Dor no braço, formigamento nas pernas, ardência na pele, pontadas no rosto – tudo isso pode ser causado por alguma neuropatia. Entenda!
Rayane Santos | 16 de Novembro de 2021 às 14:00
Dor no braço, formigamento nas pernas, ardência na pele, pontadas no rosto – tudo isso pode ser causado por alguma neuropatia. Essa doença afeta os nervos periféricos, que regulam o funcionamento das extremidades do corpo, como pés, mãos etc. A dor pode vir aos poucos ou chegar de repente, mas, via de regra, é intensa e debilitante.
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É possível que seu médico peça uma série de exames para constatar se você está sofrendo de neuropatia diabética, herpeszóster, neuralgia do trigêmeo, ciática ou outra questão relacionada a nervos. A seguir, entenda mais sobre neuropatias, quais são os tipos e como lidar com cada uma delas.
Neuropatia diabética é o nome do dano neural que ocorre em pessoas com diabetes. Cerca de 70% das pessoas com diabetes sofrem, pelo menos, de algum nível de neuropatia, em geral nas pernas e nos pés. No entanto, a doença pode atingir quase qualquer parte do corpo. O risco de neuropatia diabética aumenta com a idade e a duração do diabetes, com as taxas mais altas em pessoas que têm diabetes há no mínimo 25 anos.
Há quatro tipos de neuropatia diabética, e é possível ter uma ou várias ao mesmo tempo:
Neuropatia periférica: é a mais comum, atingindo nervos nos membros inferiores, principalmente pernas e pés.
Neuropatia autônoma: afeta o sistema nervoso autônomo que controla os órgãos, levando a uma série de dificuldades, desde problemas gastrointestinais e na bexiga até questões com a regulação da temperatura corporal.
Neuropatia proximal: essa gera dor forte em quadris, coxas ou nádegas, além de enfraquecer seriamente os músculos das coxas.
Neuropatia focal: esse tipo costuma envolver apenas um nervo, desaparecendo em semanas ou meses. Pode dificultar o foco visual ou causar paralisia em um lado do rosto, ou dor em uma canela ou pé.
Consulte seu médico, que deve prescrever algo para baixar os triglicerídeos (um tipo de gordura no sangue) e inibir a aldose redutase (enzima que desenvolve a neuropatia diabética). Mas o mais importante a fazer é garantir um ótimo controle do diabetes – isso não apenas diminuirá a progressão da lesão nervosa, como também vai reduzir a probabilidade de outras complicações.
Sua pele está extremamente quente por dias. Então, de repente, uma erupção com bolhas acontece; que pode ir desde o meio das costas até o esterno, uma faixa chamada dermátomo. Não apenas coça, mas dói ao leve toque. Algumas pessoas apresentam sintomas não específicos de infecção – febre baixa, dor de cabeça, ligeiro mal-estar –, mas muitas não sentem nada, exceto dor ou coceira.
Nesse caso, você pode estar com herpes-zóster, causado pelo mesmo vírus (Herpes zoster) da catapora. Uma vez que você tenha tido catapora, o vírus pode incubar por décadas, reaparecendo sem motivo aparente, ou devido a um estresse, baixa no sistema imunológico (por causa de aids, por exemplo) ou câncer.
Pessoas acima de 60 correm mais risco, embora qualquer um que tenha tido catapora possa ser vítima. Os médicos acreditam que o vírus viaje pelas células nervosas durante a catapora e, então, reative as fibras nervosas, afetando as células sensoriais, voltando sob a forma de herpes-zóster.
Assim que a erupção aparecer, consulte o médico. O tratamento precoce com drogas antivirais pode fazer com que a fase aguda seja menos grave e o risco de dor contínua menor. Tente ainda compressas de água fria e loção de calamina.
Embora a erupção, se tratada, possa desaparecer dentro de 3-5 semanas, a pele afetada talvez fique sensível por anos. Trata-se da neuralgia pós-herpética, complicação que atinge uma a cada cinco pessoas com herpes-zóster. O tratamento pode exigir a prescrição de analgésicos eficazes para dor neural.
De repente, parece que alguém espetou um lápis em seu rosto ou o furou. A dor some assim que o atinge, retornando alguns momentos depois. Pode ser a neuralgia do trigêmeo, uma dor intensa causada pela irritação do nervo trigêmeo, que possui três ramos de cada lado do rosto. A neuralgia do trigêmeo costuma afetar apenas um lado, em geral junto com a mandíbula.
Começa com ataques curtos e leves, que, no entanto, podem se tornar mais longos e intensos, desencadeados por algo simples como tocar o rosto ou escovar os dentes de forma um pouco mais enérgica – ou podem simplesmente acontecer de modo espontâneo.
Você pode ter vários ataques diários por semanas ou meses e, então, um intervalo de ausência de dor. Uma forma menos comum de neuralgia do trigêmeo gera uma dor surda ou sensação de queimação contínua, ambas difíceis de tratar.
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A síndrome costuma ser motivada pelo contato entre o nervo e uma importante artéria ou veia na base do cérebro. Isso pressiona o nervo, provocando grande falha. Pessoas acima de 50 anos e portadores de esclerose múltipla correm mais risco. Outros fatores são: pressão alta, sexo feminino ou ter um tumor pressionando o nervo. Pode também existir um componente genético, ou ser o resultado de um acidente envolvendo a cabeça ou o rosto.
Felizmente, existem muitas medicações e medidas de autocuidado capazes de ajudar a diminuir a dor. Veja:
É uma condição pungente que compromete principalmente braços ou pernas e o rosto de vez em quando. A dor é intensa, consistindo em uma sensação de queimação e agonia. Os sintomas podem incluir ainda sensibilidade cutânea, alterações na temperatura e cor da pele, mudanças no crescimento de cabelo e unhas, rigidez articular ou inchaço, espasmos musculares e limitação da amplitude de movimento no membro afetado. Via de regra, mulheres entre 40 e 60 anos são o alvo, porém a SDCR pode acontecer em qualquer idade.
A síndrome é rara, atingindo 26 pessoas em 100 mil. Duas formas de SDCR são reconhecidas: tipo 1 e tipo 2. A primeira (antes chamada de distrofia simpático-reflexa) ocorre após uma enfermidade, algumas cirurgias ou lesão, às vezes de natureza simples. Já a segunda antes chamada de causalgia) aflora depois de uma lesão envolvendo um nervo. Os sintomas variam de leves a graves.
A causa da SDCR não é clara, mas o tratamento visa reduzir os sintomas e restaurar a função do membro (movimento e atividade), via fisioterapia ou terapia ocupacional. A maioria dos portadores de SDCR se recupera quase que por completo, porém a condição pode voltar, e, para um pequeno grupo, os sintomas podem ser graves e durar anos. O tratamento precoce parece melhorar as chances de bom resultado.