O edema pulmonar é o acúmulo de líquido nos pulmões, causado por insuficiência cardíaca esquerda. Se não for tratado, pode levar à morte. Qual é a causa?
Julia Monsores | 13 de Janeiro de 2020 às 17:00
O edema pulmonar é o acúmulo de líquido nos pulmões, causado por insuficiência cardíaca esquerda. Se não for tratado, pode levar à morte.
Quando o lado esquerdo do coração não consegue bombear efetivamente sangue (por várias razões possíveis, incluindo doença coronariana, hipertensão arterial e doença das valvas cardíacas), há acúmulo de líquido nas veias pulmonares. Esse líquido extravasa para os pulmões e interfere na captação de oxigênio. Além disso, a pressão arterial no restante do corpo cai, o que o corpo interpreta como perda de líquido. O sistema hormonal conhecido como sistema renina-angiotensina-aldosterona causa constrição imprópria dos vasos sanguíneos periféricos e faz os rins reterem ainda mais líquido, o que agrava a situação pulmonar.
Os sinais e sintomas dependem da ocorrência de insuficiência ventricular esquerda súbita (edema pulmonar agudo) ou mais gradual (insuficiência cardíaca crônica). O edema pulmonar agudo pode ser fatal, com início súbito de falta de ar, suor excessivo, pele fria e pegajosa, além de cianose (pele arroxeada). Na insuficiência cardíaca crônica, a falta de ar piora aos poucos, surgindo primeiro aos esforços físicos e, por fim, também em repouso. Pode ocorrer na posição deitada e à noite, despertando o paciente. A fadiga também é comum.
No edema pulmonar agudo, o paciente é reanimando com oxigênio. Administram-se morfina por via intravenosa, para dilatar as artérias do corpo e reduzir a sobrecarga cardíaca, e também diuréticos, para permitir a excreção renal do líquido corporal. O paciente é assistido em uma unidade coronariana, com monitoração contínua.
O tratamento da insuficiência cardíaca crônica inclui diuréticos orais e inibidores da ECA, que inibem o sistema renina-angiotensina-aldosterona. O tratamento também é voltado para a causa, como medicamentos para doença coronariana e hipertensão arterial, e fatores do estilo de vida, como tabagismo, alimentação e exercício.
Infelizmente, apesar do tratamento, o prognóstico de pacientes com insuficiência cardíaca ainda é sombrio – tão ruim quanto na maioria dos cânceres.