desde então tem dividido com o público reflexões sinceras sobre o processo de enfrentamento da doença. Ele admitiu que a notícia o abalou profundamente e que, junto da esposa, Kelly Maria, precisou agir rápido para iniciar o tratamento.

Assustado com a possibilidade de perder totalmente a audição, o apresentador contou que procurou especialistas com urgência.

“Bem assustados, Kel e eu entramos numa corrida contra o tempo, combo de altas miligramagens de medicações e luta! Recuperei uma parte da audição e estou feliz da vida perto da previsão de fonoaudiólogas (fui em duas) e otorrinos (também duas) de que o risco era grande de eu não mais ouvir…”

A recuperação parcial trouxe alívio, mas ainda há desafios. Jonas contou que continua ouvindo de forma abafada e com zumbidos constantes:

“Hoje ouço abafado. É como uma Marginal Tietê de buzinas o dia todo tocando nos ouvidos, mas aqui é Curinthia [sic]. Medicações, restrições por meses, mas o melhor remédio é sempre tirar a vida para dançar… Viver!”

O relato emocionou seguidores, que encheram as redes sociais do apresentador com mensagens de solidariedade, força e carinho. Nos comentários, muitos destacaram a luz e a resiliência de Jonas. “Impressionante como sua luz só cresce a cada obstáculo que você supera!”, declarou um dos seguidores.

Diagnóstico precoce faz diferença? O que dizem os especialistas

O caso de Jonas também reacende um alerta importante sobre a importância do diagnóstico precoce dos casos de câncer. Em entrevista à CARAS Brasil, o médico oncologista Dr. Jorge Abissamra reforçou que identificar a doença nas fases iniciais é decisivo para ampliar as chances de cura e reduzir o impacto dos tratamentos. Segundo o especialista, descobrir a doença tarde pode trazer riscos significativos.

“A detecção precoce é um dos pilares mais importantes no tratamento do câncer. Quando a doença é identificada em fases iniciais, as chances de cura aumentam significativamente, assim como a possibilidade de utilizar terapias menos agressivas.”

O oncologista explica que quando a doença já está mais avançada, as opções de tratamento costumam envolver procedimentos mais intensos, como cirurgias maiores, quimioterapia combinada e imunoterapia. Ele ressalta ainda que esses tratamentos, por sua vez, tendem a trazer mais efeitos colaterais, afetando não apenas o corpo, mas também a rotina e o emocional do paciente.

O tratamento contra o câncer pode afetar a audição?

Sim. Embora muita gente não saiba, alguns tipos de quimioterapia podem provocar perda auditiva. Pesquisas recentes reforçam essa ligação.

Uma meta-análise publicada em 2023 revelou que entre pacientes tratados com quimioterápicos à base de platina (como cisplatina e carboplatina), a prevalência de perda auditiva foi de cerca de 43%. O estudo apontou ainda que o risco é maior entre aqueles que recebem cisplatina, um dos medicamentos mais utilizados no tratamento de vários tipos de câncer.

De acordo com especialistas, esse tipo de perda auditiva pode ser temporário (como no caso de Jonas, que recuperou parte da audição), ou se tornar permanente, dependendo de fatores como dose, tempo de exposição, sensibilidade individual e presença de outras doenças.

É por isso que ao longo do tratamento médicos costumam monitorar sinais como zumbido, dificuldade para ouvir sons mais agudos ou sensação de ouvido “abafado”. Identificar esses sintomas cedo ajuda a ajustar o tratamento e minimizar danos permanentes.

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