Artista sertanejo abre o jogo e diz se arrepender de ter usado anabolizantes para ficar sarado e revela consequências.
Thyago Soares | 26 de Novembro de 2025 às 10:35
O cantor sertanejo Eduardo Costa, de 46 anos, reacendeu o debate sobre os riscos do uso de esteróides e anabolizantes ao admitir, em entrevista recente, que usou a substância no passado, mas que as consequências disso permanecem com ele até hoje.
Segundo relato do artista, o uso da substância conhecida como trembolona lhe conferiu o físico musculoso e definido que muitos almejam. Mas alcançar a estética desejada teve um custo alto, segundo o vocalista.
"O preço é muito alto. Usei uma droga, a trembolona, e foi a pior, ela te leva para um lixo espiritual. Você fica forte e com o corpo definido, mas o seu resultado depois... faz você pagar um preço, eu pago esse preço até hoje por causa disso. Está no meu sangue até hoje", revelou em entrevista ao jornalista André Piunti.
Para Eduardo, o problema não era apenas físico: ele conta que se sentia “reativo” demais. Comentários próximos, elogios ou críticas, qualquer estímulo externo, geravam nervosismo, irritabilidade e mudanças de comportamento. Ele disse que não se reconhecia mais.
"Se a pessoa falasse qualquer coisa ou me elogiasse, ficava nervoso, e nunca fui assim. Sou o cara que fala o que pensa olhando na cara da pessoa e não tenho problema em falar", revelou.
Entre os efeitos negativos relatados pelo cantor estão alterações na voz, que ele atribui tanto ao histórico de uso de hormônios quanto ao trauma de um acidente aéreo que sofreu em 2011. Naquele episódio, fraturas no rosto, nas mãos e nos braços teriam agravado os danos já presentes em seu vocal devido ao uso destas substâncias.
Foi esse incômodo, afirma, que o fez interromper o uso deste tipo de substância e de acordo com Costa, ele está satisfeito com o corpo magro e modesto que tem. "Hoje eu quero ser o cara magrelo, com 'físico de pedreiro', aquele corpo definido, mas magro. Só tem como saber se sou forte sem camisa. Não quero mais ser o cara musculoso. Isso foi uma fase que passou e agora acho deselegante, porque fica muito difícil na hora de se vestir e encontrar um terno daquele tamanho", declarou.
O caso de Eduardo Costa serve de reflexão sobre o uso indiscriminado de medicamentos e substâncias para fins estéticos sem a supervisão de um médico. Para os profissionais da saúde, não há “dose segura” quando o objetivo é apenas modificar o corpo. Os riscos são altos e variados: de mudanças hormonais a complicações cardíacas, cardiovasculares e metabólicas.
“O uso de anabolizantes gera efeitos colaterais, tanto em homens e mulheres, como o aumento de acnes, queda do cabelo, distúrbios da função do fígado, tumores no fígado, explosões de ira ou comportamento agressivo, paranóia, alucinações, psicoses, coágulos de sangue, retenção de líquido no organismo, aumento da pressão arterial e risco de adquirir doenças transmissíveis”, declarou a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Sbem, em entrevista à Agência Brasil.
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