Estudo brasileiro recente diz que perdoar faz bem à saúde e evita doenças cardiovasculares, bem como diminui o risco de infarto. Entenda como perdoar!
Talvez você já tenha ouvido falar que pedir perdão é uma dádiva. Entre os diversos temas de frases de autoajuda espalhadas pela internet, o perdão é um dos assuntos vencedoras. Mas um estudo brasileiro revelou recentemente que os efeitos do perdão estão muito além da paz de espírito: perdoar faz bem à saúde e pode evitar doenças do coração.
O estudo “Corações feridos — disponibilidade de Perdão e risco cardiovascular”, apresentado por Suzana G. P. Avezum no 40º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) chegou à conclusão de que pessoas que têm dificuldade em perdoar estão mais propensas a sofrer um infarto agudo do miocárdio.
Suzana elaborou dois questionários e 130 pacientes responderam perguntas acerca da disposição para o perdão e também sobre religiosidade. Segundo a pesquisadora, as respostas deixaram claro: havia mais ocorrências de infarto entre quem tinha dificuldade de oferecer e pedir perdão.
65 pacientes participantes do estudo relataram não ter qualquer doença cardiovascular. Os outros 65 já infartaram alguma vez. Entre as categorias que mais apresentaram diferenças, estão “quebra de confiança” e “rejeição ou desprezo”.
Estresse e rancor podem levar ao infarto
Os níveis de estresse na população brasileira têm aumentado ao longo dos últimos anos. Segundo uma pesquisa do International Stress Management Association, que possui uma das bases no Brasil, nove entre dez brasileiros apresentam algum sintoma relativo a ansiedade. E cerca de 47% sofre de algum tipo de depressão.
O cortisol, hormônio do estresse, quando produzido em excesso no corpo, estimula a produção de células gordurosas no abdome a ser preenchidas com lipídios, criando a gordura visceral, capaz de aumentar ainda mais o risco de doenças cardíacas — inclusive causar o infarto — e diabetes.
No estudo, 65% das pessoas que sofreram um infarto assinalaram que não estavam dispostos a perdoar em casos de quebra de confiança. Já o índice de que não sofreu infarto antes era de 35%. Na segunda categoria em destaque, “rejeição e desprezo”, 54% dos que sofreram infarto disseram que perdoariam, enquanto o percentual do grupo de quem não infartou subiu para 72%.
Perdoar faz bem à saúde, mas como fazer isso?
A resposta é simples: não existe uma maneira de perdoar. Cada pessoa funciona à sua maneira.
Se você está nessa situação, primeiro deve dar um tempo a si mesmo. Respire, concentre-se em você, procure atividades para se dedicar. Não se sinta pressionado(a) a perdoar alguém. E também não se sinta culpado(a) se não quiser.
Tudo vai depender de como você enxerga as coisas. Mas o importante é não guardar nenhum tipo de mágoa. Não remoer o ocorrido é essencial, já que recordar faz os níveis de cortisol aumentarem no corpo, prolongando o estresse. Com o tempo você verá que perdoar foi uma das melhores decisões que você tomou em sua vida.