Os homens jovens são afetados pela espondilite anquilosante com maior frequência do que as mulheres. Confira as causas, sintomas e tratamentos.
Julia Monsores | 19 de Novembro de 2019 às 15:00
Homens jovens são os mais afetados pela espondilite anquilosante, doença inflamatória das articulações do esqueleto. A incidência da doença varia: é comum em alguns grupos de índios norte-americanos e rara em africanos. No Brasil, mais de 150 mil casos são conferidos anualmente.
A causa é desconhecida. Porém, é comum haver vários casos na mesma família, sendo evidente o papel da herança genética. As pessoas que têm o antígeno leucocitário humano HLA-B27, uma proteína específica da membrana celular, são mais propensas a apresentar esse distúrbio. No entanto, o antígeno também é encontrado em pessoas saudáveis e em indivíduos com algumas outras doenças.
Os principais sintomas são dor e rigidez nas nádegas e na região lombar, causadas por inflamação das articulações sacroilíacas, que unem a coluna vertebral aos ossos do quadril. Esses sintomas costumam ser episódicos, geralmente são mais intensos de manhã cedo e são aliviados pela movimentação. A dor no peito é outra característica possível, decorrente da inflamação da caixa torácica; também pode haver inflamação de outras articulações, sobretudo dos quadris. Sem tratamento apropriado, podem ocorrer curvatura da coluna vertebral e enfraquecimento dos músculos do dorso. Por fim, há rigidez do pescoço.
Outras características possíveis incluem a inflamação da aorta (a grande artéria que conduz o sangue rico em oxigênio que sai do coração) e uveíte, que é a inflamação do olho. Nos casos agudos, a uveíte requer tratamento urgente: em caso de dor nos olhos, turvação visual ou incômodo causado pela luz intensa, são necessários cuidados médicos imediatos.
Exames de sangue, como VHS e PCR, podem indicar a presença de inflamação em alguma parte do corpo, mas não confirmam o diagnóstico. O teste de HLA-B27 é outro indício, mas este nem sempre está presente nas pessoas doentes. As radiografias da coluna vertebral e das articulações sacroilíacas podem mostrar sinais de espondilite anquilosante.
Os exercícios matinais são essenciais para manter a mobilidade da coluna vertebral e evitar a deformidade. Durante as crises são usados anti-inflamatórios não esteroides. As injeções de corticoides nas articulações inflamadas podem ser úteis. Mas além disso, tratamentos oferecidos nas estações termais também demonstraram bons resultados a pacientes com essa doença.
A doença tem um bom prognóstico, desde que o programa de exercícios recomendado seja iniciado precocemente e que sejam usados analgésicos e anti-inflamatórios quando necessário. A rigidez nas costas pode ser um problema, mas é improvável que cause incapacidade.