Estudo feito com pacientes internados pelo SUS mostrou que aqueles com transtorno mental grave têm uma taxa de mortalidade maior.
Redação | 17 de Agosto de 2022 às 16:00
Segundo uma pesquisa publicada na revista científica The Lancet, pessoas com transtorno mental grave possuem uma maior probabilidade de morrer mais cedo do que a população em geral no Brasil. Entre esses transtornos estão o bipolar, a esquizofrenia, e a depressão.
Divulgado na quinta-feira (11), o estudo revela que pacientes transtorno psiquiátrico grave vivem cerca de 10 a 20 anos a menos. Com isso, os pesquisadores concluíram que esses brasileiros, quando internados em instituições psiquiátricas, apresentaram risco elevado para epilepsia de causa desconhecida, tuberculose, HIV e hepatite aguda. Em uma comparação com a mortalidade por câncer, não houve uma discrepância significativa entre aqueles que foram institucionalizados sem um distúrbio mental grave.
As pesquisas que avaliam a mortalidade desses indivíduos costumam ser realizados em países desenvolvidos, segundo o estudo. No entanto, o propósito dos autores foi estimar entre uma causa específica e todas as outras causas de óbito, a alarmante taxa de mortalidade de um grupo de brasileiros internados em unidades do Sistema Único de Saúde com transtorno mental grave. Isso em paralelo a pacientes internados sem tal diagnóstico em uma nação como o Brasil.
“Essas causas identificadas devem ser abordadas como prioridade para maximizar a prevenção da mortalidade entre pessoas com doença psiquiátrica grave, especialmente em um país de renda média como o Brasil, que tem baixo investimento em saúde mental”, afirmam os cientistas.
Contemplando todos os pacientes institucionalizados pelo SUS entre 1º de janeiro de 2000 e 21 de abril de 2015. Ao longo desses anos, houve mais de 72 milhões de pacientes em geral hospitalizados. 750 mil deles eram pacientes psiquiátricos. Ao todo, dos 5.102.055 que morreram, 67.485 possuíam diagnóstico de doença psiquiátrica grave.
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