A mulher não deve se preocupar com dietas restritivas para não engordar na gravidez., mas o sobrepeso pode trazer malefícios à saúde do bebê.
Julia Monsores | 15 de Agosto de 2022 às 16:00
Entre o 2º e o 3º trimestre, as mulheres costumam perceber um aumento de peso – que pode variar, de acordo com os hábitos alimentares na gestação. De forma geral, engordar na gravidez não deve ser um preocupação para as gestantes. E tampouco a busca por dietas restritivas para redução das medidas corporais.
No entanto, o sobrepeso não acompanhado por um nutricionista pode pôr a saúde da gestante e do bebê em risco. E por isso, conversamos com a nutricionista Maristela Fidelis, que explica melhor essa situação. Confira a entrevista.
O aumento de peso corporal na gravidez é inevitável. Não apenas pela presença do feto, mas também por retenção de água, aumento do volume de sangue circulante e ganho de gordura.
“O ganho de peso saudável esperado até o final da gestação costuma variar entre 6 e 16kg. Esse número oscila porque depende do peso da mulher antes da gestação, se for uma mulher obesa ou eutrófica o ganho de peso esperado muda até o final. Sendo uma mulher obesa, por exemplo, é esperado não ser acima de 7kg esse ganho até o final da gestação. Alguns parâmetros mudam se apresentar baixo peso ou gestação de múltiplos”, explica a especialista.
Como já falamos, o ganho de peso na gestação é inevitável. No entanto, em alguns casos pode ser preciso ajustar a alimentação – seja para ganhar mais peso ou para perder. Mas vale ressaltar que essas estratégias devem ser feitas apenas com acompanhamento médico.
“O mais recomendado, se possível, é procurar o nutricionista antes da gestação para realizar ajustes de dieta, e perda de peso, se necessário para prevenção e até mesmo melhora na fertilidade. Durante a gestação, não é recomendado fazer dieta restritiva para perda peso”, argumenta a nutricionista, que completa: “a dieta na gestação é voltada para atingir as necessidades nutricionais da mãe e do bebê naquele momento, não é uma dieta com o objetivo de perda de peso, pois a necessidades de alguns nutrientes aumentam nesse período, assim como a necessidade energética”, pontua.
Sabe aquela história de “comer por dois”? Na verdade, não é bem assim. De fato, as necessidades energéticas na gravidez aumentam, mas costumam ficar em torno de 300 calorias a mais por dia.
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“O sobrepeso e a obesidade são fatores de risco para o bebê e para a mãe, como diabetes gestacional, hipertensão, bebê microssômico e maiores riscos dele desenvolver obesidade na fase adulta, assim como doenças metabólicas”, explica Maristela.
Desse modo, é importante atentar-se ao que se come e quanto se come. “Sugiro priorizar os alimentos mais naturais. E quando consumir os industrializados que sejam os menos processados possíveis”, aconselha a nutricionista.
A nutricionista também aconselha cautela com algumas bebidas. “Nem todos os chás são recomendados para a gestante. Por isso, prefira sempre um chá de frutas, caso gostar de chás. Evite também refrigerantes e sucos industrializados”, conclui.