O conhecimento sobre a esquizofrenia vem aumentando, mas está longe de ser completo. A esquizofrenia afeta cerca de uma em cada 100 pessoas e a
Julia Monsores | 5 de Dezembro de 2019 às 14:00
O conhecimento sobre a esquizofrenia vem aumentando, mas está longe de ser completo. A esquizofrenia afeta cerca de uma em cada 100 pessoas e a contribuição genética para a doença parece ser de cerca de 50%. Entretanto, ainda não foi identificado o gene responsável. Assim como em outras doenças mentais, essa contribuição genética causa vulnerabilidade e são necessários outros eventos para que se desenvolva a síndrome. Outras teorias incluem um parto complicado e uma infecção viral no início da gravidez. Frequentemente, o início real da doença é precedido por um episódio estressante, e o estresse não só atua como precipitante como também está associado a recidivas.
Os sintomas de esquizofrenia são divididos em duas categorias: positivos e negativos.
São as experiências mais bizarras ou anormais e incluem alucinações, como ouvir vozes. São experiências muito reais e frequentemente Os delírios são crenças falsas e geralmente incomuns que o esquizofrênico considera como verdades absolutas; costumam ser de natureza persecutória. Outros “sintomas positivos” incluem sensação de estar sendo controlado por forças estranhas, ou de que pensamentos estão sendo inseridos ou retirados de sua mente.
Incluem diminuição do interesse no ambiente que o cerca, e incapacidade ou redução da capacidade de sentir prazer ou desejo. A pessoa parece isolada, emocionalmente vazia e não consegue participar de uma conversa longa ou detalhada. Alguns dos sintomas de longo prazo na esquizofrenia grave são a interrupção dos relacionamentos normais e a limitação da capacidade de trabalhar ou levar uma vida independente.
Às vezes o diagnóstico de um primeiro episódio de esquizofrenia pode ser difícil, porque outras doenças, como a depressão grave, têm sintomas semelhantes. Não há exame específico para esquizofrenia e o médico só pode fazer o diagnóstico após cuidadoso questionamento e observação do paciente. Os parentes e amigos também podem contribuir para formar o quadro geral, descrevendo alterações da personalidade ou do comportamento. Muitas vezes, o distúrbio não será confirmado até que ocorram um ou mais episódios.
Existem vários tratamentos disponíveis para esquizofrenia. Tradicionalmente, os antipsicóticos são úteis apenas no tratamento dos sintomas positivos. Atualmente, novas formas de medicamentos – conhecidos como “antipsicóticos atípicos” – ajudam a melhorar os sintomas negativos.
A reabilitação é uma parte importante do tratamento, pois a doença afeta a capacidade da pessoa ser bem-sucedida. Membros da equipe de saúde mental oferecem suporte, ajudando nas atividades diárias, no trabalho, nos relacionamentos sociais, no planejamento da moradia e na solicitação de benefícios. Também existem empregos especiais e cuidados domiciliares para pessoas em quem a doença é grave. A psicoterapia pode ser parte importante do tratamento, não apenas para ajudar nos sintomas atuais, como também para reduzir a chance de recidiva. Novas formas de terapia cognitiva, abordando os sintomas positivos da doença, já alcançaram resultados promissores.
Ao contrário do que se pensa, pouquíssimas pessoas com esquizofrenia são perigosas – há um risco muito maior de que machuquem a si próprias do que a outros. Eventualmente o paciente recusa o tratamento, por não aceitar a doença. Nesses casos pode ser necessário interná-lo contra a vontade.
A esquizofrenia é uma doença com amplo espectro de intensidade e duração. Após o primeiro episódio, cerca de 25% das pessoas têm boa recuperação, cerca de 60% desenvolvem episódios de doença aguda com grandes intervalos, e uma menor porcentagem (cerca de 15%), doença grave e debilitante.